Capítulo 25

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Era pouco mais de seis e meia da noite quando Enrico trouxe Igor de volta para casa. Logo ao se despedirem, Helena apareceu no quarto (saindo da minicozinha) e o cumprimentou sorrindo.

— Onde está a Irina? — Ele sente sua falta.

— Ela saiu para andar mais uma vez pelo hotel — Falou — Achei um pouco estranho, mas não dei tanta atenção.

Irina havia saído novamente pois disse que precisava conhecer um pouco mais do local (ela pediu ajuda de Enrico, que logo se dispôs a lhe ajudar (conhecendo bem o local)). Mesmo que já estivessem ali por um bom tempo, seria essencial ao menos uma vez sair para ver como tudo funcionava.

— Ela sempre teve essa mania de sair sozinha e querer conhecer os lugares. Eu torço para que nada de mal lhe aconteça.

— Ela saiu há pouco mais de vinte minutos — Explicou.

— Como o hotel é grande, então, não tive a sorte de encontrar ela — Deu de ombros.

De todos os dias aos quais já estavam no hotel, Helena havia saído pouco mais de cinco vezes, apenas para ver o que eles tinham de bom e, encontrou inúmeras coisas. No andar de baixo havia um mini shopping para um divertimento de pessoas ricas e no último andar algumas salas de guloseimas, seguidas de alguns pontos para que as pessoas pudessem se alimentar — de fato o local era realmente grande, mas tudo isso era para manter as pessoas aos arredores e não sofrer nenhum tipo de assalto caso quisessem sair durante a noite.

— Como foi hoje? — Helena sentou-se na cama, ficando de frente para ele, que ainda estava na cadeira de rodas, usando sua habitual roupa (nessas últimas semanas), um calção e uma camiseta, ambos largos e confortáveis.

— Um dos dias mais cansativos, mas já estou bem — Respirou aliviado. Espreguiçou-se.

— O tratamento está dando resultados? — Helena perguntou curiosa — Eu sempre estou na torcida!

— Eu estou sentindo algumas mudanças positivas, principalmente quando ele faz alguns testes com as agulhas. Eu já as consigo sentir bem melhor que antes. O Doutor me falou que minha sensibilidade está quase cem por cento.

— Isso é a melhor coisa que posso ouvir — Ela disse alegre.

— Mas ainda não sei se estou realmente feliz...

— Por que diz isso?

— Há algo que ainda está faltando em mim — Suspirou.

— O que seria?

— Eu não sei ao certo, mas...

— Você precisa ser mais confiante — Disse.

— Mais do que já estou sendo!?

— Você diz que está sentindo falta de algo, mas não sabe o que é....

— Você já se sentiu estranha e ficou pensando que dentro da sua casa poderia ter pessoas querendo o seu mal!? — Ele a olhou de uma forma enigmática.

— Está se referindo a sua mãe?

— Também, mas — Fez uma pequena pausa e com um pouco de força fez a cadeira ir para a frente, se aproximando um pouco mais de onde Helena está sentada — Eu sinto que a minha mãe nunca me amou de verdade — Falou — Aquela noite em que ouvi ela falar aquilo, doeu como se uma faca estivesse entrando em meu peito e depois remexido, arrancando o restante do amor que eu sentia por ela.

— Você consegue imaginar o porquê de ter agido daquela forma? — A jovem achava que algo mais sério poderia ser o fator disso.

— Não!

Uma Chance Para Viver - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora