Capítulo 3

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Phoebe

Três dias, eu precisei de três dias na cama para finalmente criar coragem e recomeçar a minha vida. Eu estava exausta após ver tanta dor e morte no continente Africano, por perder tantos pacientes, muitos deles crianças, com uma vida pela frente que jamais iriam ter. Cada dia que passei lá me fez ao mesmo tempo desacreditar do ser humano, e também acreditar que ainda havia humanidade no mundo, apesar de ela estar correndo um grande risco de ser extinta para sempre.

Crianças baleadas, desnutridas, machucadas e largadas por aí me fez desacreditar totalmente na humanidade, como podiam fazer aquilo com uma criança? Como podiam ser tão cruéis? E o carinho, e cuidado dos meus colegas que derramavam lágrimas após o exaustivo expediente de trabalho que me fez crer que ainda existia humanidade em nosso planeta, mas infelizmente a maioria que vivia no globo terrestre já havia perdido a humanidade a muito tempo.

E não era apenas lá, bastava ligar a televisão, entrar nas redes sociais que você já enxergava a falta de humanidade nas pessoas, não apenas em aqueles que cometiam graves crimes, mas também em quem falava comentários maliciosos nas redes. Quando esse mundo iria acabar? Eu estava exausta já e não me importaria de dormir eternamente; mas como o mundo ainda estava cheio de oxigênio, eu precisava seguir em frente.

— Onde você vai toda arrumada assim? — Minha madrasta estava passando o aspirador na sala e me encarou sorrindo.

— Eu preciso tentar recuperar meu emprego. Se não conseguir recuperar preciso procurar por outro.

— Tem certeza de que não precisa descansar um pouco mais? — Seu semblante preocupado me acalentou, podia ter perdido minha mãe cedo, mas havia ganhado outra tão carinhosa quanto.

— Eu estou bem mesmo Cora, e será ainda melhor me ocupar, você mesma não disse que mente vazia é oficina do diabo? — Ela sorriu.

— Está certo, vá, mas não tenha tanta pressa em voltar ao hospital assim, certo? — Assenti. — Aqui, pegue. — Ela jogou as chaves do seu carro para mim. — Assim não precisa pagar uma fortuna para um taxi.

— Obrigada Cora. — Me aproximei dela e lhe dei um abraço e coloquei as chaves sobre a mesinha. — Mas já chamei um Uber e ele é bem em conta, inclusive o motorista está aqui na frente me esperando, seria injusto cancelar agora que ele veio até aqui.

— Certo, boa sorte minha filha.

— Obrigada Cora. — Me despedi dela e entrei no carro da Uber cumprimentando o motorista e pegando meu celular, estava na hora de entrar no clube das Luluzinhas Holmes e avisar que eu estava de volta.


As Luluzinhas Holmes


Phoebe: Bom dia meninas, só queria avisa-las que estou de volta em Chicago, desta vez para ficar. XOXO*.

Crystal: Não acredito que você estava voltando e não nos contou. Poderíamos ter ido buscar você no aeroporto. Como você está?

Phoebe: Foi tudo repentino, faz apenas quatro dias que voltei.

Karen: Você voltou! Ahhh estou tão feliz, estou de plantão e já venho puxar sua orelha por ter voltado há QUATRO MALDITOS DIAS e não ter dito nada.

Minah: Seja bem-vinda de volta Phoebe, precisamos nos reunir para bebermos todas juntas um dia desses.

Camille: Quatro dias? Estou ansiosa para ver você, quando todas se reunirem não esqueçam de me avisar. Fique bem Phoebe.

Força - Agentes da Lei - Livro 2 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora