NEM TUDO É FACIL DE DESVENDAR

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Visão da Camila

-Vamos Kaki. Quero sorvete.

-Sofia!-  Ralhei quando ela pulou em cima dos meus livros. - Sai de cima. Não posso. Estou estudando.

-Mais você está de férias! Era para você ficar comigo. Você disse que iria passar suas férias comigo.

Suspirei. Eu havia mesmo prometido passar minhas férias com ela. Eu andava meio egoísta mas não porque eu queria era simplesmente porque cursar medicina exigia mais do que interesse pelo curso. E eu queria ser uma excelente médica. Mais para isso eu tinha que estudar muito.

Olhei para ela, com os olhinhos pidões e com um ar de carência. E percebi que estou sendo uma péssima irmã. Depois que mamãe morreu ela se tornou ainda mais carente de mim e de nosso pai e fechada para o mundo. Por isso fiquei surpresa pelo quão bem ela se deu com Lauren.

-Tudo bem Sofi. Vamos. Posso estudar depois. Mais onde tem sorvete por aqui?

-Eu vi uma casa ontem, quando íamos para o açude, tinha uma placa de vende-se.

-Aí meu Deus. Nesse sol até lá?

-Veja pelo lado bom. Vai dar ainda mais vontade de tomar e depois podemos ir ao açude.

-Você já tinha arquitetado tudo, neh?

-Claro. E ainda vamos à cavalo.

Suspirei. Quanta preguiça.

-Tudo por você. Vá por uma roupa de banho.

-Obrigada, Kaki. - Ela pulou em cima de mim e saiu correndo.

Guardei meus livros também e fui me arrumar também. Peguei dinheiro e fui preparar os cavalos. Desde crianças andávamos à cavalo. Então não tinha com o que me preocupar em relação a Sofia. Só tinha que se preocupar comigo mesma.

Meu cavalo era o Spirit ele era todo branco, forte, bonito e leal. Ele era só um pouco arisco com desconhecidos. Minha mãe tinha resgatado ele de um circo junto com meu pai. E o de Sofia meu pai havia dado à dois anos em seu aniversário de oito anos. Ele se chamava Bob devido o seu amor pelo Bob Esponja, ele era castanho escuro.

Quando terminei de sela-los Sofia apareceu. Desconfio que só apareceu agora para não selar o Bob.

-Você tá ficando muito gaiata, Sofia.

Ela sorriu e logo subiu no cavalo.

-Você avisou ao papai? - Perguntei a ela.

-Sim. Ele estava no escritório, disse para mim cuidar de você. - Sorriu com a língua para fora.

-Rá rá. Muito engraçado. Mais eu sou a mais velha aqui, então eu cuido de você pestinha.

Depois que subimos cavalgamos para fora da Fazenda. Esse lugar era realmente lindo. Fazia pouco mais de um ano que nos mudamos para cá. Morávamos em outra fazenda porém meu pai já morou aqui quando adolescente e já viemos, eu e Sofi, para cá algumas vezes já. Quando estava aqui não costumava sair muito. Além do que eu não conhecia muito. Meus pais sempre me instigaram a desbravar esses campos e conhecer as pessoas dessa comunidade mais a minha timidez não deixava.

Enfim... Eu já tinha falado com algumas pessoas, conhecidos do papai. Mas não tinha feito amizade com ninguém.

Eu morava na capital. Vinha sempre que podia mas a faculdade me prendia muito, é como um colega meu me disse uma vez: um universitário não tem vida social.

Sofia falava de tudo sobre a escola, os amiguinhos, os professores, o quanto alguns trabalhadores da fazenda eram legais com ela e tudo mais. Ela me deixava atualizada sobre o tempo em que eu não estava com ela. Ela falava pelos cotovelos. Minha irmã era uma criança muito comunicativa mais somente com pessoas íntimas dela.

AMOR NO INTERIOROnde histórias criam vida. Descubra agora