Dilemas de um irmão mais velho.

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"Conheço seus olhos num sol da manhã
Sinto que me toca numa pesada chuva
E no momento que você vaga pra longe de mim
Eu quero sentir você em meus braços novamente."


Shawn Mendes

Enquanto Emily estava no banho, eu me certifiquei de procurar algo confortável para ela vestir; separei uma camisa de algodão, uma cueca boxer e outra jockey shorts, caso ela quisesse usar como short. A ideia de convidá-la para ficar aqui foi totalmente de improviso, quando falei que precisaria ir na casa dos meus pais e ela mencionou ir embora, eu apenas não pude lidar com a ideia de deixá-la ir, o que é totalmente insano, mas parece que do ponto que estamos, eu não tenho mais uma rede de segurança que me ampare da queda livre. Emily não sabe, mas tudo o que eu tenho feito desde que voltamos a nos ver, gira em torno dela. Aos pouquinhos, ela foi ocupando um espaço na minha vida que eu não tinha percebido estar vazio há um tempo.

E desde então tudo parece ter ganhado uma graça maior, tem aquele frio na barriga, a ansiedade de quando eu estou perto de vê-la, a saudade antecipada quando eu preciso partir ou o prazer da companhia dela. Sorrir se tornou mais fácil, compor se tornou mais fácil, sentir se tornou mais fácil.

- Shawn, você se perdeu em meio a todas essas roupas caras? - despertei do meu devaneio com a voz dela. - Caramba, eu sei que deve ser muito bom ficar admirando as próprias roupas, cujo o preço alimentaria toda uma nação de algum país pobre do oriente médio, eu também estaria fazendo isso se tivesse suas roupas, mas eu gostaria de me trocar.

- Você me acha tão fútil assim? - sua risada próxima, indicando que ela estava vindo até mim. Eu sabia que ela estava brincando, seu tom zombeteiro indicava isso.

- Não, para um leonino até que você é humilde. - me virei para ela já com as roupas em mãos. - Mas só um pouquinho. - Lily estreitou o espaço entre o polegar e o indicador, gesticulando baixa quantidade.

- O que eu posso fazer se sou irresistível?

- Acho que você quis dizer convencido. - ela retirou as roupas das minhas mãos e voltou para o quarto.

A coisa mais fascinante sobre Emily é sua naturalidade, a forma como tudo o que ela fala ou faz soa espontâneo e como isso passa totalmente despercebido por ela, me deixa encantado, como o fato de nesse exato momento, ela está tirando o roupão de banho bem na minha frente sem um pingo de vergonha. Ela não está se exibindo ou tentando me seduzir, não é algo pensado, ela apenas faz, porque se sente confortável na minha presença, e ter essa percepção me faz sorrir. Assisto Emily se vestir sem pudor, enquanto ela tagarela algo sobre o meu signo ao qual eu não estou dando a mínima, não posso prestar atenção em suas palavras quando tenho a visão de suas mãos deslizando uma cueca minha por suas pernas grossas e cobrindo seu traseiro perfeitamente redondo, subindo até os quadris largos. Não consigo prestar atenção porque meus olhos estudam as gotículas de água que os cabelos molhados deixam sob suas costas e em como elas deslizam com lentidão, passeando sobre alguns sinais espalhados por ali. Emily continua tagarelando, enquanto esfrega a toalha nos cabelos para secá-los, até mesmo a forma como ela faz isso é fascinante.

- Você tem as três marias. - solto antes que possa pensar.

- O que? - ela enrola a toalha nos cabelos e faz menção de se virar para mim, mas eu a impeço.

- As três marias do cinturão de órion, você as tem nas costas.

- Mintaka, Alnilan e Alnita você quis dizer? - ela virou o rosto para o lado de forma que eu pudesse ver seu sorriso presunçoso.

Fallin' All in YouOnde histórias criam vida. Descubra agora