XII

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LEONA

Ver a Chloe e a Sophie dançando... aquela troca de olhares... eu nunca tive aquela química com ela, era tudo tão especial entre elas... o garçom me entregou um copo de whiskey e eu virei tudo de uma só vez, senti minha garganta queimar e com uma tragada de cigarro eu estava perfeitamente bem.

Wesley dançando com a esposa, as duas dançando coladas e com todo amor do mundo, todos ali estavam aproveitando aquela música ridiculamente lenta e deprimente, por que sempre sou eu que sobro? Eu nunca pedi por muita coisa, eu não saí transando por aí porque eu quis, foi porque ela me deixou! Copo atrás de copo e eu já estava falando sozinha e gritando comigo mesma enquanto observava as duas dançando.

Para Leona! Larga de ser burra, você causou tudo isso, você estar aqui sozinha, bêbada e viciada é tudo culpa sua, você causou tudo isso a si mesma.

— Mas olha para ela, como ela tá feliz!. — penso alto enquanto converso comigo mesma, sentindo meu peito apertar.

— Se você está sozinha, a culpa é sua! — soco o pilar enorme de madeira grossa ao meu lado e coloco o copo de whiskey em cima do corrimão da varanda.

— Leona? Você tá bem alterada, quer que eu te deixe em casa? — sinto uma mão pesada em minhas costas e me virou fazendo o homem alto loiro se assustar.

— Não encoste em mim! — Wesley me ouviu gritar com ele e veio até mim com cara de bravo.

— Leo, você já bebeu o suficiente, vem vou te levar para minha casa. — assim que ele pega na minha mão, eu rapidamente me esquivo batendo meu cotovelo no copo de whiskey o fazendo cair.

— Eu não vou embora! — vi um olhar de preocupada em Chloe, que cochichou algo para Sophie, que logo veio em minha direção.

— Por favor, Leo, não faça você mesma passar vergonha. — dizia Wes tentando me levar embora.

— Leo? Olha se você quiser, eu mesma te deixo em casa, ou você pode vir com a gente e ficar lá em casa até melhorar. — empurro Sophie para longe, Wes e o outro padrinho me seguraram pelos braços me puxando para trás.

— Sophie! — Chloe veio correndo até a mulher que estava levantando do chão.

— Você é a que menos pode encostar em mim! Você tem tudo que eu mais desejei. — comecei a gritar e o que era algo discreto fez a festa parar.

— Cala sua boca, Leona! Nunca mais encoste na minha esposa de novo, fica longe da minha família! — Chloe estava brava... ela gritou comigo... abaixei a cabeça e me soltei dos dois homens que estavam me segurando.

— Sua família... eu sou só mais uma estranha na sua vida, não é?... — senti um aperto enorme tomar conta do meu peito e eu podia sentir as lágrimas prontas para cair.

— Você foi a única mulher que amei. — digo passando por Wesley, o empurrei e quando comecei a descer as escadas comecei a sentir os pingos de chuva caírem sobre meu rosto.

Subi em minha moto e acelerei com toda força possível.

CHLOE

— Você está bem? — Sophie me perguntou segurando meu rosto entre as mãos.

— Sim... eu estou. — me levantei e ajudei Sophie a se levantar.

— Por que ela é tão teimosa e cabeça dura? Custava ser mais tranquila? — Wesley suspirou fundo enquanto a festa voltava ao normal.

— Ela vai ficar bem, né? — até mesmo a esposa dele estava preocupada com toda a cena que uma única mulher poderia causar.

— Você conhece ela Wes, ela nunca mudou, desde os 17 ela é assim. — digo brincando e ele solta um leve sorriso.

— Tem razão, mas vocês estão bem, certo? A pequena Ária está bem? — passo a mão em minha barriga sentindo ela chutar e sorriso.

— Tá bem agitada, na verdade. — ele coloca a mão sobre minha barriga e um enorme sorriso surge em seu rosto.

— Não vejo a hora de ser os nossos. — diz ele sorrindo ansioso para ser pai.

Me sinto cansada e meus pés começam a doer, toda aquela briga me cansou e eu não to a fim de ter a Ária tão cedo... cochichei no ouvido de Sophie e nos despedimos de Wesley e da esposa, entramos no carro e Sophie foi dirigindo o caminho inteiro com a mão em minha barriga.

III Escolhas (português BR)*Onde histórias criam vida. Descubra agora