. CRIANDO LAÇOS

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- O que te deu ontem, hein? Vitória me cercou no estacionamento assim que eu cheguei à escola no dia seguinte.

- Acho que a comida não me fez bem. Menti. Não falaria para ela sobre a mulher misteriosa, já bastava o problema com os sonhos.

- Tá bom, vou fingir que acredito. Mas então, e você e o Kinn?

- O que tem a gente?

- Estão juntos, né?

- Eu não sei ainda.

- Falando nele... Vitória fraseou. Kinn vinha caminhando em nossa direção.

- Oi.  Ele sorriu.

- Oi.

- Você está melhor?

- Estou sim, acho que foi algo que comi.

- Ei Vitória, tudo bem com você?

- Tudo bem Kinn. Liza, eu vou indo na frente, fiquei de pegar umas matérias com a Laura. Ela inventou uma desculpa para nos deixar a sós e saiu.

- Liza, queria saber se você gostaria de jantar comigo hoje? Kinn me convidou para sair.

- Kinn, não me leve a mal, mas apesar de ser bem grandinha, estou proibida de sair de casa à noite. Essa regra começou quando um maníaco começou a atacar as meninas da região. Saio à noite quando meus pais permitem e eles me levam e buscam nos lugares. Não me vejo sendo levada para jantar com você por eles. Na verdade, seria bem constrangedor. Desculpe.

Ele pareceu congelar com meu comentário sobre os ataques. Mas, o fato é que conhecia somente algumas coisas sobre ele, não o conhecia totalmente, então existiam pontos de luz e sombras na sua personalidade, e com essa história do maníaco não me sentia segura para apostar no caráter das pessoas, apesar do convite ter sido irresistível. Estava torcendo para que ele não insistisse.

- Tudo bem, não tem problema, eu entendo. Então vamos fazer o seguinte, vamos marcar de estudar na minha casa, eu estou precisando mesmo de ajuda em algumas matérias, se você não se importar. Sorriu galanteador.

- Não sei.

- Por favor. Estou mesmo precisando de ajuda, não quero ser reprovado. Como previa, não consegui resistir por muito tempo.

- Tudo bem, pode ser. (Devia estar louca).

- Poderíamos estudar amanhã depois da escola. Ele sugeriu.

- Ok.

- Já vi que fizeram as pazes, né? Vitória me questionou quando entrei na sala sorrindo.

- Nós não tínhamos brigado. Ele me pediu para ajudá-lo com os estudos amanhã na casa dele.

-Você sabe que essa cantada dos estudos está ultrapassada há séculos, né?! Mas isso quer dizer que ele está super a fim de você.

- Vi, vou precisar de sua ajuda nisso. Meus pais não vão gostar nem um pouco de saber que vou estudar na casa de um menino da escola, ambos sozinhos, principalmente com esse maníaco à solta, então vou falar que vamos estudar juntas, ok? Você me acoberta.

- Relaxa, sou uma ótima atriz. Está achando que as aulas de teatro serviram pra quê?

O professor entregou a prova. Saímos alguns minutos depois, minha cabeça estava doendo de tanto pensar, mas valeu a pena, tive uma sensação de que tinha me saído bem.

- Então meninas, se saíram bem no teste? Bruno perguntou curioso já no corredor.

- Acho que sim. Falei e Vitória também afirmou com a cabeça.

Herança de Sangue - A batalha de ElfhameOnde histórias criam vida. Descubra agora