Capítulo 9 - Eduardo - Bônus

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Não é fácil ver a minha mulher triste, Alessandra é o centro da minha vida, mesmo sendo impulsiva e teimosa eu sou completamente louco por ela, acho que sou um bobo desde o dia que conheci ela.

Flashback On

Finalmente o último ano, depois disso adeus Nova Iorque, consegui convencer meus pais a me deixarem viver em Londres sozinho e administrar a filial da empresa lá.
A primeira aula vai ser de física, só é estranho a professora que nunca falta ou se atrasa não estar aqui ainda. Decido ir pegar meus horários já que troquei algumas aulas, quando viro o corredor vejo uma garota meio baixa com uma mochila nas costas e um homem parado ao seu lado fazendo inúmeras perguntas para a diretora, a professora de física está com eles também. Me aproximo tentando ouvir alguma coisa e só escuto o fim da conversa.

—Espero que nenhum engraçadinho fique perto da minha irmã, não vou pagar tão caro neste lugar e ter problemas.—Ele se mantém sério e decido me aproximar de uma vez.

—Eduardo, que bom que apareceu, senhor Victor, esse é um dos meus melhores alunos, ele pode ajudar a Alessandra nesse começo, não é muito fácil trocar de colégio no meio do ano.—Sorrio olhando a garota na minha frente, linda, e que também sorri pra mim.

—Se ele parar de sorrir pra ela já é um bom avanço.—Ela desvia o olhar ficando corada.—Venho buscar você um pouco mais tarde, Ximena volta hoje e tenho que buscar ela, se cuida e cuidado Ale.—Ele abraça ela e dá as costas sendo seguido pela diretora.

—Me acompanhe senhorita Alessandra, você também Eduardo, nem sei porque ainda não está na sala.

Quando entramos na sala, ela hesitou um pouco, todos os olhares, principalmente dos idiotas estavam nela, o único lugar por sorte era na minha frente, a aula de física não tem como ser interessante, com essa professora não dá mesmo.

—Será que posso ficar na sala?—Ela pergunta inclinada para trás quando o sinal toca.

—Sim, mas, tem certeza que quer ficar aqui? Acho que não te mostraram toda a escola, certo?—Ela concorda.—Então vou ser seu guia, Eduardo Milles ao seu dispor linda moça.—Ela ri.

—Alessandra Jones.

Flashback Off

Foi nesse momento que comecei a me apaixonar pela minha Ale, observo ela abraçando a sobrinha, faz algumas horas que ela recebeu a notícia do acidente do Victor, ele é um cretino, um idiota, mas mesmo assim, ele está tentando consertar as coisas, ele realmente mudou, não vejo mais aquele homem que me detestava simplesmente pelo fato de namorar a sua irmã mais nova.

— Titia, meu papai fez de novo?—Me sento do lado da minha mulher e passo meus braços pelos seus ombros, ela quer ser forte pela sobrinha.

— O que meu amor?

— Viajar e esquecer de avisar, ele fez isso, só uma vez, mais quando aconteceu, eu fiquei no apartamento da Luci, ela cozinha muito bem tia.

— Não Laura, ele não esqueceu de você, mais ele teve um problema.— Sua voz falha de novo.

— Laura, o que acha de ir ver se a Sofia já acordou? E depois você escolhe alguma coisa com a cozinheira pra sobremesa.

— Já venho tia Ale.— Ela sai correndo.

— Eu sou uma péssima irmã, e uma tia pior ainda Edu.— Ela desaba, começando a soluçar, aperto mais seu corpo contra mim.

— Você é ótima em tudo, ouviu? Tudo, não é sua culpa Alessandra, você não estava dirigindo o carro, nem o caminhão que bateu no carro dele.

— É minha culpa sim, eu discuti com ele e falei, eu falei coisas que não deveria, ele tentou Edu, eu sou uma estúpida, eu não quero perder ele.—Acaricio as costas dela tentando confortar ela de algum jeito.

— Oque acha de tomar um bom banho, deitar um pouco, comer alguma coisa depois, e mais tarde vamos no hospital.— Ela concorda e levantamos do sofá.

Acompanho ela no banho, depois que ela já colocou uma camisola, vou me trocar, volto e vejo ela encolhida tentando segurar o choro, a última vez que vi ela desse jeito, foi quando chegamos aqui, aquela Alessandra que veio de Nova Iorque, estava destruída. Deito do lado dela que me olha, ficamos em silêncio por um tempo.

— Sabe, quando eu entrei na escola, lembra? Naquele dia, quando eu cheguei, de algum jeito o Vi já sabia, ele me viu com um sorriso diferente, mesmo aquela maldita bruxa dizendo que eu mal entrei na escola e já estava dando em cima de alguém, eu ainda odeio aquela mulher, mesmo depois de morta, ela parece a droga de uma sombra.— Ela suspira e passo o polegar limpando as lágrimas que estavam na sua bochecha.

— Eu lembro muito bem, você queria ficar na sala, e eu te apresentei tudo, e beijei você atrás do estacionamento antes de irmos embora.— Ela sorri em meio às lágrimas e se aproxima me beijando, retribuo trazendo ela para o meu peito.

— Nunca contei isso pra você, só a Luci sabe disso, quando a Ximena apareceu, ela até tentava ser simpática comigo, claro, namorado novo, rico, só um problema, a irmã intrometida, ela sabia que se eu ficasse com o Victor, a minha parte na herança, não sairia do meu nome, depois de alguns meses, alguns dias depois de conhecer você, eu achei vários folhetos de colégios internos na Suíça, claro que fui falar com ela, doeu tanto ouvir que quando ela ficasse grávida daria um jeito de me tirar de perto do Victor, mesmo eu pensando que ele não seria tão bobo.— Ela fala com ódio, e sei que ainda vai demorar até ela superar tudo isso.

— Ele nunca faria isso meu amor, seu irmão nunca afastaria você, se isso fosse pelo menos uma coisa que ele pensou, ou soube, ele não teria vindo atrás de você, não acha? E esse ódio não vai te fazer bem, pensa pelo lado bom de tudo isso, a Laura ama você, ela só te conhece a alguns dias, mas já tinha visto suas fotos, ouvido histórias sobre você, Ale, você é uma inspiração pra ela, assim como vai ser pra nossa princesa.— Ela sorri e pega minha mão, levanta e observamos nossas alianças, um pequeno detalhe, de tudo que já vivemos e vamos viver.

— Eu te amo tanto, obrigado por não ter me deixado ficar naquela sala de aula sozinha, você sempre foi a pessoa que eu podia correr quando tudo dava errado na minha casa, sempre ficou do meu lado, e eu estou emotiva demais.— Ela seca mais lágrimas e ri um pouco.

— Já que está tão feliz, que tal comer alguma coisa? —Quando falo a cozinheira da casa entra com um prato de sopa, Ale faz uma careta escondendo seu rosto no meu peito e resmungando que não vai comer nada.

Depois de uma verdadeira guerra, consegui convencer ela a comer um pouco, ela senta na mesa que fica no canto do quarto e começa a comer, depois de duas colheradas ela larga a sopa e corre em direção ao banheiro, vou atrás dela e seguro seu cabelo, faço um coque nele e seguro ela.

— Eu disse que não queria comer Edu.— Ela respira fundo levantando e indo escovar os dentes.— Vamos pro hospital? Viu que eu tentei comer.

— Vamos, se troca.— Ela sorri enxaguando a boca e escovando os dentes e, depois correndo pro closet.

Depois eu me troco de novo e confirmamos se as meninas já estão dormindo, depois saímos, o hospital fica um pouco afastado do centro, quando chegamos ela vai direto pra recepção.

— Victor Jones.— A recepcionista tem um olhar de pena e agradeço pela Ale estar distraída e nem percebido.

— Pode ir pra sala de espera no segundo andar, o médico logo vai conversar com vocês.

No segundo andar, o silêncio é a única coisa no lugar, sentamos e só nos resta esperar, ela deita a cabeça no meu ombro.

— Você é tão cara de pau, que mesmo depois de fazer o que fez, ainda vem aqui. Qual a porra do seu problema Alessandra?— Um homem se aproxima gritando, ela fica tensa do meu lado e não acredito que é ele mesmo.

Duologia  P.S. - Espero que me perdoe -  LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora