A ORIGEM DOS ÍNDIOS PURI EM SANTO AMARO

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   Continuando a pesquisa sobre nossos antepassados, quanto mais vasculho informações a respeito dos primeiros habitantes de nossas terras, mais hipóteses encontro a favor dessa confirmação.
    Os índios Puri habitaram a Zona da Mata de Minas Gerais até serem aldeados, escravizados e quase totalmente exterminados a partir do final do século XIX. Seus descendentes ainda podem ser vistos por várias cidades da região, mas famílias inteiras, inseridas na sociedade rural ou urbana povoam as cercanias da Serra do Brigadeiro, outrora Serra dos Arrepiados. Muitas dessas pessoas assumem a identidade Puri. 
    Padre Brito é  um distrito de Barbacena . Lá  existe uma comunidade PURI presente desde o século  XVII que há muito tempo reivindica à  FUNAI um reconhecimento de sua identidade como legítima. No entanto o descaso dos representantes políticos faz com que o tempo vá passando e muito pouco se converta em favor dos descendentes. Estes já não possuem herança alguma dos antepassados além dos traços físicos e de algumas memórias passadas de geração em geração. Foram  ao longo da história catequisados e  arrancados de suas tradições.

   "  Quanto ao valente Tibiriçá, pela genealogia já descobri um grande número de

descendentes dele em várias famílias antigas de Queluz,  não só estabelecidas

em Conselheiro Lafaiete como, também, em várias cidades

 vizinhas que foram distritos de nossa cidade."
 


   FRAGMENTOS DO JORNAL COORREIO DE MINAS:

     (Avelina Maria Noronha de Almeida)

      Através das investigações da senhora Avelina mencionada acima, temos uma luz a qual seguir em busca de um esclarecimento maior. A mesma expõe no jornal correio de Minas um pouco mais sobre os Puri, tornando mais evidente sua presença em nossas terras antes mesmo De fazendeiros ou bandeirantes como de maneira pobre relatam os autos históricos que com total desdém foram registrados.

          ..."Voltando à ascendência puri, é muito numerosa a descendência dos filhos de vóvo Chiquinha e Vovô João dos Santos que permaneceram e criaram família aqui em Conselheiro Lafaiete: Avelina Maria dos Santos Zebral, primeira esposa de Mário Augusto Zebral; Elir José dos Santos, casado com Sebastiana Vieira dos Santos e Maria José de Sena, casada com Cristóvão Martins de Sena (três filhas, Ascendina, Zulmira e Joana foram residir em outras cidades e tio Eurico não se casou).
    famílias não ligadas a mim que têm sangue puri, fato já descoberto por estudos ou tradição de família, mas, observando na rua pessoas que passam, quantas vezes vi traços inconfundíveis da raça: olhos oblíquos, pálpebras um pouco empapuçadas, pele com bela e forte cor de cobre e cabelos negros, lisos e abundantes, pés muito largos na parte da frente e sem curvatura na sola e tantos outros sinais. Nem todos aparecem numa só pessoa. No meu caso, a característica comprovadora está nos pés e nas pálpebras.
            Quanto ao valente Tibiriçá, pela genealogia já descobri um grande número de descendentes dele em famílias antigas de Queluz, não só estabelecidas em Conselheiro Lafaiete como, também, em várias cidades vizinhas que foram distritos de nossa cidade".

      Com base nesses fragmentos da nossa colaboradora já mencionada acima percebemos uma ligação forte entre a etnia Puri e a família Zebral que é  numerosa em Queluzito. E muitas outras famílias da cidade tem com certeza a mesma e talvez até mais profunda ligação. Como é  o caso dos filhos do Seu Juquita e do João Elizeu que habitaram a região do Trinta Carros.
   Continuarei a fundo com minhas pesquisas na ânsia sem fim de desvendar ou simplesmente  clarear episódios opacos, quase totalmente esquecidos de nossa Santo Amaro.  Um dos comburentes mais importantes nessa minha iniciativa a respeito do nosso legado se deu a partir do dia em que lendo um pequeno arquivo sobre primeiros habitantes em nossas terras, ao olhar para mim mesmo, meus traços, minha cor, não consegui me identificar com o que lia.  Posso até ser um caboclo devido aos cruzamentos genéticos ancestrais, no entanto meu corpo, minha mente e minha alma como acontece com tantos outros em nossa Querida cidade contam muito mais do que essa pobre e breve biografia de fácil acesso à qual mencionei.
       A busca continua. Minha história é herança de meus ancestrais. Portanto é minha por direito . E assim será com os que vierem após.  Que tenham portanto primeiramente o amor necessário que vai causar o interesse em tudo que se faz eterno nos corações de quem sente saudade. E que por fim não tenham tanta dificuldade em se encontrar como estou tendo agora. Ainda assim tenho que ser grato. Já  que muitos amigos, com muita histórias guardadas na lembrança não exitam e se sentem acesos por compartilhar. Obrigado a todos! Viva Queluzito!

   

   

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