Parte 6

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- Onde você estava hoje?

Diana atendeu sua avó pela madrugada com um sobressalto.

- Vó? O que está acontecendo? – sussurrou para não acordar ninguém.

Agradeceu por sua porta estar fechada.

- Você não tem noção de onde se meteu. Fique longe daquela casa, Diana.

Só então caiu a ficha. Algo tinha acontecido com ela para que descobrisse tão de cara.

- Vó, o que aconteceu? Já estou indo...

- Não saia de casa! Será pior. São três da manhã.

Diana olhou a tela do celular e assustou com o horário.

- Mas eu não pude evitar... Acho que eu gosto de Michael – ela percebeu o que escapou de sua boca e corrigiu. – Gosto da companhia dele. Quero ajudá-lo.

- Não sei se estarei em condições de te dar um conselho daqui algumas horas, mas eu distorci um pouco da história daquela casa. Ele não é o culpado.

- Ele quem?

- Ele não fez...

A ligação caiu e Diana ficou preocupada. Estava considerando ir até a casa, mas algo ainda a prendia lá. Tentou retornar a ligação, mas não obteve sucesso. Trocou de roupa, pois algo estava lhe induzindo a voltar para a casa.

Não sabe como chegou lá, mas era como se estivesse dopada e seguisse os sussurros de Lily. Se estivesse vendo a situação por fora, diria que estava obcecada com tudo isso e estava louca. Completamente louca, fora de si.

- Pronto! Já chegou! – disse ela.

- O quê? Eu não... – Diana sentiu uma forte dor de cabeça e uma onda de ar frio invadiu o lugar.

Ela estava parada diante da porta da casa, que se abriu sozinha.

- Olá, quem está aí? – ela escutou a voz de Michael distante.

Ela entrou sem conseguir emitir uma palavra. Andava devagar e deu um pulo quando a porta se fechou atrás de si. Estava difícil para enxergar, mas ela viu a luz de uma vela pairando no ar.

Estava tão grogue de sono e de pavor que não percebeu Michael se aproximar segurando a vela.

- Diana, você está bem? O que aconteceu?

Ele olhou preocupado para a garota, esperando uma resposta.

- Eu... Eu não sei... Minha avó.

- Sua avó?

- Sim, a moça que trabalhava aqui.

Michael ficou surpreso.

- Sim, eu me lembro dela! Sylvia... Muito educada e...

- Ela me ligou de madrugada, Michael. Disse algo sobre você não ser o culpado.

Michael fechou a expressão. Diana, torcendo para que ele não fosse instável ao ponto que ela imaginava, tentou se explicar.

- Ela contou a muito tempo a história dessa casa. Disse que vocês viviam felizes até que você...

- O que eu fiz?

Michael a encorajou. Ela estava com o coração apertado, mas o medo se esvaiu de repente.

O Homem da Casa AbandonadaOnde histórias criam vida. Descubra agora