Prólogo

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Foi no aniversário do Jimin que a minha vida mudou

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Foi no aniversário do Jimin que a minha vida mudou. Era para ser mais um dia fazendo o que sempre fizemos nos anos anteriores. A data comemorativa mais importante para ele, que o deixava extremamente feliz e ansioso para celebrar, não foi tão boa assim por um instante.

Eu o aguardava, como de costume, na praça observando a fonte de concreto naquela tarde fria de outono. Senti braços me envolverem na cintura, um rosto se esfregar em minhas costas com carinho e um manhoso "Taehyungie~". Seu típico cumprimento que jamais me cansei.

– Feliz aniversário, Jiminnie – afaguei sua mão.

– Feliz aniversário para mim! – me soltou, sorrindo largo e erguendo os braços feito uma criança. Nem parecia estar completando vinte anos – a maior idade e a abertura da temporada de "encontrar sua alma gêmea". O cabelo redondo não lhe dava ar de maturidade, mas eu não ligava, ainda era lindo aos meus olhos. – 'Tô doido pra tomar um sorvete e dos grandes, cada bola de um sabor diferente – gesticulou exagerado. – Ah, e calda. Talvez chantili, raspas de chocolate...

– Desculpe quebrar seu sonho, mas não pode comer tudo isso – ele me encarou feio.

– Posso sim e você vai pagar – balançou meu braço.

– Eu sempre pago no seu aniversário – enfatizei.

– Eu sei, mas gosto de te lembrar disso – sorriu travesso.

Quando Jimin desceu a mão para entrelaçá-la com a minha canhota, muita coisa aconteceu ao mesmo tempo. Naquele horário, o fluxo de pessoas aumenta consideravelmente, então, um amontoado surgiu e esbarrou em nós dois. Um calor dominou meu coração, me deixando tonto. Jimin parecia assustado comigo, seu rosto brilhava. Minha visão embaçou, a quentura se estendeu para meu braço, cambaleei quando parou em meu dedo menor que queimava junto com meu músculo bombeador de sangue, que começou a doer. Caí no chão ofegando, meu melhor amigo até tentou me segurar, porém fui brusco demais e o levei comigo.

– Tae, o que foi? – perguntou cansado.

– Alguma coisa 'tá me machucando – me apoiei nas mãos. – Eu não sei o que é... – parei, fitando a linha vermelha que circulava meu dedo. – O quê...? Mas... Mas como?!

Lembro bem do pânico que entrei na hora, afinal, havia encontrado minha alma gêmea sem saber e a perdido sem notar. Levantei-me rápido olhando para todos os lados procurando se mais alguém estava tão abatido quanto eu. Ninguém, além de Jimin, se encontrava no concreto respirando pesado. Será que a correria do dia-a-dia não fez a pessoa sentir certo incômodo?

Ajudei o moreno mais baixo que eu a se levantar, estava com as irises muito escuras. Puxei sua mão esquerda, o dedo mindinho não tinha a marca rubra.

– Pensou que fosse eu? – indagou, mirando-me receoso.

– Sim, era uma possibilidade – respondi de imediato. Ele riu sem graça.

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