Capítulo 5 - Alessandra

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Dez dias depois

Observo meu Edu tentando dar um pedaço de bolo para nossa filha. Isso é quase uma missão impossível, tudo ela tenta pegar e brincar antes, inclusive a comida. Me aproximo sentando no colo dele que envolve a minha cintura beijando meu ombro, eu tenho o melhor marido do mundo.

—Animada meu amor? Vai ter alguém pra brincar com você, é nada de jogar bolo ouviu?—Digo como se isso fosse fazer diferença, pelo menos, eu tentei certo?

Quando recebi a resposta do Victor, reli algumas vezes, além de um idiota, ele agora ficou mais convencido que antes. Já arrumei o quarto de cada um, eles vão ficar aqui, o quarto da minha sobrinha é muito fofo, eu teria adorado um quarto daquele.
Edu me contou que ele que deu o nosso endereço pra ele, no começo tive vontade de mandar ele dormir no sofá, e isso nunca aconteceu antes, aliás, nunca brigamos de fato, sempre coisas bobas e que resolvemos rápido, sinto alguma coisa gelada no meu braço e olho a bagunça.

—Sofia, não acredito nisso.—Além de ter passado bolo na mesa, o segundo alvo foi minha blusa, de mangas longas rosa.—A senhorita vai ficar de molho, porquinha.

Pego ela no colo e vejo o Edu tentando segurar a risada.

—Já, que o papai adora rir ele vai dar um banho em você minha vida, antes do trabalho e vai ter que ficar limpinho, vai ajudar ele a fazer isso?—Ela dá um sorriso lindo e entrego ela no colo do Edu que nunca reclama, mesmo chegando quase uma hora atrasado depois.

—Eu te amo, e você está linda hoje.—Ele me beija e vai em direção às escadas. Me sento no lugar dele e suspiro.

Ainda me sinto uma adolescente perto dele, o homem tem o poder de me fazer ficar igual uma boba, perdi a conta de quantas vezes chorei na gravidez da Sofia com as surpresas que ele fazia.
Meu celular começa a tocar e retiro do bolso de trás da calça jeans preta de cintura alta, ando até a varanda e me sento na escada antes de atender.

—Aproveitando as férias?—Questiono e pelo barulho do fundo a resposta é sim.

—Muito, Damien não para um minuto, preciso de só uma hora de sono, mas ver o sorriso dele faz valer a pena, principalmente o parques infantis que são muito chatos, como você gosta deles Ale?—Luci, a pessoa que me ajudou a passar pela minha fase "Pós-Victor" e me deu um afilhado lindo, Edu diz que ele vai ajudar a cuidar da Sofia, é mais fácil os dois aprontaram.

—Adoro mesmo, a última vez que fomos, Edu teve que pagar alguns brinquedos que eu queria muito ir, mas eram só pras crianças mesmo, brinquei mais que a Sofia, e cheguei cansada e quase dormindo aqui.—Ela ri, porque nesse dia eu quase cai descendo do carro.

—Você é impossível Alessandra, já se resolveu com seu irmão? Qual o nome dele mesmo?

—Victor, e...—Iria continuar falando mais me levanto quando vejo uma movimentação na entrada.—Luci eu te ligo daqui a pouco.

—Tudo bem.—Desligo e um dos seguranças me acena como se pedisse permissão.

Concordo e ele abre os portões, um carro preto, com os vidros escuros se aproxima. Me viro e deixo meu celular na mesa que tem nessa parte da varanda. Encaro o carro, agora parado, a porta da frente se abre e dou um passo pra trás,como sempre ele não é bom em respeitar prazos. Mesmo sem ver ele durante anos, não mudou muito, os óculos escuros dão um ar mais assustador ao homem de expressão séria, mais que não me assusta em absolutamente nada. Desço os quatro degraus da varanda e paro de frente pra ele, seus olhos me avaliam como se eu ainda fosse uma menina. Ele tenta se aproximar e recuo outra vez.

—Te esperava daqui cinco dias.—Ele dá de ombros e aponta pra porta de trás.

—Não é fácil fazer uma criança esperar, ainda mais se essa criança achou a carta da tia.—Sorrio e tento olhar dentro do carro.

Duologia  P.S. - Espero que me perdoe -  LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora