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LEONA

Conhecem o Efeito Borboleta? Pois é uma pequena escolha ou uma xícara de café não tomada pela manhã muda todo o rumo do teu dia.

Esse é meu primeiro dia de aula no terceiro ano, tenho 17 anos e sempre estudei nessa escola, então já tenho minhas vantagens, tiro nota mas também cago pro mundo.

Não sou o estilo perfeitinha nem a aluna nerd, pelo contrário, sou mais o estilo que anda numa moto e com jaqueta de couro, exatamente isso que você tá pensando.

— Senhorita Leona. — escutei meu amigo me achando assim que estacionei minha moto e tirei meu capacete.

— Wes! Graças aos céus você está vivo! Achei que não iria sobreviver no Brasil, gostou do calor? — ele me cumprimenta e ri da brincadeira que fiz.

— Odiei, você viu a lista de alunos novos? Alguma garota para mim? — não, ele não é o estilo babaca, só tá desesperado para arrumar uma namorada.

— Tem três alunas novas e três garotos novos.

— Me diga nomes. — desço da minha moto e enquanto caminhamos até a porta do colégio eu pego meu celular e a lista de alunos novos.

— Bom tem... uma do primeiro ano, Chloe Zahir, e duas do segundo, Sophie Rafher e Diana Marshall. — digo a ele enquanto caminhamos até nossos armários que como sempre ficam um do lado do outro.

— Me dá o histórico delas. — paro e fico encarando ele com uma cara de "sério?".

— Filho, eu só sei nomes porque o coordenador pediu minha ajuda e pediu para mim, mostrar a escola a elas, inclusive, você que vai apresentar a escola aos garotos. — abro meu armário e guardo meu capacete pegando minha mochila.

— Eu? O que eu tenho com isso? — ele pega alguns livros e fecha o armário dele.

— Você esquece que eu e você somos os melhores alunos que tiram nota sem estudar porra nenhuma. — ficamos esperando algum sinal dos novatos, mas os únicos que chegaram foram as meninas.

— Você é a Leona? — duas meninas chegam até mim enquanto eu e Wes estávamos encostados em nossos armários.

— Sim, você deve ser a Sophie e você a... Diana. — eles sorriem e Wes revira os olhos.

— Essas são suas chaves de armário, o seu fica ali na frente e o seu Sophie fica logo ali. — elas pegam a chave e ficam sorrindo nervosas para mim.

— Vocês já devem ter recebido o material, guardem suas coisas enquanto esperamos mais uma aluna chegar. — elas vão até os armários enquanto eu espero a última madame chegar.

— Bonitas mas... não, opa. — Wes me cutuca tirando minha atenção do celular e me fazendo olhar para a porta.

— Aquela deve ser a Chloe. — diz ele apreciando a garota de longe.

— Chloe Zahir? — perguntei enquanto a garota mais baixa que eu me olhava com um enorme sorriso no rosto.

— Sim. — eu nunca tinha me sentido com tanta vergonha na vida por estar olhando uma garota.

— Essa deve ser a chave do meu armário. — diz ela olhando a chave pendurada em minha mão e sorrindo.

— Sim... é isso mesmo. — entrego a chave a ela toda boba e tremendo.

— Vou guardar minhas coisas, eu sei que me atrasei, então vou ser rápida. — assim que ela terminou de guardar as coisas, eu chamei as outras meninas.

— Meu nome é Leona Price, eu vou apresentar a escola a vocês e vou dizer como tudo funciona por aqui, vocês vão perder o primeiro tempo de aula, mas fique tranquila, eu vou passar o conteúdo a vocês depois. — Sophie levanta a mão em sinal de uma pergunta.

— Quem é seu amigo? — eu olho para ele e ele me olha sem entender nada.

— Esse é um astro do futebol americano, Wesley Winslow, ele está solteiro, com 17 anos, assim como eu. Afirmo que ele é um bom partido. — Sophie e Diana fofocam entre si e Wes se aproxima entregando um papel a elas com o número dele.

— Bom, agora que vocês já se conheceram e marcaram encontro, podemos continuar nossa aventura pelo Colégio Hillside? — elas fazem que sim com a cabeça e eu sorrio seguindo o cronograma.

A gente andou pelo colégio inteiro, realmente eu tinha esquecido como esse colégio é grande e cansativo, a gente ando e ando até nós quatro, ficamos cansadas, no meio do caminho encontramos os garotos e eles tinham vindo mesmo, apostei com Wes que as meninas chegaram primeiro que os garotos e lógico que ganhei a aposta.

Depois de tudo, deixei cada uma em sua devida sala e esperei cinco minutos na porta da minha sala porque não valia entrar nos últimos cinco minutos, assim que o sino bateu eu respirei fundo e fui para o refeitório comer algo, estava me sentindo bem cansada.

— Você ta bem? — Wes senta na mesma mesa que eu com uma caixinha de leite.

— Meio cansada, só isso. — tomo um pouco de água da minha garrafinha e ele abre o leite que estava à sua frente.

— Você ama leite né. — ele faz que sim com a cabeça e quando abaixa a caixinha vejo um pequeno bigode no rosto dele.

— Você tá com um... — começo a rir e ele começa a fazer caretas.

— Um bigode? Meu deus, pareço o Sr. Jackson. — ele começa a imitar a voz do diretor e eu começo a rir mais ainda.

— É importante prezar pelo zelo do colégio! Isso é uma instituição particular! — eu tava chorando de rir porque a voz que ele faz é muito igual a do diretor. — assim que ele limpa o bigode, eu olho em volta e vejo que duas das alunas novas já tinham se metido no time das líderes de torcida, mas outra... estava comendo algo sozinha em uma das mesas do canto.

— Nunca tinha visto você ficar tão nervosa perto de uma garota. — comenta Wes olhando para o mesmo ponto que eu.

— Vamos até ela? — antes de eu responder à pergunta dele, eu me levanto e vou até Chloe.

— Não se enturmou com ninguém? — ela levanta o rosto e me olha sorrindo.

— Não sou nerd, nem hippie, muito menos tenho corpo para ser líder de torcida. — ela estava vestida com um moletom um pouco largo e calças jeans que ficam coladas no seu corpo.

— Você poderia me passar seu número, vai ter um festa de Boas-vindas na casa de uma das líderes e eu preciso de uma convidada. — Wes como sempre conseguia me salvar e pedir os telefones.

— Posso até te passar meu número, mas com uma condição. — ela me olha e sorri de novo, mas se bem que foi um sorriso bem interesseiro.

— Qual? — Wes já pagando de interessado por ela.

— Se você me passar o número dela. — eles me olham e eu olho para os dois sem entender nada.

— O quê? — Wes revira os olhos e bate a mão na mesa se levantando.

— O que aconteceu? Eu estava viajando, estava pensando em música. — digo olhando enquanto ela ria da minha cara.

— Fala porra!

— Eu acabei de pedir seu número. — pego o celular dela em cima da mesa e peço que ela coloque a senha.

— Eu não vou à festa de hoje, na verdade, não gosto de festa, vou em uma cafeteria, lanchonete que tem aqui perto, se quiser ir só me mandar uma mensagem. — devolvo o telefone a ela e o sinal toca.

— Vamos para aula. — digo me levantando e indo para minha sala.

III Escolhas (português BR)*Onde histórias criam vida. Descubra agora