SOFREGUIDÃO

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Vejo
solenemente
A rainha
veemente
descontente
E o comovente
Entoar dos pássaros ouço

O teu olhar bárbaro
A tua boca damasco
O teu despreparo
O teu coração fraco (de tanto bater) ouço

E O porque és incapaz de amar, vejo.

Quebrando a maré
Tu és a mulher que veio
   Salvae-me,  solicitou 
E então a salvei

Primeiro o delicioso chá
Depois o ludíbrio amar ao chão
A reciprocidade no olhar
Quando vi já era paixão

O descontentamento deu-lhe
Um desconto
Nos lábios o mais lindo retrato
Da felicidade
De tanto sonhar-te andava tonto
Exatidão que  não fazia parte da  minha realidade

A tua máscara vejo
A tua tristeza sinto
O teu corpo de mulher desejo
Aos teus ouvidos minto
Ao tamanho que te quero

Então me desfaço
No caminho que traço até você
O seu eu rescindir
Já não depende só de mim

A minha fragilidade
Busca o aconchego e a verdade
Onde o medo não prevaleça
Onde o eu com seguridade esmoreça  (de tamanha é felicidade)

Mas tu és sofreguidão
A rainha da intolerância
Dos teus( bens materiais) não abre mão
E me fisga a esperança

E para o amor que cresce
E que de tão pouca expectativa se abastece
Enquanto um se encontra na dor
O outra se fortalece na prece

Rogo ao meu senhor
Quanto ao desejo carnal
Para que teu ser floresça
E que eu não morra desse mal



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