Cidade nova

102 20 14
                                    

Chegamos em Laguna Beach na sexta a noite, era uma cidade litorânea bem pequena na Califórnia, daquelas que todos os vizinhos se conhecem, então cá estávamos nós, a família Lancaster.

Meu pai, o grande Victor Lancaster, foi mandado para cá por ser o acionista majoritário de uma grande rede de restaurantes, minha mãe, Helena Lancaster trabalha na administração dos negócios do papai, e eu fui criada como a futura herdeira de tudo, ter que cuidar de todas as atuais 20 filiais espalhadas pelo mundo, só que não é essa minha vontade.

Eu sempre sonhei em fazer faculdade de direito e virar uma delegada, só que meus pais não aceitam meu sonho, e sempre que esse assunto vem a tona tem desentendimentos em casa, estou no segundo ano do ensino médio, e meu pai quer que eu vá para uma faculdade de administração, a mesma que ele e minha mãe se formaram.

Na noite em que terminamos de organizar nossa casa, eu estava sem sono e com vontade de passear pela cidade, olhei pela janela e vi que a noite estava encantadoramente linda, foi o suficiente pra eu trocar de roupas, pegar meu celular, procurar as chaves do meu carro e resolver dirigir um pouco pela noite iluminada por um luar magnífico que clareava toda a pequena e pacífica cidade.

Logo que comecei meu passeio me deparei com uma praia maravilhosamente linda, fiquei encantada com a beleza daquele lugar, então estacionei meu carro, um jeep renegade branco que é meu bem mais precioso, tiro minhas sandálias, deixo o celular no carro e vou caminhar na praia.

A sensação de pé na areia sempre me fez bem, fazia eu me sentir viva e leve,  sentia como se eu fosse uma criança dançando na areia meus holofotes eram a lua e as estrelas, eu girava e brincava com a saia do meu vestido azul marinho com bolinhas brancas "infantil? sim, mas quem liga?".

Prendi meu cabelo e me sentei na areia, e fiquei a observar as ondas que vinham e quebravam na parede de pedras perto da praia.

Depois de um tempo, eu fui até meu carro para pegar minha câmera fotográfica, que sempre fica no meu carro, nunca sei quando vou precisar dela, voltei para a praia e continuei lá por mais um tempo.

Após caminhar por um bom tempo, tirar algumas fotos e admirar o luar resolvi voltar para casa, enquanto caminho em direção ao meu carro, sou surpreendida por uma voz visivelmente alterada por álcool que fala enquanto se aproxima de mim:

-Oi garota, não acha que está um pouco tarde pra ficar sozinha por aí? - a voz vem de um bêbado, me viro rapidamente e me deparo com dois homens fortes e extremamente bêbados bem próximos de mim, os ignoro e começo a andar mais rápido, tentando fugir deles.

  Mas um deles mesmo bêbado consegue me alcançar e segura meu braço com força,  ele é muito forte mesmo estando extremamente alcoolizado.

-Opa, a princesa está nervosinha? não precisa, só queremos ser seus amiguinhos. - Ele fala e ambos caem na risada, o que me dá nojo e muito medo, enquanto eu continuo tentando me soltar.

- Essas teimosas são as melhores, só me deixam mais animado, vamos nos divertir um pouco gatinha. - O segundo bêbado fala se aproximando de mim.

- Me solta seu babaca nojento, me deixa ir embora agora, ou vai ser pior para você. - digo enquanto consigo acertar uma cotovelada em seu estômago, o que faz eu conseguir que e me solte.

Eu tento me distanciar deles, só que antes que eu consiga me afastar, sinto uma dor aguda na cabeça e escuto barulho de vidro se estraçalhando, o outro bêbado conseguiu me alcançar, eu caio na areia, porcaria estou ficando tonta, não posso desmaiar, uso toda a força que me resta para tentar me levantar e sair dali, é em vão, estou tonta demais, minha visão está ficando embaçada.

- ME SOLTEM SEUS TROGLODITAS, NÃO OUSEM ENCOSTAR UM DE SEUS DEDOS IMUNDOS EM MIM SEUS BABACAS, OU EU... - Fui interrompida por um deles.

- Tão marrenta, porém nem consegue se manter de pé. - ele dá uma risada que me assusta, eu começo a chorar, estou sozinhas com esses monstros.

Sinto o sangue na minha testa, o medo está tomando conta de mim, ele está se aproximando de mim, o outro segura meu braço, o que me resta agora?

- Ei otários, vocês ouviram a garota, saiam de perto dela agora. - Alguém diz mas estou tonta demais para ver seu rosto, ele caminha até mim, mas é parado por um dos alcoólatras.

- Quem você pensa que é pra se meter na nossa diversão? - O bêbado o empurra, mas ele não saí nem do lugar, ele dá um soco no bêbado que caí, o outro bêbado me solta e caminha ferosmente em direção a o rapaz, que se livra do outro alcoólatra com facilidade.

Percebo que ele corre em minha direção assim que se livra dos bêbados, tudo fica ainda mais embaçado e logo tudo escurece de uma vez... eu desmaiei...

Overdose de emoçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora