Conversa em vermelho

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Foi realmente difícil me acalmar e pensar direito depois da exposição, mas eu consegui

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Foi realmente difícil me acalmar e pensar direito depois da exposição, mas eu consegui. Não importa se Jimin não me considere mais seu melhor amigo e confidente, eu vou cuidar dele e me intrometer em seu trabalho para seu próprio bem. E, obviamente, que a pedra chamada Min Yoongi estaria no meu caminho. Por mais de uma semana, fui impedido de ver meu baixinho favorito. Min sempre aparecia na recepção como se me farejasse. Um dia, a própria enfermeira – avisada por ele – me barrou.

Hoje, por sorte, não há ninguém na recepção. Mas, por precaução, corri abaixado para o elevador. A cada abertura da porta, pessoas entravam e eu ficava apreensivo. Torci para que Yoongi não estivesse entre elas. Sai no andar indicado pela enfermeira na primeira vez que vim. Não havia placa alguma que informasse qual ala era, só brancura e silêncio. Estranho. Andei cautelosamente esperando não ser pego procurando o quarto de Jimin. Estava tão tenso que quase matei a flor que tenho comigo, ao apertá-la. Parei diante da porta e respirei fundo.

Que não esteja entubado.

Bati, recebi uma confirmação para entrar, então, abri. Ele estava sentado escrevendo algo num caderno, o tablet estava ao lado com a tela acesa e a bolsa aberta no chão tinha um livro e papéis.

Sério?

– Hyung, pode me falar mais sobre o... – diminuiu a voz quando me avistou. – O que está fazendo aqui?

– Vai me cumprimentar dessa forma? – falei com desgosto. Fui até o armário de cabeceira e coloquei o vasinho da azaleia vermelha ao lado dos óculos. – Vou te dar mais uma chance para se corrigir – puxei uma cadeira.

– Por que trouxe essa flor? – olhou-a de esguelha.

– Para te entregar? – respondi, como se fosse óbvio. – Parece que ela terá outra função – estudei o cômodo sem cor e sem graça.

– Sabe o significado dela? – me encarou intensamente.

As olheiras sumiram, sua pele voltou a ter a tonalidade saudável que senti falta, o rosto não estava tão magro, mas os lábios continuavam secos. Se este é o mais próximo do Jimin de dois anos atrás, então é o bastante para mim.

– Sim, eu sei – sorri. – A trouxe justamente por isso.

– Não devia estar aqui – abaixou o olhar, batucando de leve o lápis no caderno.

– Chega, não vamos começar a discutir a mesma coisa de novo – passei as mãos por meus fios cinzentos. – Você não devia estar trabalhando também – arqueei a sobrancelha. – Eu te "faço mal" e essa pesquisa não? Hipocrisia pura do Min.

– Preciso terminá-la, Tae. É para o seu bem – falou sério.

– Mesmo? E o que você tem? – indaguei, não o tirando de minha visão. – Se me responder resfriado, eu juro que te bato sem piedade.

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