Amanhecer

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Ana pov

Acordei com claridade entrando pela janela, abri os olhos mesmo já sentindo uma pequena dor de cabeça e dei de cara com Vitória dormindo de frente pra mim.
Eu não sei por que, mas olhando pra ela dormindo serena, meu estômago se mexeu.
Oxi.
Lembrei que tinha de levantar mas eu não conseguia parar de olhar pra ela.

Os cachos espalhados pela face, a boca entre aberta e o peito subindo e descendo vagaroso, parecendo tão em paz.

Balancei a cabeça e me virei.
Ribeirão estava sendo iluminada por um sol tímido, mas parecia que ia esquentar já já.
Revirei minha mente tentando lembrar onde estava meu celular mas eu não conseguia. Fui levantar para me sentar, mas senti um peso na minha barriga que me fez voltar a deitar. Não que estivesse pesado, mas a surpresa de ver Vitória com o braço envolta da minha barriga foi o suficiente pra fazer eu deitar de novo.

Senti o mesmo desconforto no estômago.

Meu Deus, a bebida com certeza ainda está no meu estômago.

Tirei com calma o braço dela que estava ao redor de mim e me sentei na cama.  A dor de cabeça não era tão forte - Graças! - e a julgar pela janela aberta que esquecemos de fechar ontem, ainda devia estar cedo.

Me virei pra sair, determinada a achar meu celular, mas nem precisei muito pois o mesmo estava no chão perto da cama.
-Merda - soltei baixinho assim que vi que a película da tela estava trincada.
Que horas aquilo tinha caído? Quando Vi me atacou com cócegas eu não estava com ele na mão.
Liguei ele e o relógio apontava 7h22. Jesus. Nem com despertador eu ia conseguir acordar este horário.
Apesar da pequena dor de cabeça eu me sentia bem leve com aquela cena, Vitória dormindo sendo iluminada pelo Sol, e o dia lá fora com poucas nuvens. Um azul radiante e predominante, decidi nem desbloquear o celular, arrastei a tela para a função câmera e cliquei  o que meus olhos  estavam gostando de ver.
Seguida postei no Instagram, com a legenda.

pazecalmariaecomplemento 🍀

Depois de postar a foto, vi alguns stories ainda sentada no sofá quando fui tirada de meus pensamentos com um telefone vibrando pelo quarto. Demorei um pouco pra entender que se tratava do celular de Vitória. Procurei debaixo das blusas de frio que tínhamos jogado no outro canto do quarto assim que chegamos e o celular estava no bolso da blusa de Vi.
Olhei para a tela e o nome de Deco aparecia.

Cheguei perto dela e a cutuquei.
-Vi... - Ela nem se mexeu- Vi... Vitória... Ei, acorda.
Ela abriu um dos olhos devagar.
-Teu telefone tá tocando Vi, é o André.
Falei assim, quem sabe ela não acordava mais rápido, porém foi em vão. Na verdade teve efeito contrário.

-Ah Ninha, atende ele aí, diz que tô dormindo.

Disse isso e se virou. O telefone parou de tocar e apareceu a mensagem de chamada perdida. Estava pra colocar o celular do lado dela quando começou a tocar de novo.

-Vi ... Ó, o Deco ta ligando de novo.
Ela não se mexeu então balancei ela.
-Viiii... Acorda pode ser importante.

Ela finalmente se virou e pegou o celular da minha mão, nitidamente brava por eu ter acordado ela tão cedo. Antes de atender ela olhou pra tela, fez uma careta e atendeu.

-Oi André..... Bom dia pra tu também...... Hum eu não lembro agora, por que?
Vitória voltou a deitar a cabeça no travesseiro e continuou de olhos fechados. Fiquei observando ela por um tempo, porém ela voltou a abrir o olho e continuou conversando com ele.
- Eu posso tentar, mas eu não te dou garantia, acho melhor.....
Ela parou, provavelmente por que André a cortou.
Eu me senti um pouco intrusa por ficar parada tanto tempo olhando os dois e então levantei e segui pro canto onde havíamos deixado as malas.
Peguei uma muda de roupas e fui para o banheiro tomar um banho pra tomar café.

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