A vida me tira toda e qualquer expectativa com suas garras felinas
A corda do tempo se arrebentou e as horas passam lentamente pungente
A menina refletida no espelho eloquente de alma sente o iluminar do candeeiro queimar lhe a epiderme.
O rosto angelical o olhar rasteiro observa o fogo purificar-lhe a sua visagem como num ritual costumeiro.
Quero que arranque-me o pecado dos meus agrados
Os amores abomináveis
Os sonhos irrecusaveis
Os desejos tão desejosos
Destarte tão penitentes
Em minha mente insistentes
Purifique-me candeeiro com toda tua luz
Em uma tarde gris me reduz A cinzas
Para quê eu possa renascer e voltar a cair em tentação e o meu ser de júbilo se encher E com tamanhas perversidades eu possa vir a me arrepender
Porque eu sou a bondade e a maldade Eu sou o retrocesso por vezes incerto
E não quero viver se não para morrer com a minha própria dor