A Tough Choice [Concluída]

XXV. Um Título

Elas terminaram a refeição e já estavam conversando com mais tranquilidade. Athena se sentia melhor e mais disposta, podendo se mover com mais facilidade na cama, embora ainda fosse muito ruim movimentar o braço esquerdo. A conversa das duas só cessou quando algumas batidas foram ouvidas e a porta se abriu. Conor adentrou o cômodo, o que fez com que as duas jovens prendessem o ar diante da expressão impassível bem conhecida do Conselheiro.

– Sente-se melhor, Hagen? – ele perguntou, andando até a cama e parando ao pé desta, as mãos atrás do corpo, a expressão um pouco mais suave.

– S-Sim, estou melhor... obrigada?

– Se é esse o caso, o Rei gostaria de lhes falar agora. Pode se levantar?

– Eu acho que... sim. – ela engoliu em seco, olhando desesperada na direção da amiga que só deu de ombros. Sabia que conseguia ficar de pé, mas estava com medo de fazer aquilo.

– Perfeito. – Conor concordou, seguindo de volta até a porta e estendendo o corpo para o corredor, chamando algumas pessoas. Logo três servas entraram no quarto trazendo algumas vestes nas mãos. – Eu as aguardarei no corredor, vistam-se de acordo, em seguida vou levá-las até o gabinete do Rei.

Athena e Ilithia apenas se entreolharam, sem tempo sequer de concordar com a cabeça, quando as mulheres estenderam as roupas par ajudá-las a se vestir. As roupas eram simples, mas de tecidos finos. As duas usaram vestidos pouco marcados, com alguns detalhes ao longo do corpo, de mangas curtas também. As servas ainda arrumaram o cabelo de Athena num coque baixo, enquanto não havia muito o que fazer no de Ilithia, deixando-o apenas bem penteado. Demoraram um pouco a saírem do quarto e Conor realmente estava plantado no corredor, ainda esperando-as. Virou-se para as duas, analisando-as dos pés à cabeça, como se quisesse confirmar que estavam de acordo para ver o rei. Não comentou nada, virou-se e começou a andar por um caminho que elas desconheciam.

– Acompanhem-me. – ele disse, as mãos ainda paradas atrás do corpo.

Athena e Ilithia seguiram em silêncio com o conselheiro, andando um passo atrás deles. Passaram por tantos corredores e escadarias que em pouco tempo se perderam completamente. Alcançaram finalmente um corredor mais amplo, o teto mais alto, armaduras lustradas de ambos os lados do corredor, adornando-o com tapeçarias penduradas nas paredes acima das armaduras. Ao fim do corredor, uma enorme porta dupla de carvalho com os símbolos do reino entalhados em alto-relevo, alguns detalhes em dourado para delineá-los com mais perfeição. Aldravas de ouro puro adornavam as duas portas e Conor aproximou-se para bater apenas uma vez, numa das aldravas. O som do outro lado da porta foi grave e intenso, mesmo que as portas grossas pudessem abafar ainda mais a voz das pessoas dentro da sala. Conor continuou parado, as mãos atrás do corpo, e então, as portas foram abertas por dois guardas que estavam dentro da sala. O conselheiro andou a frente, e Athena e Ilithia mais uma vez se entreolharam antes de segui-lo.

A sala era simplesmente imensa. O teto parecia ainda mais alto, havia duas janelas na sala de formato circular, indicando que estavam numa das torres. As janelas enormes iam do chão até quase três metros de altura, envoltas por cortinas vermelhas de seda. Os móveis da sala eram de carvalho, com assentos de veludo, havia mais tapeçarias e o tapete vermelho do chão se estendia até a mesa larga de madeira atrás da qual havia uma grande poltrona de ouro e carvalho, onde um homem se sentava austero. Ao lado dele, uma bela mulher estava de pé, as mãos unidas diante do corpo na altura da cintura, uma pousada sobre a outra numa posição extremamente elegante. Athena não demorou a reconhecer o sorriso tranquilo da rainha. Conor curvou-se praticamente noventa graus, parando no meio do caminho entre as portas e o gabinete. Athena e Ilithia não tiveram tempo de pousar os olhos atentamente no Rei, pois fizeram o mesmo que o conselheiro – a morena sentindo uma dor forte nas costelas por conta do movimento e Athena sentindo uma breve tontura também por causa do ferimento.