Um Peso nas Costas

10 3 0
                                    


Parecia que uma esperança há muito apagada voltou a florescer dentro de meu peito. Percebendo que eu ia cair, me sentei numa cadeira e coloquei minhas mãos no meu rosto. Era real. Tudo real.

-Acalme-se!! Você ainda terá muito o que chorar! - Disse ela, com umas risadinhas.

Percebendo que ela estava rindo, e até eu estava feliz, dei um sorriso enorme. Sem hesitação

- E... Eu posso ir ver ele? - Precisava garantir que ele estava bem mesmo assim.

- Claro! Só coloque o cartão de visitante - Ela me disse, meiga e com delicadeza.

-Obrigado... Obrigado por tudo - Eu a abracei - você trouxe mais.. Mais... - Me desabei a chorar, e ela me segurou. Não segurou, me abraçou, deixando eu soluçar e molhar sua roupa. Mas eu sabia. Ela só me soltaria quando eu estivesse bem.

Enxugando as lágrimas e agradecendo mais uma vez, levantei da cadeira e pus o cartão no meu bolso esquerdo. Andei a passos determinados, chegando ao elevador, me deparo com urros de dor.

Paralisei, e virei minha cabeça.

Um homem estava sem sua mão e perna esquedos. Todos vertendo sangue.

- Querem.. Ou.. Ouvir? - Ele gemia, como se estivesse falando com alguém - U.. Uma História.. Mi.. Minha Históri.. - Ele desmaiou.

Os médicos, não parando, o levam para a UTI. Ele precisaria de muitos enchertos de sangue, e próteses.

Por fim, o elevador chegou, e entrei.

Nele havia um espelho embutido, quando o olhei, vi meu rosto pálido e magro, lábios roxos e olheiras igualmente roxas. Meus olhos só demonstravam... Dor. Dor e angústia, com um pouco de esperança.

Esfreguei o rosto e ajeitei o cabelo, cliquei para o elevador ir ao andar 8.

Demorou pouco, e logo cheguei no andar. Caminhei alguns corredores e cheguei na porta do meu irmão.

Com a mão hesitante, a abri sem esforço. 

William Afton - Um homem cujo coração era roxoOnde histórias criam vida. Descubra agora