Capítulo I - Olá, Itália

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Alessandro Montevedecchi

Grande foi a surpresa do Heitor e Renée quando me viram, já fazia três anos desde a última vez que nós vimos, obviamente nos falávamos, mas ficava só nisso mesmo. Eles sempre tentavam me convencer a voltar, mas eu precisava ficar longe, e sem dúvida essa foi a meglior decisão.

Muitos podem afirmar que meu luto durou mais do que necessário, mas quem são essas pessoas para saberem de meus sentimentos? Eu precisava me encontrar, passei esses anos viajando, Brasil, Portugal, Viena, África, Finlândia foi alguns dos países que visitei. Fiz o que a Audrey sonhava para nós, ela queria conhecer o mundo, e fiz isso por nós, pela sua memória.

E puta merda foi incrível! Non irei dizer que non pensei nela, isso seria uma mentira, mas a levo como uma memória boa, e me alegro em pensar nela e isso é bom.

Voltei também devido que recebi um telefonema da clínica onde congelei meus espermas a alguns anos atrás. Na verdade eu nem lembrava, pra ser sincero só congelei por ter sido um pedido da Audrey, ela parecia certa de que eu ainda seria babbo (pai), como se eu fosse destinado. Mas sinceramente não sei se usarei, certamente não.

Mas enfim, isso foi o pontapé para o meu retorno, confesso que minha mamma também foi bastante convincente para minha volta.

Renée: E aí cuzão.-- diz batendo em meu ombro.

-- E aí cazzo, cadê o Heitor?-- digo bebendo meu uísque, ele olha no bolso e diz.

Renée: No meu bolso que não tá.-- diz sarcástico. Viemos num barzinho, uma noite de homens. Sorrio. Já faz um tempo desde a última.

-- Como vai meu sobrinho?.

Renée: Doido pra brincar contigo.-- diz rindo.

— E como vai a Cecília?— pergunto e dou outro gole no uísque.

Renée: Está bene, estamos tentando outro bebê.— diz piscando o olho.— A propósito você é um péssimo padrinho.— diz e tenho que concorda.

— Você tem razão, e enquanto você tá aqui bebendo a Cecília está com o pequeno Ben.— digo rindo.

Renée: Non cuzão, deixei meu peixinho na casa da mia mamma, ela disse que tinha algo que queria falar com ela, parece importante.

— O Ben ficou com a babá?

Renée: Non ficou com a tia desmiolada, ah Alê ele tá tão esperto, e é a minha cara.— diz orgulhoso, sorrio e vejo o Heitor adentrar o bar.

Ananda Rodríguez

Abraço meu pequeno, e o encho de beijos e cócegas. Ah como senti falta, apesar que só fazia uma semana que não tinha o visto, porque estava atolada no trabalho, devido a uma matéria nova que estou apurando que pode consolidar meus dias na Trivial, é sobre mulheres que buscam ser mães através de doadores anônimos, inseminação artificial.

Comecei por uma brasileira Karina Bachi, que buscou seu sonho na Califórnia, e hoje já é mãe de um menino lindo.

Sinceramente não sei se optaria por esse caminho, entretanto não descarto a opção. Pra ser sincera nem sei se quero ser mãe, já tenho meus sobrinhos, eles me adoram mas não sei se levo jeito pra maternidade, sei nem cuidar de mim direito.

Ben: titia, posso comer doce?.— diz me olhando com cara de gato que caiu de mudança, sacana igual a o pai.

— Pediu a sua mãe?

Ben: mamma nem tá aqui.— diz olhando para os lados pra se certificar.— E tem pudim na geladeira, nonna quem fez.

— Acho que um pudinzinho não faz mal a ninguém né.— digo e ele concorda.— Então vem travesso.— digo o pegando no colo.— Você tá pesado criança, talvez deva maneirar mesmo no doce.— digo o colocando na bancada sentado na cozinha.— Fica quietinho.— digo indo até a geladeira e dou já de cara com a travessa de pudim. Deus! Eu amo a sogra da ciça. Pego a travessa e coloco na bancada perto do Ben. Depois pego duas colheres.

A Virgem - Livro 3 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora