Parte 1

2.8K 173 94
                                    

Diana sempre passava em frente a casa "abandonada" da cidade depois de voltar da faculdade de psicologia. Reparava nas janelas que sempre se encontravam fechadas, o jardim mal cuidado e a grade que cercava o local contribuíam para uma atmosfera cheia de mistérios.

Sua família havia se mudado para a cidade há poucos anos, onde seus avós moravam, mas a garota já conhecia tudo e todos. Nada mais lhe chamava atenção no local, exceto aquela casa. Sua curiosidade aumentou ainda mais quando sua irmã mais nova havia perguntado a sua avó sobre o que havia na casa.

- Vovó, o que tem naquela casa abandonada? – perguntou Daisy.

- Nada de importante – respondeu secamente.

Diana, que estava lendo um livro de teoria psicanalítica levantou seu olhar para a avó que ensinava um jogo de cartas para a neta.

- Tem sim, vovó. Por que você ficou séria? –Daisy fez uma jogada.

- Esta carta vem aqui – disse a avó consertando a jogada.

- O que aconteceu? – insistiu.

A avó suspirou e disse:

- Você não contará para mais ninguém. Não fale para sua mãe que te contei.

A garota assentiu, com um sorriso de satisfação.

- Havia uma família morando lá. A casa parecia ser cheia de vida, colorida e o jardim eram maravilhosos, mas hoje estão macabros. O homem era artista e seus quadros são famosos até hoje. Ele e sua mulher eram novos, tiveram uma filha. Certo dia ele enlouqueceu e matou as duas.

Diana suspirou pesadamente. Sua irmã parecia ter visto um fantasma.

- Ninguém sabe o que aconteceu depois disso. Satisfeita, Daisy?

A garota assentiu e continuou a prestar atenção no que a avó lhe ensinava.

Diana relembrou o momento enquanto parou em frente a casa sem perceber. Algo naquela história não soava bem. Mesmo com a confirmação da história por alguns moradores que havia perguntado, ela sabia que algo não soava bem.

Balançou a cabeça, espantando os pensamentos e voltou ao seu trajeto. Olhou o celular que tinha uma mensagem de Corey, seu ex-namorado, dizendo que queria encontrá-la novamente. Diana revirou os olhos e abriu a porta de sua casa.

Assim que entrou, foi recebida pelo seu cachorro com um pulo. Se não conseguisse se equilibrar, teria caído.

- Toddy! Devagar, garoto! – disse sendo acompanhada por ele.

Percebeu que estava sozinha em casa. Viu um bilhete de sua mãe em cima de sua cama, dizendo que só voltaria mais tarde com sua irmã e seu pai.

Foi até a cozinha para que fizesse um lanche rápido e Toddy, o fiel cachorro, a acompanhou.

- Quer passear? – perguntou ela ao animal, que se agitou em concordância.

Pegou a coleira e saiu com seu cachorro. Diana o deixou ser o guia do passeio. Percebeu que estavam fazendo o mesmo trajeto de quando ia à clínica.

Ela estava indo em direção a casa sem pensar nas consequências. Parou em frente ao portão enferrujado, olhando para a casa.

- Será que devo entrar? – perguntou ao animal, que estava sentado pacientemente.

O Homem da Casa AbandonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora