Capítulo I

11.5K 732 162
                                    

Não posso reclamar da vida que eu levo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Não posso reclamar da vida que eu levo. Tenho um pai maravilhoso, um pouco triste, mas ainda assim maravilhoso. Depois do desaparecimento misterioso de minha mãe quando eu tinha apenas oito anos ele nunca mais foi o mesmo, com o sumiço de mamãe uma parte dele se foi com ela.

Atualmente moro em Los Angeles e curso literatura o que é uma tremenda ironia para quem não pode ler em voz alta. Bom, deixe-me explicar melhor o por quê disso.

Assim como meu pai eu sou uma língua encantada que traduzindo é literalmente tirar personagens de suas histórias.

Eu sei o que devem estar se perguntando "Então por que você cursa literatura?". Isso é muito simples meus caros, sou apaixonada por livros embora não leia em voz alta a muito tempo.

Esse 'dom' como o meu pai fala está mais para uma maldição para mim. Por minha culpa mamãe sumiu. Eu insistia em ler para ela por conta de sua doença. Ouvir minha voz a acalmava. Dona Flávia Lopez estava no início do Alzheimer. Eu sei que ela era muito nova mas o médico disse que era um em um milhão. Eu lia para que ela se sentisse bem e amada era uma forma de demonstrar que eu me preocupava com ela.

Lembro com perfeição do dia que mamãe sumiu num vórtex de luz e nunca mais foi vista. Estava chovendo muito e isso estava assustando ela, então fui com ela até seu quarto - papai nesse dia teve que trabalhar até mais tarde - e peguei o livro com a história preferida dela que era 'Branca de Neve e os Sete Anões' e comecei a ler. Eu não sabia mas aquela era a última vez que via minha mãe e que lia em voz alta. Quando estava acabando uma luz intensa apareceu e minha mãe sumiu.

Meu pai me achou dormindo - o que custou acontecer por que eu chorei por horas - na cama dele e da mamãe. Acordei e vi seus lindos olhos castanhos cansados e me pus a chorar e pedir desculpas. Assim que o choro acabou consegui lhe contar o que aconteceu. Sua primeira reação foi a negação. Logo depois ele me culpou dizendo que eu era uma irresponsável e com isso eu chorei mais ainda. Só depois de muito tempo ele me explicou o que eu era capaz de fazer. Ele disse também que trazer mamãe de volta seria um milagre por que isso nunca havia acontecido antes.

Hoje em dia tenho dezesseis anos e curso literatura numa faculdade de Los Angeles mesmo. Estou no segundo semestre e não querendo me gabar mais sou a melhor aluna. Estou bem adiantada por ser considerada um 'gênio'. A única reclamação é quando os alunos têm que ler para classe toda e eu sou a única que se recusa a fazer isso.

O professor de literatura contemporânea nos passou um livro bem popular essa quinzena. Um saga que eu gosto bastante para ser sincera. Sei que muitos criticaram a escritora mais temos que levar em conta que é só ficção, desde que eu não leia em voz alta. Enfim a saga crepúsculo é uma das minhas favoritas.

- Amber você vai ler hoje?! - Tyffanny pergunta.

- Você sabe a resposta e ainda assim pergunta Tyffa - ela é minha amiga desde os dez anos de idade.

Uma Intrusa Em CrepúsculoOnde histórias criam vida. Descubra agora