Capítulo 1

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Phoebe

Conforme diz a lei de Murphy: Se alguma coisa pode dar errado dará. E mais dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.

Primeiro foi minha crise de nervos duas semanas atrás em meio a um tratamento com um paciente, e então uma semana depois a psicóloga disse que eu precisava voltar para Chicago, pois a pressão psicológica ali estava me deixando ainda pior. Não adiantou eu argumentar que o problema estava aqui, nesse país, nessa cidade. E então derrotada embarquei em um avião, um voo de quase trinta horas com uma criança chorando, está certo que as mães não tem culpa, menos ainda os bebês por estarem desconfortáveis no voo. Mas porra! Depois daquele voo minha vontade de ter filhos se reduziu em duzentos por cento.

E claro no aeroporto de Chicago, já exausta e a ponto de ter outra crise nervosa, um imbecil passa a mão em mim, na verdade passar a mão é um eufemismo, ele praticamente apertou minha bunda, dar uma joelhada nas suas bolas foi a minha reação instintiva. Homens são nojentos.

Tudo o que eu mais queria era ir para a casa, tomar um longo banho e dormir. Mas nem isso eu tinha mais, quando decidi ir embora sai do apartamento que havia alugado, haviam lembranças demais lá de Michael, me mudei para a casa do meu pai e agora quando chegasse na casa dele teria de conversar e contar todas as novidades, sendo que tudo o que eu mais desejava era o oposto.

Depois de fazer o B.O. sai da delegacia arrastando as minhas duas malas, e claro seguindo a maravilhosa lei de Murphy, a roda de uma das minhas malas quebrou e começou a chover.

— Nossa que delícia! O que mais pode dar errado agora? — Perguntei encarando os céus, uma trovoada veio em resposta e então uma voz que eu não escutava há muito tempo respondeu.

— Quer uma carona? — Encarei o carro que parou ao meu lado e o seu motorista.

Andrew, o segundo homem no mundo que eu não queria ver nem pintado de ouro. O estresse, o sono, a fome, o frio e a dor no corpo venceram meu orgulho. Abri a porta de trás e joguei minhas duas malas lá dentro, abri a porta do carona e entrei no ar quente.

— Parece que você está sempre á espreita esperando para me dar uma carona. — Resmunguei.

— Eu trabalho aqui, vi você e decidi vir falar contigo. — Suspirei e o encarei sem paciência. Grande erro, aqueles olhos azuis escuros eram meu ponto fraco, meu coração acelerou no momento em que nossos olhares se encontraram.

— Minhas últimas horas foram uma bosta, não estou afim de papo, e também não acho que temos algo a conversar. — Coloquei o cinto e encarei a janela e a chuva que caía sem dó lá fora.

— Qual seu endereço? Ainda é o mesmo?

— Não, sai daquele apartamento... estou morando com meu pai. — Encarei o GPS do carro dele e digitei o endereço, assim não precisávamos conversar durante o caminho.

— Você está bem? Vi você com o idiota lá dentro. — Claro que viu, porque a lei de Murphy me levaria exatamente para a delegacia em que ele trabalha.

— Eu vou sobreviver, já passei por coisas piores, esqueceu que namorei um serial killer? Um maluco que matou o pai da minha amiga e tentou matar outros amigos. — Não resisti em alfineta-lo, estava uma pilha de nervos e queria fazê-lo sofrer.

— Isso é algo que nunca irei esquecer, acho que nenhum de nós vai, ele era amigo de todos. — Me senti um pouco mal, mas só um pouco.

Ficamos em silêncio por alguns minutos até que Andrew voltou a falar.

Força - Agentes da Lei - Livro 2 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora