Martelos no Porão

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14 de Fevereiro de 2019•

Hipólito Adams

Fazia pouco mais de um mês que Jason estava me mantendo preso,eu acho,já que eu não tinha permissão pra ver os calendários. Sim,eu tenho que pedir permissão para cada passo que dou,e tenho também que limpar,cozinhar,lavar..sirvo de escravo sexual também. Ele tem me observado tomar banho,e se aproveita disso,entrando no banheiro..me tocando... Começou depois que ele me tirou do "Bloco de Concreto" e me levou para dormir com ele no quarto,não na cama,mas eu dormia num cantinho no chão como um cachorro.
Algo que me incomoda é a forma como ele me olha,é como se tivesse perdido totalmente a cabeça e não soubesse oque estava fazendo. Ele sorria largo quando me via chorar,e o olhar dele,me perfura mais do que perfurava antes. Ele me bate se eu o desobedecer..as vezes com tapas..outras vezes com socos e chutes..e ele não para quando vê o sangue escorrer,ele parece querer mais! Eu nunca posso olha-lo nos olhos,e não posso falar com ele a menos que me faça uma pergunta. Tudo piora quando ele está bêbado,é como se tudo que ele não tivesse vontade ou coragem de fazer comigo ainda,viesse a tona. Um dia desses ele me jogou no porão,lugar que eu desconhecia até então,porque eu tinha tropeçado e caído perto das trancas,quando ele chegou pensou que eu estivesse tentando fugir. Ele machucou as minhas pernas com um martelo,e eu tive que fazer as coisas me arrastando nos outros dias.
Me fazia sentar e assistir o Jornal todas as noites,para ver minha mãe e meus amigos dando depoimentos e entrevistas sobre meu desaparecimento e suposta morte. Me fazia encarar sem piscar as partes em que eles choravam desesperadamente, principalmente quando se tratava de Kim.
Era ruim..muito ruim,morar com o Jason. Na verdade "Ruim" parece ser tão pouco pra tudo oque eu ando passando,mas de qualquer forma eu estou dormente,não sinto mais a mesma vontade de morrer como antes,por mais que eu continue me cortando.
Hoje era o dia que eu limparia o porão. Lá era frio,e as luzes não funcionavam muito bem. Tinha uma pilha de caixas,que deviam ser dos outros moradores da casa. Tinha uma escrivaninha,um espelho quebrado e vários martelos,de tamanhos,espessuras,tipos e até cores diferentes. Jason me arrastou para lá,já que minhas pernas ainda não estavam 100%. Quando chegamos ele me empurrou uma escova de dentes e um pano molhado.

- Encontrei uma sujeira na prataria que você lavou. Seu castigo é deixar isso aqui brilhando só com isto que te dei. - Se aproximou rapidamente agarrando meu braço com força. - Poderia ser pior,então da próxima vez preste mais atenção. - Ele começa a subir as escadas e para no primeiro degrau. - Ah..lembre-se do que acontece se você não fizer direito.

Ele subiu de volta, enquanto eu apertava com força o pano em minha mão. As vezes eu achava que ele criava essas situações propositalmente,tudo exatamente calculado para ferrar comigo.
Comecei a limpar pelo espelho. Escovei e tirei a poeira da escrivaninha. Organizei as caixas e tudo oque estava lá dentro.

•••

Eu não faço ideia de quanto tempo eu permaneci lá embaixo,e mesmo que nem tudo estivesse completamente limpo,eu me sentei no chão, encostando na parede. Limpei o suor da minha testa,soltei espirros altos e contínuos por conta do pó. Logo me dei conta que algumas coisas das caixas eram legais e interessantes.... tá,não eram,mas eu estava tão cansado e entediado que eu precisava de algo para me distrair,e eu não acabar dormindo ali.
Tinham fotos de pessoas estranhas,bichos de pelúcia com cheiro de mofo,peças de roupas e um caderninho. Nada era realmente útil pra mim,mas o caderninho me chamou atenção por conta de alguns desenhos dentro dele. Durante poucos minutos folheando,eu ouvi um barulho de trincas na porta,ela estava abrindo. Corri mesmo que mancando muito,até os martelos,e comecei a limpa-los para disfarçar oque eu estava fazendo.
Jason desceu as escadas até a metade,e olhou envolta.

- Aqui já deveria estar limpo não acha. - Desceu o resto e foi até mim. Eu permaneci limpando os martelos,até que ele parou minha mão segurando-a. - Você está demorando demais..eu preciso de você um pouco... - Agarrou minha cintura,e começou a movimentar meu quadril contra seu membro.

- eu preciso terminar senhor.. - Eu disse baixinho com uma voz rouca. Ele ouviu e me virou para ele,pegando um dos martelos.

- Oque te disse sobre falar comigo? - Ele sussurrou em meu ouvido.

- Que eu não deveria falar,a menos que você me fizesse uma pergunta.. - Ele me encarou sorrindo,então eu abaixei a cabeça olhando para o chão. Neste momento ele levantou-a denovo,com o indicador em meu queixo.

- Exatamente.. - Me deu um tapa no rosto,me fazendo ir alguns centímetros para o lado. - Volte a limpar as coisas, quietinho,volto daqui a pouco para ver como está tudo.

Por um momento,eu estava indo fazer oque o mesmo me mandou. Mas assim que o vi virar as costas,eu peguei um dos martelos,um bem grande,mirei em sua cabeça e na hora da investida ele o segurou e arrancou de minhas mãos.

- Lento de mais Adams.. - Ele sorriu,e me jogou contra o chão,me fazendo cair de barriga para baixo. - Pense duas vezes na próxima.. - Ele riu fraco,acertando uma martelada em minhas costas. Eu fiquei zonzo,desnorteado,sem ar..eu mal podia me levantar. Então eu apaguei.

•••

No outro dia,eu acho,acordei em seu quarto. Eu estava sem roupas,além de não conseguir me mexer. Mesmo assim pude mover a cabeça para o lado,vendo alguns hematomas em meus braços e pernas. Eu estava tão casado daquilo,que a dor só me dava mais vontade de não sair de lá.
E então,olhando um pouco para cima havia o caderninho do porão ao meu lado,com uma caneta. Um papel escrito "Adams" envololvia os mesmos.
Jason...

SpRing LOveOnde histórias criam vida. Descubra agora