– Tae, está livre na quinta? – Jimin brotou no salão alugado como se fizesse parte da equipe de arrumação.
– Bom, tenho que organizar uma exposição para daqui a três semanas – respondi, foleando o modelo do portfólio a ser entregue no dia.
– Os outros podem muito bem cuidar de tudo por um dia – balançou o corpo, inconformado.
Quando faz esse tipo de manha, é porque precisa que eu o acompanhe.
– Tudo bem, mas terá de me ajudar aqui depois para compensar – ele coçou atrás da cabeça, estreitando os olhos.
Olheiras, ainda mais marcadas que antes.
– Não reclama, você que quer saber mais sobre minhas descobertas – fez careta.
– Oh! – fechei o encadernado. – Vai me incluir em suas práticas ilícitas?
– Haha, que engraçado – ironizou, seguindo meus passos. – Só vamos ver uns amigos meus e, quem sabe, arrancar informações – riu, travesso.
– Jiminnie, não ponha suas amizades em risco por puro interesse profissional – parei diante das caixas com pinturas e esculturas para averiguar as que haviam chegado.
– Não é profissional, é maior do que eu – arrastou a voz e se enroscou em meu braço. – Você pode acabar gostando do assunto que abordaremos, 'tá? Tenho que ir, te mando uma mensagem mais tarde – e beijou meu pescoço rapidamente.
Travei onde estava por um momento. Os lábios macios e molhados contra a minha pele, a sensação de quentura do milissegundo de respiração agitando meus pelos, o branco em minha mente, a falha de minha pulsação, o revirar em meu estômago... O que está acontecendo? Sempre mantivemos contatos físicos um com o outro, mas por que agora foi diferente? Bom, fazem meses que não nos abraçamos de verdade e eu sinto falta disso. Tem sido apenas toques de mãos leves em dias de correria do menor e meus, ainda mais com todo esse evento beneficente. Desacostumei-me com seus toques mais íntimos?
Quando sai de orbita, ele já tinha ido. Voltamos a estaca zero com encontros breves. Pelo menos, daqui a uns dias nos veremos mais que por cinco minutos.
« Ɵ »
Um funcionário do governo e um médico. Em outras circunstâncias, estaria contente pelas amizades incríveis, mas eu sei que são só para conseguir algo ou perto disso.
Park Jimin, não seja falso.
Fiquei em frente a cafeteria repensando sobre o que me contou por mensagens enquanto o aguardava. Naquela tarde, o sol de verão do final de agosto estava em seu auge, queimando e cegando quem não se protegia. Embaixo do toldo ainda estava quente, quase me arrependi das roupas que escolhi – uma camisa quadriculada sobre uma blusa lisa, calça jeans e tênis –, mas Jimin havia me dito para ir bem vestido, como se fosse ter um encontro romântico descontraído. Não entendi o porquê, mas não questionei. Ajeitei as ondas de minha franja acinzentada por distração. Um ser se aproximou, rindo soprado.
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RED RING • Vmin
FanfictionTodas as pessoas têm sua alma gêmea. Elas podem se esbarrar dobrando a esquina ou em uma fila de supermercado e, quando se encontram, um círculo vermelho envolve o dedo mindinho esquerdo dos indivíduos sinalizando que estão destinados. Taehyung enco...