"Eu escolho a mim
E eu sei que é egoísta, amor
Você é um sonho
E eu não posso te agradecer o suficiente
Mas eu abro mão de outra parte de mim
Todos os dias que estou com você."
Shawn Mendes.Encarei a casa amarela sentindo uma súbita paralisia das minhas ações, enquanto batucava os meus dedos nervosos no volante do carro. Desde o momento em que a Emily saiu igual um raio e me deixou parado na frente do bar, eu passei a agir em piloto automático, enquanto todas as palavras dela dançavam embaralhadas na minha mente, eu apenas voltei ao lugar para buscar o meu casaco e avisar que estava indo embora sem muitas explicações.
Travei a porta do carro e resolvi seguir até a entrada de casa, instintivamente eu tinha vindo parar aqui e sequer sabia o porquê, apenas dirigi até onde a minha consciência quase letárgica estivesse disposta a me levar. Assim que acendi o abajur da sala, levei um susto com a minha mãe parada ao pé da escada segurando um copo pronta para arremessá-lo na minha direção.
- Mãe! Meu deus, você quase me matou do coração. - a encarei com os olhos arregalados e a mão no peito, vendo que ela replicava o meu gesto.
- Você é quem quase me matou do coração, garoto, eu não tenho mais idade para tomar sustos. - ela suspirou, soltando o corrimão e abaixando o copo. - O que faz aqui a essa hora?
- Eu... - percebi que eu não tinha uma resposta para aquela pergunta, então apenas dei de ombros, me jogando no sofá. - O que a senhora fazia ao pé da escada?
- Estava indo pegar um copo de água quando ouvi o barulho da porta.
- E a senhora não correu? Meu Deus, poderia ser um ladrão.
- Pelo amor de Deus, não temos ladrões em Pickering. - ela revirou os olhos pela minha indignação. - Mas você não me respondeu, o que está fazendo aqui a essa hora da noite? - olhei no meu relógio de pulso percebendo que já passava da meia noite.
- Eu não sei, eu só dirigi e quando dei por mim, eu já estava estacionando na porta.
- Você dirigiu até aqui a essa hora? - encolhi os meus ombros me sentindo uma criança novamente, sabendo que o sermão viria. Mas, contrariando tudo o que eu pensei, ela apenas suspirou alto e me puxou para o sofá, se sentou ao meu lado, segurando a minha mão. - Você quer conversar?
- Eu não sei se tenho o que conversar. - encarei a penumbra do ambiente sem querer olhar nos olhos da minha progenitora e ser descoberto no ato.
- Tudo bem, vou apenas ficar aqui com você, pode ser? - ela alisou no meu cabelo e eu assenti, fechando os olhos para receber de bom grado o carinho. Lembrei das palavras que Emily tinha me dito e um bufo automático saiu dos meus lábios, eu odiava não saber para qual direção seguir, era frustrante essa relação de um passo para frente e dois para trás.
- A Emily e eu brigamos... Eu acho. - suspirei, me jogando para trás.
- E qual o motivo dessa suposta briga?
- Eu chamei ela para sair com o pessoal e estava tudo bem, até encontrarmos a Lauren e a Claire por lá, então ela começou a ficar estranha, inventou uma dor de cabeça para ir embora e depois começou a dizer que não gostava dessa versão dela e que a gente ficava melhor sendo amigos, pois não tinha cobranças.
- Querido. - encarei a minha mãe que soltou uma risadinha. - Ela só está com ciúmes.
- Ah, pode acreditar que ela fez questão de deixar isso bem claro. - ironizo com um ruído anasalado que eu nem sabia ser capaz de fazer. - Ela literalmente disse: "Estou com ciúmes, Shawn, lide com isso", virou as costas, entrou no uber e me deixou plantado na frente do bar igual um idiota sem saber o que dizer. - encarei a minha mãe e ela parecia prender o riso. - Não é engraçado.
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Fallin' All in You
FanfictionEmily Clark sempre acreditou no tempo exato das coisas, como quando você consegue chegar a tempo no ponto de ônibus, ou quando você é o premiado para ganhar uma bolsa térmica na fila do supermarcado, ou quando finalmente você tem sua grande chance p...