Epílogo

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Madrid, Capital Espanhola, Junho de 1879

Blenda não poderia estar mais nervosa. Assim que o tio batesse a porta para levá-la á igreja, significaria o inicio de uma nova vida. Ela se casaria!

Agora no silencio do aposento, pôde finalmente analisar detalhadamente cada passo de sua jornada até o dia de hoje.

Se fosse enumerar tudo ela garantia que poderia dar um livro. Um livro incomum, mas certamente curioso...

Aos dezoito anos ela fugira da Alemanha para Madrid onde converteu-se ao catolicismo e passou a viver como uma cidadã espanhola. Com o auxilio do tio e de Sir. Kunrt ela se tornou uma das mulheres mais abastadas da capital espanhola. Seu talento e sede por conhecimento a guiaram, lado a lado com sua mente e coração, tornando-a cada vez mais poderosa. Para uma mulher.

Aos vinte e seis anos era dona de uma grande fortuna, ministrava aulas por prazer, além de ser considerada pela nata social uma solteirona excessivamente independente, cruelmente bela, e ainda assim muito alemã. Ela entrou na mansão Velásquez como Blenda Rennê Lindner, e hoje quando retornasse a ela, seria Blenda Rennê Lindner Velásquez.

Seria uma mulher casada. Exatamente o que nunca imaginou que fosse ser.

Mas se adiantasse de algo para seu ego, casar-se-ia por escolha própria. Casar-se-ia porque amava o noivo. Casar-se-ia porque amava Arlete e Salete como suas. Casar-se-ia como uma mulher independente, rica e bela.

Entraria naquela igreja feliz por a partir daquele dia dividir a vida com o homem que ela descobriu amar. Era mais do que sempre sonhou. E era melhor também. Muito.

Depois de Maxwell a pedir publicamente em matrimonio naquele dia, ele a beijou apaixonadamente, sem ligar para os olhares surpresos dos senhores, com os suspiros encantados das jovenzinhas solteiras, com as exclamações escandalizadas das matronas ou com Schneider soltando fogo pelo nariz com a demonstração de amor.

Apesar das ameaças que Schneider lançou, o tio de Blenda garantiu que se o alemão tentasse qualquer coisa contra a vida de Blenda ou Maxwell, o próprio rei da Espanha tomaria as rédeas da situação.

Depois, Jürgen foi apresentado as gêmeas que se ficaram demasiadamente animadas com a perspectiva de possuírem um avô. Os Cinco então rumaram para a mansão Velásquez numa animada conversa sobre as novidades na Alemanha. Blenda não poderia estar mais feliz, o tio estava ali! Ele poderia abraçá-la e ela a ele, claro que o tio não lhe poria para dormir, mas poder abraçá-lo antes recolher-se era maravilhoso.

No dia seguinte àquele, a surpresa de Blenda, Maxwell, Arlete e Salete foi demasiada ao saber que eles visitariam o palácio por convite do rei.

Elegantes, eufóricos e ainda um tanto surpresos, Jürgen os apresentou ao rei Afonso XII.

O Tio de Blenda e o rei, explicaram em meio a um chá, que os dois se conheceram quando Jürgen fora em uma viagem de alguns meses na Inglaterra. Ambos estavam em Academia Militar de Sandhurst para poderem concluir seus estudos com os melhores professores. Mesmo Afonso sendo um príncipe, era um tanto excluído por alguns jovens futuros nobres. Jürgen acabava seguindo um caminho similar por sua pátria germânica. Naquela época, Afonso e a família real espanhola estavam exilados, mas nem por isto, os dois foram menores companheiros. Os dois tornaram-s bons amigos, e mesmo depois de separados, continuaram a se corresponder.

Foi graças a amizade dos dois que Blenda não teve problema algum ao entrar na Espanha, pois graças a influencia de Afonso, tudo correu cinco vezes mais rápido do que o habitual.

Para a total surpresa de Blenda e de Maxwell, o rei perguntou se poderia vir a ser o padrinho do casamento deles, e das gêmeas. As garotinhas concordaram quase que imediatamente, esquecendo-se de que o pai, e agora também, a mãe, teria de concordar primeiro. Mas a euforia das duas diante da idéia foi intensa demais para negar ago.

Depois conheceram a prima do rei também, lady , prima segunda do imperador Francisco José I da Áustria, uma jovem muito bela.

Isso fora a dois meses, agora estava de frente para o luxuoso espelho, contemplando a si própria com um belo vestido de noiva. A melhor data para um casamento é nos meses de Junho e Julho, disse Carmen, era c lá estava ela agora, com os nervos bruxelantes de ansiedade.

O vestido era na cor creme para divergir um pouco da maioria das noivas, também possuía um estilo mais grego, sendo a saia sem volume, caída e ondulante até o chão, com um destaque maior no busto com mangas delicadas que deixavam uma parte dos ombros descobertas, e para finalizar, na cintura uma réplica muito bem feita co colar de Brisingamen, o colar da Deusa germânica do amor, da fertilidade, da beleza, da riqueza, da magia, dos céus, Freya. Os cabelos fulvos estavam presos num coque elegante, com um fino par de brincos de diamantes concluindo seu traje. A visão dela exalava beleza e sensualidade, fora que era uma clara referencia ao apelido de "Pequena Grega" que o tio lhe dera.

As batidas na porta foram ouvidas, tirando-a de sua analise sobre a própria aparência. Ela abriu a porta recebendo o olhar admirado e emocionado do tio. O senhor a abraçou, sem dizer nada. Não era um adeus. Não era uma despedida. Era um abraço de felicidade por a sobrinha ter encontrado e por ela ter a chance de viver o que a ele fora negado: Um amor duradouro. Anos de companheirismo com a pessoa amada, filhos para povoar o mundo com sua descendência. Ele não sabia se era esse realmente o futuro da sobrinha, mas esperava que fosse.

- Pronta, Wenig Griechisch? – Indagou ao soltá-la, observando se não amassou nada.

- Ja, Onkel. Sempre estarei.

Ela apoiou-se no braço dele e se puseram a andar em direção a carruagem que guiá-los-ia até a catedral donde realizar-se-ia o casamento. Já na carruagem, Jürgen soltou a noticia que estava tentando atenuar. – Seus pais vieram.

A dama o olhou por um momento surpresa, mas tão logo veio, passou e as feições se amenizaram novamente. La olhou para a rua que corria lá fora, não faltava muito para chegarem. – O senhor pode não ser meu pai de sangue, mas sempre cuidou de mm como tal. O senhor é quem irá me guiar até Maxwell, a menos que não deseje isso. És meu pai, Onkel, e eu o amo como tal.

Quando ela terminou de falar, os olhos marejaram levemente, mas logo engoliu a tristeza, e olhou novamente para o homem que foi seu pai desde os primeiros momentos. Ele também tinha os olhos marejados, e a olhava com todo o amor que ela sempre sentiu vindo dele.

Não foi dito mais nada, apenas um abraço cheio de significados.

Quando pararam em frente a igreja, Jürgen desceu primeiro, para depois ajudar a sobrinha. E então a caminhada para o altar começou, as portas foram abertas e ela viu Maxwell aguardando-a ao lado do padre. As gêmeas atrás do pai, lindas como sempre. O rei Afonso XII estava em seu lugar como padrinho, juntamente com Carmen e Mario.

Nada mais importava.

Nenhuma outra pessoa importava. Quem deveria estar ali, estava. As pessoas que ela amava. Sua família.

Caminhar até Maxwell não eram os passos para uma vida de casada.

Eram os primeiros passos de uma que ela sabia que estaria entre as melhores fases de sua vida.

Afinal de contas, o tio estava certo. Pois ela sentiu que no lugar onde a mãe da noiva costuma estar, estava a alma de sua falecida tia. Jürgen também sentiu, e emocionou-se. No final... Ela realmente teria o futuro ao lado do homem que amava. Pelo tio e pela tia.

Ela era uma espécie de reencarnação da tia. E naquele altar, quando disse finalmente "Sim", ela renasceu como uma mulher que viveria todos os dias de sua vida ao lado do homem que amava.

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Oi pessoal, como estão? Espero que bem!

O ultimo capitulo, ou melhor, Epílogo, finalmente chegou!! Até que enfim chegamos a conclusão desta história e em que dia? Justamente no meu aniverário! Sim, hoje eu faço 15 aninhos e mais tarde vou mandar uma surpresinha para vocês, rs.

E o que acharam de tudo? Deix seis comentários e estrelinhas para que eu saiba!!!

Beijinhos felicidades e até a próxima!!

Cecí

BlendaOnde histórias criam vida. Descubra agora