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BEATRICE WILLIANS.
NOVEMBRO DE 2016.
LOS ANGELES.

Justin conseguiu me enrolar por mais de meia hora na cozinha, mandando prós ares a ideia de beber algo junto com minhas amigas. Mas mesmo assim levei e escutei várias piadinhas vindo das garotas. De qualquer forma era bom a ideia de estar em paz com pessoas que amo.

Aproveitamos bem o sol, fofocamos, comemos carne assada, bebemos e por fim todos estavam deitados na grama olhando para o céu — que já estava escuro. Não sabíamos o horário, mas o sol tinha ido embora muito tempo atrás.

Hailey se levanta indo buscar seu celular, e Justin vai junto. O loiro volta com um violão em mão, e minha querida amiga trouxe meu telefone junto ao dela. Agradeço por isso, ficando abraçada em Jaden enquanto via o loiro dedilhar as cordas.

Chaz fica ao lado de Jaden, enquanto ao meu lado estava o loiro que causava avalanches em meu estômago. Vizinho dele se vê uma Hailey com Fai, Kendall, e Justine apoiando a cabeça no ombro de Ryan. Todos confortáveis e esperando a voz melodiosa cantar algo.

— Vocês querem alguma música em especial? — Pergunta com o olhar pairando em mim.

Nego com a cabeça, forçando meu rosto até ele. — Qualquer coisa que você cantar vai ser perfeito. — Digo baixinho arrancando um sorrisinho.

— Alguma do Frank Ocean, por favor. — Justine pede, e Justin pensa.

A mulher olha para mim com um sorriso cúmplice, e ela é retribuída quando vejo ele improvisar no violão os acordes de Ivy.

Meu coração aperta levando minha mente para memórias antigas com todos os tipos de pessoas que tive algum contato parecido. Me assustava, mas voltava drasticamente para o homem cantando.

Justin cantou a primeira estrofe calmamente expondo seu grande talento, já a segunda os olhos deles se cravaram em mim.

"... Se você pudesse ver meus pensamentos, você veria nossos rostos
Protegido na minha casa como um caminhão blindado naquela época
Nós não dávamos a mínima na época
Não sou mais uma criança
Nunca seremos aquelas crianças de novo.."

Afetada, é isso que estou. A forma como se encaixava perfeitamente é impressionante. Poderia ser uma pequena coincidência, e Justin ter apenas juntado os fatos. Minha mente se recusava a aceitar um real significado.

O refrão saia com maestria dos seus lábios, causando uma sensação de leveza. Paz. Esse sentimento está me tomando de conta muitas vezes.

A música logo acaba, e em troca ele recebe gritos animados dos nossos amigos. Um maldito talentoso, isso que ele é.

Justin solta o violão, puxando meu corpo, tirando-me de Jaden, colocando entre suas pernas enquanto cheirava meu pescoço. Eu não sabia, mas o sorriso em meu rosto já entregava a situação.

— Gostou? — Pergunta diretamente para mim.

Concordo, encostando minha cabeça no ombro dele. Justin fez minhas coxas de apoio para o violão, e assim se seguiu.

— Você poderia cantar alguma do Daniel Caesar? — Pergunto torcendo para que ele o fizesse.

Justin assente, já pronto para realizar o meu pedido, mas nego. — Apenas para mim.

Ele ri baixinho.

— Tudo que você quiser, Bae.

Fecho os olhos sorrindo sem mostrar os dentes enquanto via as expressões dele variar aí decorrer de cada música cantada. Sinto meus olhos pesarem, o sono queria me dominar, mas só iria depois de meia noite. Pego meu celular vendo marcar 23:00. Bato uma foto do violão, em seguida postando em meus stories.

— Não durma! — Justin pede quase como uma ordem quando percebe meus poucos movimentos.

Bocejo sentindo meu corpo cada vez mais mole.

— E por que? — Pergunto segurando o colar em meu pescoço.

— Tenho um presente para você.

— Outro? — Pergunto segurando o colar que ele me deu.

— Sim, baby.

Desbloqueio o celular mandando algumas mensagens para o meu pai, ele estava sempre ocupado com algum caso milionário, mas me respondeu na hora. Me assegurou que tudo está bem, e que amanhã me ligaria. Certo.

23:45.

— Bea sabemos que você não gosta de parabéns antecipado, então amanhã daremos, ok? Agora vou descansar minha beleza. — Hailey é a voz, eu concordo e ela se levanta levando Fai junto.

A jenner mais velha também se levanta, e os outros vão junto. No final ficou apenas eu e o loiro.

— Posso saber mais sobre esse presente? — Pergunto descendo a cabeça, encostando perto do coração dele.

Estava acelerado como um carro em fórmula 1.

— Não.

Ri pegando a mão dele, entrelaçado nossos dedos, depois levei até minha boca dando pequenos beijos. E assim ficamos por um tempo, apenas curtindo o toque.

Justin pega seu celular, digitando palavras completamente distraído. Pensei ser alguma mensagem para alguém, mas quando escutei meu celular vibrar violento tive a certeza que já era mais de meia noite.

— Feliz aniversário mi amor.

Justin me põe de frente a ele, abraçando meu corpo de forma apertada. O sorriso só faltava rasgar meu rosto.

Quando fiz menção de responder algo, ele ataca meus lábios dando vida a um beijo lento, mas cheio de desejo. Nossas línguas dançavam, enquanto no céu as estrelas brilhavam admirando nós.

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