Capítulo 8- Azálea

14 0 0
                                    

Delicada,
Doce e muito delicada.
Porém, nem tanto.
Eu a caracterizo com a beleza;
Mas poderia fazer isso com a sua força.
Sonha com os teus toque;
Aprofunde seus dedos sobre minha alma.
Consegue sentir o meu coração bater?
Bate. Pulsa. Vibra. Renasce da morte de uma bela flor.
E se pudesse o mundo ser o jardim?
Quantas especies de flores teríamos?
Pode-se ouvir o nascer do broto daquela semente.
Amor. Razão. A ação do sentimento pode ser sentida?
Se o mundo fosse um jardim, eu seria uma Azálea.
Eu seria intensa, eu seria forte.
Eu poderia ser bela, mais do que eu já deveria ver.
Eu poderia sentir o amor;
Eu poderia viver com a beleza;
Eu seria a flor mais linda que existe,
Mas eu não sou.
Eu gostaria, mas não sou.
Será que as flores gostariam de ser humanas?
Terem que trabalhar como sentir?
Terem que cuidar de si e não esperar pela chuva ou pelos nutrientes que as mantêm vivas?...
Os humanos fazem isso também.
Esperam sempre alguém para finalmente se sentir intenso, achando que necessitam de alguém.
Eu queria ser uma Azálea,
Para não precisar de nenhuma pessoa.
Cuidar de mim, sem ter que esperar.
Por sentir.
Azálea, gostaria de me ensinar a precisar de mim?

-Doce, podre e intensa humana qualquer.



Jardim de HistóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora