Overdose de emoções

A boa notícia

- E agora? Como eu vou devolver a jaqueta dele? - Falo enquanto caminho de um lado pro outro no quarto, estou segurando a jaqueta dele, que por sinal, exala um perfume delicioso, forte, sensual, daqueles que dá vontade de sentir o dia todo, o aroma logo se espalha por todo o quarto.

Eu aproximo a jaqueta do meu rosto, sentindo aquele perfume viciante mais de perto, estou encantada com esse cheiro, nesse momento percebo um pequeno papel cair da jaqueta, imediatamente eu apanho e percebo que tem um número de telefone escrito nele.

Reviro todo o meu quarto a procura do meu celular, claro que é o número dele, preciso falar com ele, urgente, tenho que devolver a jaqueta, e... ver aquele sorriso encantador mais uma vez, percebo que estou com um sorriso bobo enquanto penso nesse garoto, balanço a cabeça repetidamente, tentando não pensar nele, e logo me lembro do meu celular e falo revirando os olhos:

- Parabéns Alexia, seu celular está no carro, ótimo. - Falo sozinha, enquanto penso no que devo fazer.

Olho para o criado mudo que fica ao lado da cabeceira da minha cama, e percebo o velho telefone fixo, e de que me lembre, eu nunca cheguei a usá-lo.

- Sempre há uma primeira vez. - E vou direto para ele, digitei cada número rapidamente, sinto borboletas no estômago " porque estou tão nervosa?", deito em minha cama e aguardo alguém atender, logo eu escuto a voz dele, forte, gentil e agradável.

- Olá Alexia, ligou antes do que imaginei que ligaria. - Ele diz com um tom divertido em sua voz. - Que surpresa agradável, não posso negar, estava ansioso na espera de sua chamada.

Essas palavras me fizeram sorrir automaticamente.

-Como sabia que era eu? - Pergunto curiosa.

- Não deixei minha jaqueta favorita com você à toa, e muito menos o bilhete... - Ele fala um pouco mais sério. - Creio que ligou para marcar uma devolução, estou certo?

- Sim, eu preciso devolver sua jaqueta, quando você pode vir pegá-la? ou podemos marcar de se ver em algum lugar? - Falo um pouco tímida.

- Poderia ser amanhã a noite, se você estiver livre é claro, tudo bem por você? - Ele questiona.

- Ah claro, estou livre amanhã, só preciso voltar cedo, depois do que rolou hoje, meu pai ficou preocupado. - Falo enquanto aquelas imagens passam como um filme em minha mente, logo afasto esses pensamentos quando ele diz com uma voz preocupada, me tirando dessa sentimentos.

- Entendo seu pai, ele teve razão para se preocupar, mas felizmente tudo acabou bem, então amanhã as 7 eu passo na sua casa, Ok? - Ele diz com um tom gentil.

- Ótimo, e obrigada de novo. - Agradeço mais uma vez.

- Não precisa agradecer. - Ele fala encantadoramente. - Agora você deve ir dormir, descanse princesa, te fará bem, bons sonhos.

-Boa noite.

Desligo o telefone e vou tomar meu banho, depois, volto para a minha varanda e fico a olhar para fora da janela iluminada pela linda lua cheia que deixa o céu incrivelmente maravilhoso, envolvo a jaqueta dele em meu abraço e fico assim, observando a noite, até ser abraçada pelo cansaço que me domina.

Na manhã seguinte...

Acordei com um bom humor admirável nessa manhã, apesar dos acontecimentos da noite anterior, dormi como um bebê, sentindo-me segura, tranquila, em paz. Decido descer as escadas e ir até a cozinha, tomar café da manhã junto com a Marina, como sempre fazia, já que meus pais saem cedo de casa para irem pro trabalho, quando chego na sala de jantar percebo que eles ainda estão em casa.

Logo vou em direção aos dois, dou um beijinho no rosto de cada um e me sento a mesa.

- Bom dia família, dormiram bem? - falo enquanto sirvo uma xícara grande de café para mim.

- Vejo que a minha princesinha dormiu bem essa noite, mesmo depois de tudo o que aconteceu, já eu, mal fechava os olhos, e já pensava no perigo que minha menininha passou, sorte que aquele rapaz te salvou. - Meu pai fala tomando um gole de seu suco de laranja matinal.

- Querido, não pense nisso, pense apenas que agora ela está bem e que nenhum mal aconteceu a ela. - Minha mãe diz com um sorriso leve nos lábios, enquanto pega minha mão e a afaga suavemente com seus dedos delicados. - Temos que agradecer aquele rapaz eternamente.

- Ah mãe, vou sair com ele hoje, tenho que devolver a jaqueta dele e aproveitarei para conhecer a cidade melhor e com uma companhia, assim, ficarei mais segura, tudo bem por vocês?

- Querida, você pode sair com ele quando quiser, menos hoje a noite, tenho um evento com pessoas influentes da cidade, e você virá conosco, sei que você odeia esses eventos corporativos, mas será a apresentação da nossa família a cidade. - Meu pai fala enquanto eu reviro os olhos.

- Mas pai, agora terei de cancelar com ele, que vacilo. - Falo desapontada pelas palavras do meu pai, odeio esses eventos. - Então vou para o meu quarto, cancelar com ele, que vergonha.

Fui para o meu quarto, e antes que eu pudesse ligar para o Matheo, o telefone toca, só pode ser ele, logo atendo o telefone, e escuto aquela voz suave e linda.

- Olá Alexia, bom dia, preciso falar com você. - Ele me parece triste.

- Está tudo bem? você me parece desanimado, preciso falar com você também, estava prestes a te ligar. - Digo enquanto ele permanece em silêncio.

- Meu pai disse que tenho que ir a um jantar com uns amigos da família, tentei convencer ele a me deixar não ir, mas foi em vão, ele estava irredutível, mil desculpas Alexia, aposto que você não vai mais querer me dar mais uma chance, e te entendo por isso. - Ele parece triste e frustrado.

- Eu ia te ligar para contar que não posso sair com você hoje, pois meus pais tem algum evento e eu sou obrigada a ir com eles, então podemos remarcar, o que me diz? - Falo otimista.

- Quando a senhorita quiser estou a sua disposição. - Ele fala animado.

- Bom saber, agora preciso desligar, tchau.

- Até breve, eu espero.

Decido ir até o estacionamento onde meu carro ficou na noite passada, chegando lá, pego meu precioso carro e volto para casa, leio um livro por algumas horas e decido cuidar dos meus cabelos, depois de algumas horas já são cinco horas da tarde e começo a me arrumar "cacheada demora mesmo" fico pronta as sete, decidi usar um vestido preto de alcinhas justo na parte superior do corpo e rodado na saia, para complementar, coloquei um salto preto meia-pata que é meu favorito, fiz uma maquiagem para noite bem marcada e com um batom vermelho para dar um charme especial, deixei meus cabelos soltos e passei um perfume marcante, sairemos assim que minha mãe ficar pronta, ela sempre capricha na produção, sempre quer ser a mais bonita do evento, e na minha opinião, sempre consegue.

Logo chegamos no tal jantar, e para minha surpresa, ele estava lá...