HOUSE OF MEMORIES - Brallon

THAN IF YOU WERE ALONE

*trigger warning ??**

  Acordado de madrugada de novo, e se a noite passada tinha sido alarmante, essa foi pior.

  Acordei com uma mensagem da Breezy.

  Breezy Weekes, a.k.a minha esposa e mãe dos meus filhos.

  Talvez quando mencionei o nosso casamento tenha sido um eufemismo, as coisas estavam piores do que eu esperava.

  Ela havia ido "viajar" para a casa da mãe dela, com as crianças, e eu claramente não sou tão ingênuo a ponto de não saber que ela queria ir embora.

  Eu queria poder protestar contra isso, pedir as crianças de volta, mas eu era muito covarde pra isso.

  E estava muito cansado, todos os dias, de acordar de madrugada depois de um sonho com o Brendon...digamos que... peculiar.

  E me culpar de todas as formas possíveis depois disso.

  Agora outra preocupação envolvendo o Brendon, 4 dias, para a viagem ao Brasil, e se não fosse o suficiente minha esposa resolve me contactar.

"Não me espere, não vou mais voltar, gostaria de pedir desculpas, mas o único que me deve desculpas é você. Eu não sei quando você se tornou tão distante, de mim, das crianças, Dallon eu não sei o que está acontecendo, já te perguntei, mas estou cansada de receber "nada" como resposta, eu sei que é alguma coisa Dallon, mas eu cansei de perguntar. Eu não quero mais saber. Eu te amo, e queria que as coisas tivessem sido diferentes."

Merda. Merda. Merda

"Eu tenho o direito de ver as crianças."

"Me surpreende o quanto você não se importa."

"Eu me importo"
"Eu só estou cansado demais agora"

"Você sempre está, deve estar cansado demais para as crianças também, elas ficam comigo"

Merda. Merda. Merda

  Eu não sou de chorar, mas não tinha qualquer outra coisa que eu podia fazer naquele momento, eu me sentia fraco, impotente, culpado.
Eu me odeio. Eu estraguei tudo. Isso ecoava na minha cabeça com cada vez mais intensidade. Não poderia estar acontecendo de novo, eu tinha melhorado.
Você estragou tudo.
Nunca vai ver seus filhos de novo.
Me sentei no chão, senti lágrimas quentes escorrerem pelo meu rosto, e o gosto salgado delas entrando na minha boca.
Eu estava sendo aterrorizado por aqueles pensamentos de novo.
Aquelas mesmas vozes.
Resolvi não esperar isso piorar, e deixar meu medo de parecer ridículo de lado.

"Ryan? pode vir aqui?"

"Ahm, eu não sei... pq doido??"

"Não estou bem"
"Tá acontecendo de novo"

"Aguenta aí, tô indo"

  Acho que aquilo me acalmou um pouco.
Minha respiração foi voltando ao normal, mas eu continuava chorando.

  Pouco tempo depois o Ryan entrou, ele sabia que não precisava de permissão nenhuma.
Ele me viu flectido no chão do meu quarto, e se agachou do meu lado.

- Como você está?

- Péssimo.

- Aconteceu alguma coisa?

  Entreguei meu celular para o Ryan com as mensagens com a Breezy abertas e vi seus olhos se arregalarem.

- Dallon... eu... sinto muito cara

- Ela já tinha ido, eu devia ter esperado que ela não voltaria

- Não se culpe por isso Dall, só você sabia sua condição...

- É, eu sei, mas que é a minha culpa é, eu não acredito que deixei as coisas chegarem nesse ponto Ryan, ela foi embora.

- Talvez era pra ser... tira um tempo pra si mesmo, cara, as coisas vão se ajeitar logo, em 4 dias nós entramos em tour! Tem noção do quão incrível isso é? Na América do Sul, Europa e ainda Austrália e Japão.

- É... eu sei, é incrível, você tem razão.

  E o Ryan sempre tinha razão. As vezes eu realmente não sei o que eu fiz pra merecer o Ryan, ele é o melhor amigo que eu poderia ter.
Eu já estava mais calmo, então o Ryan me ajudou a me levantar e fomos para um restaurante italiano almoçar, conversar mais sobre a tour e fazer piada com as coisas.
O Brendon nem se passou pela minha cabeça, eu acho que isso é um avanço... certo?