Capítulo 14 - Alessandra

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Não quero e nem faço questão de soltar o Edu nesse momento, ele retribui apertando o máximo que pode meu corpo, beijo seu pescoço e sinto ele sorrir contra o meu ombro. Quando nos soltamos, Luci pior que uma vela, minha amiga já é bem clara, mais isso já é um pouco demais, Victor tem os punhos cerrados do lado do corpo, ela olha pra mim e seus olhos são um pedido de socorro.

— Luci, pode ir comigo no meu quarto, quero ajuda pra pegar um remédio que está na prateleira do alto.— Coloco a mão na cintura, Edu e Victor já viram na minha direção.— É só uma cólica, vou tomar um remédio e deitar, antes preciso falar com a minha amiga, vem.— Puxo ela pela mão e entramos correndo na casa.

A mentira vira verdade quanto sinto uma pontada no lado esquerdo, me apoio na escada e respiro fundo.

— Quer que eu chame o Edu?— Nego e subimos a escada, ela pega o remédio e tomo dois comprimidos, e me sento na cama.— Se resolveu com o seu irmão?

— Sim, mas, acho que aquela vadia sempre vai acabar sendo uma sombra, eu amo a minha sobrinha, só que, é difícil aceitar que aquela menina tão linda e boa, é filha de uma maldita cobra.— Ela concorda e tento não pensar em uma coisa que percebi.

— Animada pro grande dia?

— Sim, muito, tenho minha primeira ultra na manhã do casamento, quero ver como vou conseguir sair dessa fazenda, e você, preparada para ser madrinha? Ah, vai ficar com o Victor no altar.— Ela começa a tossir e minha teoria só ganha mais força.

— Ahn, eu vou ver a Sofi, te vejo no jantar, vê se descansa dona Alessandra, pelo menos hoje.— Concordo e quando ela sai vou tomar um banho.

Saio do banheiro com uma camisola e vejo um buquê de rosas, algumas pretas, outras bem vermelhas, sorrio, deve ser algum presente, só não sei de quem, ninguém me daria rosas dessa cor. Mexo no buquê e me afasto quando furo o dedo em um espinho, puxo um pouco do papel que compõem o buquê e vejo que todas as rosas estão cheias de espinhos, me assusto com a letra que vejo no envelope do buquê, grito quando vejo alguma coisa se mexendo. Edu entra no quarto seguido pelo Victor, e a Laura.

— Meu deus Ale, que susto.— Edu se aproxima enlaçando a minha cintura, aponto o buquê e ele vai olhar.

— Filha, vai escolher a roupa pro jantar, daqui a pouco o papai vai arrumar seu cabelo.— Ela sai do quarto.— Quem mandou essa coisa horrível?— Entrego o cartão pra ele que não diz nada, só sai do quarto com o celular já no ouvido.

— Você se machucou?

— Não, só furei o dedo, o que tem aí?— Ele aponta e vejo que gritei por uma lagarta.

— Quem mandou aquele cartão?— Ele cruza os braços.

— Era a letra dela Edu, eu tenho certeza, só aquela vadia tinha uma letra tão caprichada, e com aquelas voltas todas.

— Não Ale, ela morreu há anos meu amor, você deve estar só cansada e pensou que o cartão fosse dela, vou falar com a cozinheira pra saber quem entregou isso e mandou colocar aqui.— Ele me beija e sai do quarto, jogo as flores pela janela, tento achar a lógica, e me convencer que isso deve ser alguma brincadeira de mal gosto.

Deito na cama e fico virando, até o Edu entrar no quarto com uma bandeja, ele fecha a porta com o pé e tem um buquê pequeno cheio de orquídeas brancas, sorrio quando ele deixa a bandeja do meu lado e estende o delicado buquê.

— Não fui eu quem fiz, quem me dera, nem tive tempo de pensar nisso, sua xerox se encarregou de pegar algumas flores, Luci ajudou a deixar todas do mesmo tamanho e colocar a fita.— Sorrio e pego a bandeja, minha boca fica cheia d'água quando vejo o prato com uma macarronada cheia de queijo ralado.

Duologia  P.S. - Espero que me perdoe -  LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora