Verdadeira Realidade

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Acordei, suando frio e com os olhos vidrados na lâmpada amarela que iluminava o local.

Henry me sacudia com tanta força que poderia embaralhar meus órgãos. Dei um tapa em seu braço, porém, estava sem força.

- M-me sol..ta... – Eu estava tremendo, muito, eu mal conseguia falar.

- Michael!!! Você está bem? Preciso que me escute!!! – Ele não parava de me sacudir, quando senti minha tremedeira sumindo, tudo foi substituído por algo ácido e oleoso, ódio puro iluminou minhas feições.

- Me. Solte. - Vendo o que, obviamente, estava estampado em meu rosto, ele soltou. Levantei em um pulo, o observei. – O que quer falar? Desgraçado...

- A verdade – Congelei – Apenas isso.

- Como assim, a verdade? – Disse eu, simplesmente. Cansei de rodeios.

- Olha... sente-se, e por favor, me escute. – Ele se sentou em um banquinho ali próximo, gemendo ao se sentar.

Procurei um lugar para me sentar, e achei uma almofada, então, tirei o excesso de poeira e sentei.

FLASHBACK ON

Henry P.O.V

Entrei no hospital.

Não sabia o porque estava aqui, eu simplesmente... quis estar.

Precisava ver como estava a Lúcia, e seu... filho.

Eu amava Lúcia, sim, é verdade, sempre amei. Eramos amigos de infância, vizinhos. Quando brincávamos, eu amava ela cada vez mais, quando ela ria, sentia a minha alma se iluminar. Bem clichê, eu sei, mas... é isso o que eu sinto.

Após eu dar um oi para a atendente, pedi onde ficava o quarto do Craig Chind Afton ( Twinkle: Craig Chind = Crying Child >:D ) após ela me examinar de cima a baixo, ela me deu o número do quarto.

Andando em passos leves, entrei no elevador, mas algo me impediu.

Uma menina, que um dia poderia ter sido bonita.

Mas isso possivelmente nunca aconteceria.

Sua boa havia sido arrancada, junto com sua gengiva. Seu cabelo só restavam tocos, e seus pés... eram pés de pato. Mas não eram dela, eram costurados.

Segurando a ância, entrei no elevador e fechei os olhos, respirando fundo.

Chegando ao andar 8, segui o corredor e adentrei o quarto de Craig, esperando achar Lúcia ali dentro. Bom, eu achei.

Ela estava com o rosto sério, porém, vermelho de tanto chorar, seus olhos estavam totalmente vazios. Sem pensar duas vezes, eu disse

- Ooi Lúcia! – Ela olhou pra mim, e sorriu, mas seus olhos continuavam vazios – Como está a situação... dele?

- Grave, ele está instável – Seu rosto se tornou sério novamente, porém, sereno, como se contemplasse, algo...

Tentei desviar desse assunto, que ameaçava fazer meus sentidos falharem.

- Lúcia – Ela me encarou – Q-quer.. alguma coisa?

Seus olhos.. eles.

- Água, apenas isso – ela sorriu docemente – minha garganta está muito seca, acho que é de tanto chorar – Ela ri, sua risada... ela sabia o que fazia comigo

- Está certo – Afirmei, tentando parecer o menos afetado possível, ela sorri ainda mais, com ar de vitória.

Andei para fora do quarto, e procurei um bebedouro

-***-

Uns 3 minutos depois, cheguei ao quarto com um copo de água na mão, fiquei olhando para baixo

- Chegueii! – vi ela deitada segurando a mão do filho, parecia estar dormindo – Já está dormindo? Nem demorei muito e...

O copo caiu da minha mão.

E o meu mundo desabou.

Aquela agulha vazia fincada em seu braço, o modo como parecia estar dormindo.

Cambeleei e minhas costas bateram com força na parede, sem força nas pernas, desabei no chão e comecei a chorar.

Chorar e chorar.

Parando por nem um segundo.

FLASHBACK OFF

Michael P.O.V

Henry estava totalmente sério após revelar isso.

E por motivo algum, eu acreditei nele.

Antes que ele pudesse fazer alguma coisa relacionada as lágrimas em meus olhos, eu o abracei, forte.

E ele me abraçou também.

William Afton - Um homem cujo coração era roxoOnde histórias criam vida. Descubra agora