Capítulo 8

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"Você realmente acha que ele virá ao meu encontro?" Diana perguntou nervosa, olhando ao redor de forma ansiosa. Mas essa pergunta só fez a morena revirar seus olhos, diante da insegurança de sua irmã.

"Ele passou metade do desjejum falando com você, e a outra metade olhando para você. Ele teria que ser estúpido se não aproveitasse a festa de São Miguel para se aproximar, além do mais, você está linda com essa fantasia." Catarina a elogiou, enquanto andavam de braços cruzados pelo salão.

Observaram quando Lucrécia surgiu, a princípio correndo, depois pareceu se lembrar de algo e parou imediatamente, corrigindo sua postura e levantando levemente seu queixo, andando de forma polida até as duas irmãs, que a observavam sem entender seu estranho comportamento.

"É uma enorme alegria encontra a Vossa Alteza Catarina e a Vossa senhorita Diana. Temos que tratar de um assunto que certamente é de deveras importância a todos aqui presente." Lucrécia falou com ambas as mãos juntas a sua frente, e olhou para as duas moças que lhe encaravam de forma espantada.

"Você está doente Lucrécia?" Diana foi a primeira a si manifestar de maneira preocupada, levando sua mão até a testa da princesa de Alcaluz.

"Você julga muito precipitadamente senhorita" replicou Lucrécia, "Estou apenas treinando meus bons modos como pediu a Sra. Hurts, já que não possuo o talento natural de expressar minhas opiniões com a delicadeza que Catarina expõem as delas. Devo me divertir e arranjar tais pequenas frases enquanto possam ser adaptadas às ocasiões comuns, e então dar a elas um ar de improviso e natural."

"Por Deus Lucrécia, tal modo de falar deve ser usado apenas quando estamos com Monarcas, e sendo eles desconhecidos para nós. Agora volte a falar normal!" Catarina repreendeu a mais nova, que soltou um longo suspiro aliviado.

"Não aguentava mais falar assim, como você consegue falar daquela maneira?"

"Que maneira Lucrécia?"

"Como você falou com o rei Afonso, ouso dizer que você apenas não o chamou de estúpido por respeito ao vosso pai, rei Augusto".

"Não fale daquele homem na minha frente, prefiro evitar aborrecimentos." Catarina falou dando o assunto por encerrado, mas percebeu a aflição da princesa em falar algo. "Fale de uma vez Lucrécia." Resmungou, seu humor aos poucos mudando. Estava tão feliz, e então tinham que lhe lembrar dele. A princesa respirou fundo para contar a novidade que estava aos poucos se espalhando pelos corredores do castelo quando foram diretamente abordadas pelo rei Afonso, que pegou as três de surpresa, principalmente a Catarina, com seu pedido de lhe conceder as duas primeiras danças, que sem saber o que fazer, ela aceitou.

Ele se afastou imediatamente e ela ficou parada ainda tentando processar o que aconteceu naqueles curtos segundos e se recriminou pela sua própria falta de presença de espírito.

"Não acredito que aceitei dançar com ele, o homem que jurei odiar!"

"Não pode ser tão ruim, você não o conhece o suficiente Cat, me atrevo a dizer que o achará muito agradável." Diana falou, tentando consolar sua irmã.

"Que o céu me proíba, Ana! Seria o maior infortúnio de todos! Alguém determinado a odiar as pessoas ao seu redor e eu o achar agradável! Não me deseje tamanho mal." Respirou fundo, sabendo que nada poderia fazer agora, não podia causar essa vergonha ao rei, depois de ter aceitado seu convite. "Lucrécia, o que você tinha para nos dizer?" Perguntou, querendo tirar seus pensamentos do rei e na dança que teriam juntos.

"Rei Afonso ainda está aqui não por causa da festa de São Miguel. Ele e vosso pai estão há dias negociando uma aliança entre os reinos." Lucrécia falou, sem saber qual seria a reação de Catarina. Mas para a sua surpresa ela nada disse.

"Que tipo de aliança?" Diana perguntou, olhando ao redor para ter certeza que ninguém ouvia a conversa entre elas.

"Rodolfo não quis entrar em detalhes, disse que não podia me contar. Mas Catarina, pelo seu tom, eu temo que isso posso envolver você. Sabemos que você terá que casar o mais rápido possível, agora que foi apresentada a sociedade. E uma aliança com Montemor seria extremamente vantajosa para Artena." Lucrécia sussurrou o que sabia.

Catarina parou seus passos, sentindo seu coração acelerar.

"Mas eu o odeio, meu pai deve saber disso. Ele não me causaria tamanho desconforto ao casar-me com o rei de Montemor. Independente dos benefícios dessa união." Catarina exclamou, parando de andar.

"Nosso pai perguntou qual era a sua opinião sobre o rei Afonso, e sua resposta foi que ele não possuía defeitos e mesmo quando ele negou tal afirmação, você disse que ele estava a salvo de você, pois escolheu bem a falha", a loira lhe lembrou da conversa acalorada de horas mais cedo.

"E você nunca aprova ninguém Cat, acredito que isso era tudo o que vosso pai precisava para fechar o acordo." Lucrécia acrescentou, fazendo com que Catarina se recriminasse por suas críticas veladas de mais cedo.

"Eu disse que seu maior defeito era odiar a todos." Ela sussurrou, pela primeira vez sem reação diante um problema.

"Ele não odeia você, então não vejo como isso pode ser um problema. E trata sua mãe e seu pai com bastante respeito." A princesa de Alcaluz retrucou, mesmo que se sentisse compadecida pela situação de sua amiga.

"Ele destratou Diana!"

"Minha irmã, você não pode determinar o caráter de alguém por uma única atitude. Eu mesma não guardo nenhum ressentimento dele."

"Ana, você é amável demais para guardar qualquer sentimento negativo. E sempre que vê uma falha em alguém, consegue enxergar alguma qualidade e exalta-la acima dos disparates e e falta de bom-senso das pessoas. Portanto seu julgamento das pessoas não pode ser levado em consideração." A morena falou frustrada. "Preciso falar com nosso pai." Determinou.

"Tudo bem, mas as danças irão começar, portanto você tem um dever a cumprir agora. Afinal, você aceitou o convite do rei. Pense pelo lado positivo, se nossas desconfianças forem verdadeiras, tenho certeza que você prefere Afonso ao príncipe Matheus. Os pais dele estão tentando fazer seu pai aceitar a proposta de casamento há meses."

"Arg, não me lembre dele." Catarina gemeu.

Quando e as danças começaram, porém, e Afonso se aproximou para tomar sua mão, Diana não pôde deixar de avisá-la, com um sussurro, para não ser tola. Afinal, se tivesse que escolher entre Matheus e Afonso, sabia que sua irmã mesmo não gostando, escolheria Afonso. Então ela não deveria parecer insatisfeita aos olhos do homem que poderia ser seu futuro marido. Catarina a encarou aborrecida, dizendo que não era uma menininha obediente que o rei poderia controlar, e que não deixaria de expor suas opiniões com medo do que poderia acontecer. 

XXX

   VOLTEEEEEI! Oi Diana, seja em vinda querida! rsrs

Que alguém guarde os vasos, pq muitos deles irão rolar. 

XOXO

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