Capítulo Quatro

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Blenda estava a arrumar-se, Arlete e Salete ficar-iam com uma amiga de confiança dela, pois ao indagar para Maxwell onde elas ficariam viu-o desconcertar-se dizendo que esquecera-se o detalhe. Ela só pôde rir. Ele estava tão adaptado a levar as jovenzinhas em todos os jantares e eventos que não sabia como e nem com quem deixá-las quando fosse jantar sozinho com Blenda.

Ela o tranqüilizou dizendo-lhe que possuía uma colega que tinha duas filhas pouco mais jovens que as gêmeas. Blenda enviou um bilhete pedindo a Carmen, sua colega de trabalho que estava para ter seu terceiro filho, tendo um menino como primogênito e uma garotinha como segunda para cuidar das gêmeas. Carmen e o marido aceitaram ir até a mansão Velásquez com os filhos para cuidar de Lete e Sal com o maior prazer.

Blenda escolhera usar um vestido azul escuro, realçando a pele alva. Era um característico vestido aristocrático, quem a visse diria que ela era uma burguesa sem pestanejar, em anos passados isto era uma verdade, mas hoje ela ficava feliz por poder dizer-se uma professora, também era uma empresária de riqueza, mas não revelaria isto.

O vestido era azul escuro com detalhes em azul claro, o cetim dele era leve e adorável. O corpete lhe moldava o busto com total perfeição, caindo em camadas numa saia esvoaçante com camadas variadas de azul claro, turquesa e escuro. As mangas iam dos ombros ao antebraço, finalizando um volume delicado. O decote circular que deixava-lhe os ombros descobertos completava-se com um bordado no azul claro,deixando-a com um ar levemente sedutor.

Não que sua intenção fosse seduzir Maxwell, mas gostava de arrumar-se, e porque não embelezar-se para jantar com um amigo? Certamente Maxwell a levaria a algum lugar próprio para a burguesia, e preferia esta vestida a caráter.

Saiu de seu aposento e se direcionou para o quarto das gêmeas, certamente Maxwell estava lá com elas. No caminho, deu-se conta com um sorriso que mesmo em apenas dois meses já os perfeitamente, desde as manias a rotina e personalidade. Bateu suavemente a porta para alertá-los de sua presença. As gêmeas foram as primeiras a vê-la, e sorridentes, correram para abraçá-la.

- Fräulein Blenda! Estás linda! – Falou Lete observando-a de cima a baixo, apreciando a beleza da dama a sua frente.

- És verdade! Parece uma... Uma Lady! – Sal apoiou as palavras da irmã, também encantada. Agora os erros na fala estavam cada vez mais escassos, eram poucas as vezes em que se perdiam nas palavras, e com Blenda elas estavam aprendendo a corrigir-se sempre que o faziam. As jovens garotinhas não eram muito acostumadas a presença de damas mais velhas. Na verdade o exemplo das meninas era sempre o pai. E ver uma beldade alemã como Blenda era uma total novidade. Ainda mais pela beleza encantadoramente fascinante da dama a frente delas.

Blenda sorriu para as meninas a sua frente. Ela percebera que as jovens sempre se surpreendiam quando Blenda fazia algo que não era exatamente comum a uma dama, assim como quando agia aristocraticamente. Ela sempre recordava-se que Maxwell era o único que elas viam de modelo, então certas coisas eram novidade. Com uma presença feminina mais verídica em suas vidas, Lete e Sal estavam aprendendo melhor os modos que a sociedade esperava que jovens damas possuíssem. Afinal, a aristocracia costumava apoiar aqueles que se encaixavam nos padrões e reprovavam com facilidade quem não se adequava.

- Danke, as senhoritas são muito gentis. – Agradeceu sorridente.

- Fräulein Blenda, papai quer ir embora contigo! – Acusou Lete fazendo Blenda soltar uma risada diante da compreensão errônea da menina.

- És verdade! E ele não quer levar-nos junto! – Sal apóia a irmã fazendo biquinho fofamente.

- Não se preocupem com isso senhoritas, - Blenda piscou divertida para as pequenas. – Seu pai ainda não pode me roubar.

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