Depois que eu tomei a sopa os remédios me levaram para baixo lembro-me vagamente de Estela passando ungüento no meu peito e costas ajudando-me a subir as escadas e eu deitei na minha cama caindo em um sono profundo.— Eu estou pensando que depois dessa viagem, eu não vou voltar aos estados unidos.
Nós estamos no Brasil em São Paulo viemos em um pequena viagem de férias para o Ceará, e fizemos uma pausa em São Paulo para que eu pudesse tirar algumas fotos da cidade.
Ceará era a terra natal da minha mãe e eu sempre quis conhecer. Tirar algumas fotos.
Quando eu disse que iria viajar para o Brasil, Laura se ofereceu para vir comigo e eu não podia negar. Embora eu não gostasse de viajar acompanhado.
— Pra onde você vai? — Ela pergunta e eu podia ouvir a vulnerabilidade na sua voz. E eu me odiava por feri-la.
Nós estamos em um carro alugado indo para um jantar, eu pretendia contar a ela no jantar, mas não aguentava mais segurar aquilo dentro de mim.
— Eu não sei, estava pensando em ir para Ásia. Tirar mais fotos para exposição.
— Ah…— Ela parecia desanimada, meus olhos estavam na estrada, mas podia ouvir no seu tom de voz. — Quando você pretende voltar?
— Eu não sei Laura. — Digo.
— Um mês, dois? — Ela pressiona.
— Laura, por favor. Você me conhece.
— Eu sei. Eu conheço você desde que tinha cinco anos. Você é o meu melhor amigo. Não consegue ficar no mesmo lugar por muito tempo. Mas dessa vez é diferente.
— Por que?— Indago olhando para ela por um momento.
— Porque eu te amo e você me ama.— Ela diz e eu me surpreendo tanto com sua sinceridade que quase piso no freio do carro. Eu nunca tinha falado isso para ela, nós nos conhecemos desde que éramos crianças, ela era a irmã mais nova do meu melhor amigo. É claro que eu a amava. — Quando duas pessoas se amam elas querem ficar juntas.
Ela continua e eu não respondo, não sabia o que dizer. Ficamos em silêncio por muito tempo.
— É o meu jeito, as vezes eu prefiro estar sozinho. Na natureza. É o único jeito que eu conheço de ser feliz Laura.
— Eu não faço você feliz? — Questiona. Eu estendo minha mão até alcançar a sua apertando sua mão na minha.
— A felicidade não se encontra em uma pessoa. Não coloque um peso desnecessário nas suas costas. Eu sou assim. Sempre fui e sempre vou ser. Não tem nada a ver com você.— Eu não queria machucá-la. Mas essa era a verdade nua e crua. Eu era como uma ovelha desgarrada.
Não conseguia ficar em um mesmo lugar por muito tempo.
Eu sempre fui filho do mundo.
— Isso não é verdade. Estar com a pessoa que você ama é o suficiente para ser feliz. Você me faz feliz.
— baby… — Eu digo sentindo meu coração se apertar. Eu odiava machucá-la. — Eu não quero que você viva assim, esperando-me enquanto eu viajo. Não é uma vida que eu desejo que você tenha.
Eu nunca deveria ter ido mais longe na nossa amizade. Nunca. Nós estamos juntos a um ano, e na maior parte do tempo eu estava viajando para fotografar e Laura era médica e não podia me acompanhar, eu sabia que a nossa relação a distância estava começando a fazê-la infeliz porque William me disse.
— Você merece alguém melhor. Alguém que esteja sempre ao seu lado.
— Eu não acredito que você disse isso pra mim. — Ela sussurra e a dor na sua voz era inconfundível.
— Laura… Eu só quero que você seja feliz. — Afirmo sinceramente. — É tudo o que eu quero nessa vida.
— Um dia eu espero que você encontre uma mulher que faça você sentir exatamente o que eu estou sentindo agora.
Sua voz era um sussurro e eu olho para ela no banco do carro ao meu lado. Seu rosto estava virado para o lado da janela e sua voz estava quebrada.
Parecia que ela estava me lançando uma maldição.
Como se tivesse acabado a conversa ela solta a mão da minha e a estende aumentando o volume do som, e notas da sonata de Bethoven enchem o carro.
— Laura, eu sinto muito.
Eu me odiava por fazê-la se sentir daquela maneira. Eu me odiava por não poder retribuir tão profundamente seus sentimentos.
— Não há nada para sentir. Eu imaginava que isso iria acontecer uma hora ou outra. — Afirma parecendo mais forte. — Não se pode voar muito perto do Sol, não por muito tempo Luke.
— Laura… — Viro o rosto para olha-la e vejo em câmera lenta quando uma luz branca muito forte cobre o seu rosto antes de tudo ficar escuro.
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RomansaLivro completo disponível na Amazon [+18] Depois de passar a vida inteira sobrevivendo com uma grave condição cardíaca Estela nunca pôde namorar ou possuir uma vida completa, enquanto crescia suas únicas companhias eram os livros e a música, até qu...