IX - A Rainha, A Resistência e a Última Profecia

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"Aquele que vive de combater

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"Aquele que vive de combater

 um inimigo tem interesse 

em o deixar com vida"

Friedrich Nietzsche 


Seu voto é de ajuda incondicional, boa leitura.

Sim! O silêncio temeroso era tão intenso que foi possível ouvir os sons de estalos de todo o lugar congelando. Até mesmo o som de Aquiles sendo posto no chão da passarela ecoou pelo lugar. As paredes entrelaçadas com as árvores espinhosas ganharam uma tonalidade triste e acinzentada. Uma neblina se formou e intensificou sobre o lago dos mortos e os crocodilos desapareceram abaixo das arquibancadas.

Uma tensão como meus pressentimentos acometeu todo o lugar, era visível que todas as criaturas naquela arena compartilhavam do mesmo sentimento. Uma estranha sensação de que algo maligno estava prestes a acontecer. As águas negras agora eram uma superfície dura e branca. Por mais que o lugar estivesse totalmente bloqueado, a neve parecia encontrar seu caminho desvencilhando-se dos galhos e adentrando a arena. Eram inúmeros floquinhos que desciam serenamente sobre nós.

Um novo som nos pegou desprevenidos, como o ápice de uma queima de fogos que se adiantara conforme a contagem regressiva. Tronco e Casto anunciavam a chegada de mais um inesperado visitante. Uma mulher alta e magra se adiantou ignorando a recepção dos anões. Parecia tão frágil que inspirava em mim um desejo de cuidar dela, mas mesmo parecendo um cordeiro a mercê dos lobos eu sabia que ela era a alpha.

_A quem devo anunciar? – A pergunta de Casto era evidentemente estúpida, uma vez que todos ali já sabiam quem nos dava a honra de sua presença. A mulher claramente sentiu-se ultrajada com a atitude do anão, se controlando para não o retaliar ali mesmo.

_Dispenso suas frivolidades. – Branca travava uma luta consigo mesma. Aquele comportamento era estranho para a fama que tinha. Ela se controlava para não extrapolar com a pequena criatura.

Ela havia nos descoberto, nos encontrado. Por que se dava ao trabalho de permanecer com expressão tão serena? Algo estava em jogo.

A mulher Branca era albina, sua pele clara e rosada quase se confundia com seu vestido beje. Um vestido digno da alta estirpe da rainha com uma curta calda que encobria as marcas dos calçados da célebre soberana. Ela desfilou sobre a passarela, vindo até nós como uma diva em país estrangeiro.

Seu vestido era estupendo, mas não pude deixar de observar uma vã semelhança com às vestes das ninfas. Desenhava seu corpo dando-lhe curvas avantajadas, mas era também uma ótima peça para uma contenda, caso precisasse.

As criaturas curvaram suas cabeças aliviados que fosse simplesmente a soberana, mas eles a conhecia como ela se apresentara: um lobo que protege a sua matilha, mas ali, seus interesses não estavam claros.

Herdeira do Trono - A Rainha das Trevas BrancasOnde histórias criam vida. Descubra agora