Capítulo 5

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Phoebe

Onde eu estava com a cabeça quando o beijei? E porque foi tão bom? Essas foram algumas das perguntas que fiz a mim mesma ao entrar em meu quarto após fugir da Uber. Toquei meus lábios com a ponta dos dedos, ainda podia sentir o toque e o gosto de Andrew, o melhor beijo da minha vida.

— Merda. — Amaldiçoei a mim mesma.

Tirei os sapatos e os chutei para um canto.

— Merda. — Fui xingando sozinha enquanto tirava meu vestido. — Merda. — Enquanto tirava a maquiagem e pegava uma máscara facial coreana.

Desde que fiz amizade com Minah descobri as maravilhas que aquelas máscaras faziam em nossa pele. Deitei na cama e xinguei-me em pensamento. Fechei meus olhos e só Andrew preenchia meus pensamentos. Eu tentei, com todas as minhas forças ficar longe dele, não o tocar, nós nunca havíamos sequer trocado um beijo e isso tornava tudo mais fácil.

Afinal era fácil ignorar algo que nunca foi provado, mas agora, merda, agora eu havia provado seu beijo e foi sem dúvida alguma um beijo de tirar o fôlego. Quem imaginaria que ele teria um beijo tão fantástico? E que nossos lábios se encaixariam com perfeição? Agora seria ainda mais difícil de controlar, agora que eu sabia o quão incrível era o toque dos lábios de Andrew, tornaria ainda mais difícil resistir a ele.

Mas eu não era mais uma garota carente que se jogava nos braços do primeiro que aparecia, eu iria resistir a Andrew, eu não podia me machucar novamente; meu dedo podre me convenceu de que eu nunca mais iria namorar, talvez eu devesse entrar para um convento.

Aquele último pensamento antes de pegar no sono me fez rir. Eu em um convento? Que grande piada.

****

A segunda-feira chegou com céu azul com nuvens brancas espalhadas pelo céu, nuvens tão densas que pareciam algodão. Foi o que me animou a sair na rua naquela manhã de segunda-feira já que eu estava exausta e dolorida após noites insones.

Maldito Andrew.

Minha velha moto estava funcionando bem, como papai já havia testado, então com mochila nas costas e pronta para voltar ao trabalho segui rumo ao hospital. Eu não iria trabalhar mais na área de queimados com Karen e minhas colegas, eu iria para a cardiologia, fui enviada para lá pois estavam com falta de pessoal, na verdade estava muito feliz em estar trabalhando na área da cardiologia, pois trabalhar na área de queimados apenas me faria lembrar de Michael.

Várias e várias vezes contei para ele sobre alguns pacientes que chegavam com oitenta, às vezes noventa por cento do corpo queimado, como eles diziam que achavam que iriam morrer no momento do incêndio e como a dor era terrível. Havia dito para ele também que em minha opinião a pior maneira de morrer era queimado... Michael apenas fingia solidariedade e fingia achar o ato do incêndio algo terrível.

Sendo que ele fazia isso com as pessoas, ele se achava o juiz que decidia o destino de seus acusados.

— Bom dia sou Phoebe Howard. — Uma mulher negra, alta e com uma postura de que era quem mandava por ali me encarou.

— Ah você é a enfermeira nova.

— Não tão nova, trabalhei por quatro anos na área de queimados. — Expliquei.

— Ainda assim é nova, tem muito o que aprender aqui na área da cardiologia, me siga. — Ela caminhava depressa e a segui a passos largos. — Me chamo Linda Garcia e sou a enfermeira chefe nessa área, exijo pontualidade e excelência em serviço, não admito erros, lidamos com vidas e preste bem a atenção que remédio está metendo na veia do paciente. — Disse ela séria.

Força - Agentes da Lei - Livro 2 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora