Prólogo

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Goyang — 30/04/2008

"Então, vamos ser sinceros? Tudo na vida sempre é você, Kyungsoo. Isso pode soar como inveja ou seja o que for, mas sempre é você.

Eu sou apenas o Kim Jongin, amigo de infância do garoto mais inteligente da escola. Sinceramente? Já deu, sabe? Eu te amo, hyung e o problema nem é você e sim eu. Eu e as pessoas, não você. Por quê? Porque eu preciso me enxergar.

E para que isso aconteça, peço que a gente se afaste aqui. Eu quero ser o Kim Jongin que é o Kim Jongin e não o Kim Jongin melhor amigo do Do Kyungsoo, o cara genial. Eu desenvolvi um complexo de inferioridade, hyung.

A partir de hoje, nosso laço de amizade precisa dar um tempo. Parece namoro né? Mas não é e sim apenas eu sendo egoísta e te pedindo que entenda que eu preciso de um espaço para me ver. Eu preciso conhecer quantas pessoas vão gostar de mim pelo o que sou e não por seu intermédio.

Obrigado, por tudo o que você sempre fez por mim e foi para mim, saiba que não vou te esquecer e nem criar ódio sobre você. Eu pretendo retomar nossa amizade, mesmo que você não queira, farei de tudo.

Mas acho que você vai guardar rancor de mim, né hyung?

Eu só... Realmente preciso de um tempo para mim. Desculpe te afastar por isso.

Eu te amo."

E eu reli aquela porcaria de bilhetinho entregue na porta da minha casa, logo após ter me despedido de Jongin, pela centésima vez. A imagem dele me abraçando com força, como se fosse uma despedida ou qualquer outra coisa envolvendo separação, preencheu minha cabeça de uma forma única. Na hora eu perguntei "Jongin—ah, por que faz parecer uma separação eterna?", mas ele apenas me entregou aquela porra de bilhete e foi para sua casa — ao lado da minha — com os olhos marejados.

Isso já fazia 3 dias.

E há exatos 3 dias eu não saía do meu quarto, não sentia fome e só sabia reler aquelas palavras como se fossem minha sentença de morte. O que na verdade era, afinal, eu vivi por Jongin.

Mas eu o sufoquei. Nunca foi minha intenção e meu único consolo é saber que ele entende isso, só que dói saber que meu melhor amigo — a pessoa por quem eu sempre me importei e cuidei — se sentia reprimido ao meu lado e precisava se afastar de mim.

Eu precisava me afastar do Jongin.

Do Nini.

Do meu companheiro de pijamas de bichinhos.

Doía pra porra, mas se era para o bem dele...

Que assim seja.

"Sentirei sua falta." enviei a mensagem para seu celular, sabendo que ele iria entender que eu estava de acordo com o que ele precisava.

Fazia 3 dias que eu não ia para escola e 3 dias que Jongin nem se preocupou em saber como eu estava, afinal, ele nem veio me ver ou ligou. Acho que realmente seria assim daqui para frente. Eu estava realmente magoado.

Fazer-Te Um BemOnde histórias criam vida. Descubra agora