Capítulo 2

863 105 63
                                    

Diana primeiro ouviu os pequenos gritos de animação para logo em seguida sentir alguém pular em sua cama, deitando praticamente sobre ela. 

"Como vocês duas podem ainda estarem dormindo?" A voz falou de forma estridente, levantando logo em seguida. O que fez a loira agradecer mentalmente, mas para o seu desgosto as cortinas da janela foram bruscamente abertas, o barulho da movimentação no pátio do castelo se infiltrando no quarto. Sabia que era uma batalha perdida, então lentamente espreguiçou seu corpo e se sentou na cama. 

Satisfeita com isso, o pequeno ser saltitante se dirigiu a cama de Catarina. Mas antes que pudesse repetir o processo de pular na cama da morena ela levantou a mão em protesto. 

"Juro por Deus que se você pular na minha cama eu te jogo pela janela Lucrécia." Catarina resmungou e apenas virou de costas, cobrindo o rosto com um travesseiro, na vã esperança de conseguir paz e continuar com o seu sonho, que envolvia ela e um belo homem viril. 

Mas isso não impediu a jovem princesa de Alcaluz de continuar com o seu objetivo. Entretanto quando tentou se jogar na cama da morena, percebeu que Duque, o labrador das duas irmãs, estava deitado no pé da cama. Ele levantou a cabeça, um rosnado baixo saindo de sua boca, enquanto encarava Lucrécia. Catarina não conseguiu evitar que um sorriso se formasse em seu rosto ao ouvir o seu cachorro fazer seu trabalho. Bom menino.  

"Porque ele não gosta de mim?" Um pequeno beiço se formou em seu rosto, e Diana sorriu abrindo os braços, sabendo que era isso que ela queria. Lucrécia se encaminhou para a cama da loira, se sentindo derrotada por não conseguir acordar a princesa de Artena. 

"Ele não gosta de você porque eu não gosto de você." Catarina falou contra o travesseiro, revoltada, sabendo que tinha perdido o sono. 

"Eu sei que você me ama." Lucrécia falou com um sorriso convencido no rosto, seus braços entrelaçados aos de Diana que ainda lutava contra o sono. 

"Como você pode ter tanta energia tão cedo?" A morena perguntou, se virando e encarando as duas que estavam sentadas. Observou sua irmã, notando o cansaço em seu rosto, mas ela lhe estendeu um belo sorriso. Diana sempre era assim, não importava o quão ruim fosse a situação, ela sempre tentava manter um sorriso no rosto. Costumava dizer que a vida era mais fácil quando se era grato pelas pequenas coisas ao invés de focar nas coisas negativas.

"Hoje é o seu dia, o salão de recepção está lindo. Rei Augusto deve ter gastado uma fortuna. Ouvi de alguns servos que foi encomendado cinco pratos principais." Lucrécia informou, orgulhosa por estar por dentro das últimas fofocas. "Eu soube que o rei de Montemor e seu irmão confirmaram presença. Eles são um dos reinos mais ricos de toda a Cália."

"Você está parecendo minha mãe, oferendo os homens para mim, como se eu estivesse procurando algum amor. Não estou interessada em conhecer os Monferratos. Se os boatos estiverem corretos, o mais novo é um homem tolo e mulherengo, enquanto  o mais velho é prepotente, orgulhoso e preconceituoso." 

"Porque ela não podia parecer um pouco mais com você?" Lucrécia perguntou para Diana, fingindo uma falsa mágoa. Um travesseiro voou na direção dela, e nem mesmo a loira teve tempo para se desviar. "Catarina!"

"Catarina é exatamente o que ela nasceu para ser. Uma força indomável da natureza, uma fada do caos." Diana falou rindo do apelido que tinha dado para a morena.  

"Tudo bem fada do caos, que pretende morrer virgem. Podemos ao menos comer? Estou morrendo de fome" 

"E quem disse que não pretendo aproveitar os prazeres da vida Lucrécia? E não faça essa cara, eu sei muito bem que você andou se envolvendo com um duque de Morghenrof." Catarina acusou, enfim se sentando. 

Reinado - ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora