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LEONA

~Wes?...
~O que quer babaca?
~Me perdoe por aquilo... você é o único amigo que eu tenho...
~Onde você está?
~No meu apartamento.
~Ta, tô indo aí.

Wesley me conhece há anos e sabe o tanto de merda que eu faço, o tanto de vezes que já dei mancada com ele, essa não foi a primeira vez que a gente saiu no soco, mas foi a primeira vez que a gente fez isso no colégio.

Não demorou nem meia hora e ele estava batendo na minha porta com uma dúzia de cerveja, ele entrou e se sentou no sofá enquanto eu abria uma caixa e jogava uma cerveja para ele.

— Você ainda vai pro colégio depois da suspensão? — abri minha cerveja e brindei com ele me sentando no chão em frente a ele.

— Não, eu vou dar um tempo em tudo, a gente já tá no final do ano, já fechei minhas notas mesmo. Acho que não faz mal ir embora agora, então. — bebi um gole e ele fez o mesmo, mas me olhou por alguns segundos tentando entender meu pensamento.

— Você não vai fazer o que eu tô pensando, né? Você é doida, vai perder a formatura, a cachaça e as garotas! — ele estava convicto que iria pegar muitas meninas na formatura do terceiro.

— Meu amigo, única garota que eu realmente quis algum dia, não me quer e acha que eu sou uma psicopata. — ele me jogou mais uma cerveja e abrimos ao mesmo tempo.

— Bom, se acha mesmo que fazendo isso você vai ficar melhor, já fui com você para lá várias vezes e tenho que dizer que você sempre fica melhor lá. — me levantei terminais minha cerveja e colocando a lata na mesa de centro.

— Então é isso, vou arrumar minhas malas. — digo esticando as pernas e indo até meu quarto.

— Vou te ajudar. — ele termina a cerca e vem atrás de mim.

— Tem alguma música para esse momento? Ou tá com a cabeça vazia?. — tiro minha mala do guarda-roupa e a abro sobre a cama.

— Tem uma Half Light. — Wes pega o celular, coloca música enquanto eu coloco minhas roupas na mala.

It make me feel nervous
You have that look in your eyes
Oh what' takes over
What is it that holds you tonight?
An you can tear it up
Oh no one tears it up like you
Oh you can rip it up
Oh no one rips it up like you

When you in half light
It is not you I see
And you'll live a half light
You only show half to me
...

— Man, essa música é triste! Você quer me deixar na bad? — pergunto jogando um travesseiro nele.

— Desculpa, eu adoro essa. — diz ele pegando o travesseiro e jogando de volta.

CHLOE

— Hey, o que tá fazendo? — Sophie perguntou abaixando o livro que estava cobrindo meu rosto.

— Lendo... — digo com a voz manhosa.

— Para mim, você tava dormindo. — ela deixa o livro sobre meu rosto.

— Quer sair depois do colégio? — perguntou ela.

Nós estávamos debaixo da árvore no fundo do colégio, ela estava sentada e eu estava deitada no seu colo.

Após ler alguns livros de estudo eu acabei dormindo um pouco enquanto ela estava ainda estudando, ela tirou o livro do meu rosto e me beijou, eu sabia que estava apaixonada por aquela garota, mas dessa vez não é algo platônico.

— Claro. — respondo sorrindo e me sentando ao lado dela a beijando.

— Você é tão linda, esse seu olhar, seus olhos castanhos e seu rosto tão desenhado, esse sorriso que eu adoro... — ela me enche de beijos e eu abraço forte agradecendo internamente por ser ela.

LEONA

No caminho do aeroporto, minhas mães estavam tão agitadas conversando sobre basquete e atualidades, reclamando do governo, sobre tudo, na verdade, aquilo tava bem chato. Wes tava comigo no carro, nós estávamos tentando conversar, mas minhas mães estavam bem impossíveis.

— Leona presta atenção! — Camille me chamou fazendo eu tirar o foco de um vídeo que o Wesley me mostrava.

— Oi mãe, perdão. — tiro os fones de ouvido prestando atenção em minha mãe.

— Vai para Monique? — ela perguntou me olhando pelo retrovisor.

— Acho que sim.

Depois que chegamos no aeroporto eu desci minha mala e minha mochila, minhas mães desceram do carro e me acompanharam até o portão de embarque, após me despedir delas chegou a hora de me despedir de um irmão.

— Não precisa voltar não. — eu sabia que ele estava triste, mas não ia desfazer a pose de grande homem.

— Não quero voltar mesmo, você só me dá trabalho.

— Leo, só se cuida, tá... você é muito cabeça oca e sei que vou ter que acabar pagando resgate para te trazer de volta, quer dizer, passagem. — rio da piada e o abraço forte.

— Um abraço vindo de você é bem inusitado. — brinca ele ainda me abraçando.

— Ninguém é tão ruim assim. — o solto e ele me olhou quase chorando.

— Cara, é só alguns meses, não precisa chorar.

— Para véi, não sou homem de chorar. — brinca ele fazendo cara de bravo.

— Eu vou voltar, prometo. — digo uma última vez às minhas mães e a Wes que estavam me observando de longe.

E assim que entrei no avião eu sabia que tudo iria ser novo.

III Escolhas (português BR)*Onde histórias criam vida. Descubra agora