lúcιғer 💮 мυĸe

11 capítulo

Caminhei algumas quadras com Calum até chegarmos a uma floricultura cercada por girassóis.
Eu fiquei impressionado com a paz que aquele lugar me trazia, Calum foi me levando cada vez mais fundo naquele labirinto verde e amarelo até chegarmos em um banquinho bem afastado.
Eu nunca me aventuraria por ali, porquê;
1• sou sedentário pra caralho e morro de preguiça de fazer caminhadas.
2• não fazia a mínima idéia de que aquele lugar maravilhoso existia em Sidney.
3• morro de medo de labirintos.
4• morro de medo de ser assaltado, esfaqueado ou estuprado, tanto que nem estava confiando em Calum agora.
5• esse 4• motivo é brincadeira, mas é verdade.

Calum me indicou para sentar e assim o fiz, me jogando no banco e passando a mão pela minha testa, tirando o suor que estava ali e soltando um longo suspiro.

"Caralho, que viagem."

"Sedentarismo é foda."

Calum disse se sentando a meu lado, eu o empurrei e fiz minha típica cara de puto. Calum sabia que aquilo era uma puta farsa e nem dava mais moral.

"Sim, o que você quer conversar com a minha pessoa?"

Sentei de pernas cruzadas assim como Calum, Calum encarou meus olhos de uma maneira tão profunda que parecia que ele podia ler a minha alma e ver todas as merdas que eu fiz no passado.

"O que caralhos aconteceu na cafeteria?"

"Como assim?"

Comecei a roer minhas unhas, uma das minhas manias quando eu estava nervoso. Calum me olhou com deboche e deu um tapa na minha testa.

"Você praticamente espancou Luke porquê ele havia falado com o Ashton. Você tá louco?"

"Ah, foi?"

Calum estava se preparando pra me dar mais um tapa, mas eu fui mais esperto e me entreguei.

"Eu fui errado, eu sei. Mas a culpa foi toda dele."

Falei com tom infantil, fazendo Calum rir.

"Por quê a culpa foi dele?"

"Porque... Porque..."

Procurei palavras para explicar a vergonha que eu passei. Ninguém sabia do que havia acontecido há dois anos atrás. Eu morria de vergonha de citar aquele fato novamente.

"Fala logo, vadia."

Calum já estava perdendo a paciência comigo e eu engoli em seco.

"Eu o amei, Calum. E é uma falta de vergonha na cara ele tentar seduzir o Ashton da forma que ele me seduziu. Eu não quero que ele faça o mesmo que ele fez comigo, com Ashton."

"E o que ele fez contigo? Te machucou?"

"Calum, você não entenderia..."

"Vai te foder, Michael Gordon Clifford."

Calum citou meus sobrenomes e quando Calum cita meus sobrenomes, o bagulho fica sério.

"Eu te conheço desde quando você tinha uma fanja maior do que sua cara. Eu te conheço a oito anos, Michael. Oito anos. E você não confia em mim? Eu conheço sua família inteira, você é um irmão pra mim. Eu te amo mais do que tudo e você não confia em mim?"

"Amiga, não precisa desse teatro pra cima de mim agora."

"Então fala, cão."

"Mas o babado é frenético, não tenho coragem."

"Ou você fala ou eu vou embora."

Calum foi se levantando e eu puxei seu braço, o fazendo bater de bunda na madeira gélida do banco.