•28 de Junho de 2018•Ângelo Adams
Todos os dias eu acordo,vou para escola,faço as mesmas coisas e volto pra casa. Nesse tempo eu sou totalmente invisível pra todos,não que isso seja ruim..mas é meio triste,já que eu nunca converso com ninguém por muito tempo. Hoje é aniversário do Hipólito e seus amigos estúpidos estavam aqui,incluindo Jason,a pessoa cujo eu menos esperava ver aqui,pelo simples fato de Jason odiar meu irmão,sei lá porque. Era legal sair com ele e falar do garoto que atormentava nossas mentes,mas o porque o garoto atormenta que é mais perturbador.
Desde que meu pai morreu,eu venho tendo dificuldades pra dialogar em casa,seja por qualquer coisa. Acaba que eu me excluo de tudo pra evitar estresse. Mas oque eu realmente quero sempre evitar é meu querido irmão mais novo,por dois motivos: Um! Ele me lembra meu pai de todos os jeitos,seja em forma de falar,ou de gesticular com as mão quando está no telefone; Dois! Eu gosto dele! Muito mais do que um simples familiar...e eu tenho sonhos frequentes dos quais eu acordo "animado".
Isso é repugnante e doentio,Porra,ele é meu irmão. Eu só queria ter uma relação normal com ele. Com todos na verdade.
De qualquer forma hoje foi um dos poucos dias que lhe dirijo a palavra.- Feliz Aniversário..Poli - Todos me olharam quando de repente sai do quarto. Não era minha intenção chamá-lo por aquele apelido esquisito,mas foi impulsivo.
- Obrigado...Angie - Ele sempre me chamava assim. Papai criou esse apelido,mas quando morreu,todos pararem de me chamar assim. Sequer me chamavam pra algo.
- Não ia me convidar pra sua festinha? - Dou alguns passos á frente vendo que o bolo tinha sido claramente feito pela mamãe. Tudo é sobre o Hipólito,aargh.
-Não achei que fosse querer vir.. - Era tentador abraça-lo,já que meus extintos me levavam á cometer coisas possivelmente piores sem troca-lo.
- Por que perderia seu aniversário? Que tipo de irmão eu seria? - Eu o abracei e foi tão ótimo quanto eu tinha pensado. Quando o fiz,ele ficou sem reação por alguns segundinhos mas logo me retribuiu. Só então,me desfiz do caloroso abraço.
Depois de assistir a algumas cenas e ouvir algumas conversas,tudo com seus preciosos amigos,eles foram embora me deixando sozinho com Poli.
- Você merecia um presente.. - Ele olhou um tanto surpreso e desconfiado para mim,me deixando desconfortável.
- Está tudo bem,obrigado! - Parou de me encarar,dizendo á mim num tom frio e desinteressado. - Porque isso agora?
- Talvez eu queira pegar uma amiga sua.. - Ri baixo,sozinho pela piada não ter feito sentido ou graça alguma. - Brincadeira..
- É eu sei... Você não gosta de garotas - Ele riu também,passando para trás do sofá. Raramente ele sorria para mim..na verdade ele estava rindo de mim..mas que seja.
- Eeeii - Fui atrás dele, agarrando-o pelo pescoço e o puxando. Cuidadosamente claro. Ele tentava se soltar enquanto ria de desespero. No entanto eu tropeço no pé do sofá,fazendo com que caísse por cima do mesmo no chão.
Nossos rostos estavam tão perto que a minha vontade era de beijar seus belos lábios. Era tão errado pensar daquele forma,mas o olhar dele me atravessava como se dissesse para fazer logo. Não. Eu não posso,fazer isso.
- Angie tá tudo bem? - Disse pelo fato de eu ter levantado assustado de cima dele. "Eu não posso",pensava. E eu realmente não podia.
- Apenas me deixe em paz.. - Me afastei uma pequena distância tentando evitar qualquer tipo de contato.
- Mas eu posso ajudar.. - Pôs a mão sobre meu ombro,e em minha mente veio a imagem de papai sorrindo,e logo,uma de seu caixão no velório.
- Hipólito vai embora.. - Eu disse enquanto tapava meus olhos cheios de lágrimas.
- Mas Ângelo eu– .
- Vai embora Hipólito..sera que você não entendeu? A culpa é toda sua!! Só sua!! - Gritei após interromper sua fala. Ele saiu calado. Provavelmente vai chorar no quarto como sempre faz.
E eu? Eu sempre afasto as pessoas mesmo.., ninguém fica comigo por muito tempo. Acho que ouço a voz do meu pai lá no fundo de algum lugar dizendo pra que eu diga em frente. Mas é difícil demais. Até porque ele não está mais aqui.
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SpRing LOve
RomanceHipólito tem 14 anos, apenas um botão de Rosa prestes a Florescer. Ele se apaixona pela pior pessoa que poderia e agora tem que lidar com as consequências, enquanto um círculo de romance e sofrimento é relavelado lentamente por todos a sua volta. Ma...