Epílogo

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Em uma semana, passei por mais exames do que em toda a minha vida

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Em uma semana, passei por mais exames do que em toda a minha vida. Não precisei perguntar para saber que estava no Centro de Pesquisa. Quartos e corredores completamente brancos, me lembraram de minha visita a Jimin no hospital. A ala onde estava era muito parecida com aqui.

A cada resultado que retorciam levemente o semblante e não me contavam, eu comecei a notar o que estava acontecendo. Pouco se surpreenderam quando os relatei das dores e sensações estranhas que tenho tido ao longo dos cinco anos. Apenas assentiam e me lançavam olhar de pena. Então, hoje mais cedo ao me contarem o que era, nem esbocei qualquer reação contrária a indiferença. Eu já havia chegado a essa conclusão. Só queria que me contassem como Jimin estava, mas sequer queriam tocar no assunto.

Após a conversa, me deixaram sair do quarto sozinho e esperar até que alguém me chame. Vaguei pelo branco do local, pensando no nada e, ao mesmo tempo, no meu tudo: a pessoa mais importante da minha vida. Ele ainda está vivo, porém até quando? Seu tempo está contado e o meu para vê-lo antes de partir também. Nem me importo mais em ter respostas, estar com ele é o que mais quero agora.

Sentei-me em um banco isolado, num corredor largo e vazio, como uma área de espera. Fechei os olhos mantendo a respiração normalizada, entretanto, desde o dia em que fomos aos Arquivos, a ansiedade tem me perturbado mais do que nunca agora, sabendo que não existe reversão. Os minutos se vão e eu tenho envelhecido espiritualmente. Minhas células vêm se retraindo e perdendo a força. Meu coração se encolheu nestes dias, me exaurindo como uma gripe. Preciso de Jimin.

– Se não se importa, estou me sentando aqui – a inigualável voz de Min Yoongi me acertou pela esquerda. O banco balançou um pouco. Mantive as pálpebras cerradas. – Sinto muito, Kim. Tudo que eu fiz foi para manter vocês dois seguros. A princípio, eu não sabia que era a alma gêmea dele. Suspeitei naquele dia na cafeteria. Jimin dizia a Han-seonsaengnim que devia ter esbarrado em sua metade e nem notara, mas quando o pressionei, acabou revelando – ouvi seu suspirar. – Estávamos indo bem. E para quem sempre esteve em contato com quem não devia, ele resistiu bastante. Se fosse mesmo apenas um esbarrão, quem sabe, viveria até os quarenta anos sem voltar a se encontrar com seu "destinado" – riu, mas foi de amargura.

Tantas perguntas me rodearam, contudo, somente uma parecia suficiente.

– O que é "incompatibilidade sanguínea"? – indaguei, soprado. Alguns anos de minha vida se esvaíram.

Min ficou em silêncio por um tempo. Abri meus olhos para o mirar. Olheiras e irises incertas. Está abalado. Só que pelo o quê?

– É a rejeição das células sinalizadoras – explicou, simplista. – Lembra-se de algumas histórias de doenças causadas por vírus, bactérias, entre outros elementos? Imagine um organismo totalmente saudável, mas que está na exceção da sociedade ao não aceitar determinada substância e esta lhe faz extremamente mal. Basicamente, as células que carregamos são autoconscientes por conta da alteração genética que sofremos, que as programou para atrair e identificar sua sequência de RNA. Sabe, a incompatibilidade é como a antiga conhecida como "alergia", só que extremamente fatal. O sangue foi designado a ser aquele que sinalizará com a marca no dedo no momento da combinação, porém é o primeiro a prejudicar o indivíduo neste estado. Depois vem as confusões de funções do corpo que param de funcionar adequadamente ou invertem seus papéis. É como um computador infectado com vírus.

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