Capítulo 5

92 16 7
                                    

O bip constante me acordou, a claridade machucava-me os olhos os forçando a se manterem fechados, ouvia alguns ruídos, em certos momentos vozes desconhecidas, era difícil distinguir o que falavam. Minha cabeça latejava  de dor, tentei falar porém não conseguia, não sei ao certo quanto tempo se passou, me sentia desorientada, as lembranças inundaram meus pensamentos, tudo era um emaranhado de fios, a voz de Beatriz ecoou em minha mente, imagina que lugar era aquele.

Depois do que calculo terem ser passado horas, fiz um mais um esforço e consegui abri os olhos, demorou alguns segundos para se ajustaram as luzes, examinei a minha volta, parecia estar em um quarto de hospital, a minha volta havia vários aparelhos de monitoramento nos quais vários fios estavam ligados à mim, as paredes eram brancas e não havia muitos móveis, só a cama e cadeira na lateral da porta, não havia janelas e que era estranho. Me forcei a levantar mas senti vertigens e uma forte ânsia de vômito, respirando fundo me esforcei novamente, dessa vez consegui com alguma dificuldade me sentar, as lembranças de ser mordida eram reais ? Inspecionei o meu braço, no local da mordida havia um curativo, em volta dele e pelo resto do meus braço as veias estavam destacadas, com uma cor pouco escura que se alastravam pelo meu braço subindo pelo pescoço , não era igual a dos zumbis, a deles eram pretas, as minhas estavam um pouco mais claras e menos visíveis, meu outro braço estava normal, e minha pele não estava pálida, enfiei um dedo em minha boca e nada de líquido preto, o que aconteceu comigo afinal ? A lembrança de Eric injetando algo era como um sonho, não sabia dizer se tinha sido real ou uma alucinação.

 Arranquei com cuidado os fios e as máquinas começaram a apitar, coloquei os pés no chão e ele estava gelado, senti um frio repentino, estava só com uma camisola de hospital aberta nas costas, olhei em desespero para minhas partes íntimas, não queria ninguém vendo minha bunda, e relaxei ao ver que estava com uma calcinha branca. Examinando minhas pernas notei que os músculos estavam definidos,  e minha barriga ela estava lisa, sem gorduras, isso era estranho e cômico, precisei ser mordida por um Zumbi para emagrecer, tá de sacanagem.

Na beirada da cama uma prancheta estava pendurada, meu nome estava escrito nela assim como minha idade e outros dados, haviam várias anotações mas o provável médico que escreveu tinha uma letra horrorosa, algumas palavras consegui identificar, como infectada, vacina Z10 administrada, cicatrização boa, mais o resto era ilegível, mas abaixo marcavam os dias e horários das visitas do médico, já faziam 20 dias que eu estava ali, vinte dias eram muito, onde estava minha filha, minha irmã, Laura e Tereza?

Me sentindo desnorteada caminhei até porta, abri e inspecionei o corredor, ele estava vazio, não havia plantas nem quadros, paredes lisas e brancas, só haviam várias portas que provavelmente dariam em mais quartos como o meu. Me direcionei a porta  dupla no final do corredor onde sai em uma sala ampla, aparentava ser uma recepção, as caixas de som embutidas no teto tocavam "Stairway To Heaven" do Led Zeppilin, observei a sala, havia um balcão branco que estava na lateral da porta, alguns quadros  com paisagens nas paredes, e  poltronas cor marfim, o alarme de emergência começou a soar, uma luz vermelha no teto ascendeu, eu podia ouvir passos mas não havia ninguém ali. Rumei a mesa na recepção, nela havia outra prancheta, essa tinha uma folha com nome de visitantes, o nome de Juliana e Laura estavam ali e suas assinaturas do lado, o passos agora estavam próximos, todas as entradas foram invadidas por seguranças armados, uma médica com jaleco saio de trás dos seguranças, ela era bonita, tinha seus cabelos pintados de vermelhos e estavam amarrados em um coque, seu olhos eram castanhos e usava uma maquiagem bem leve em sua pele clara, com voz calma me disse:

— Olá Anita, sou a doutora Estela.

— Onde está minha filha? Eu quero ver ela?

— Ela está bem, assim que você voltar para seu quarto nós podemos providenciar uma visita dela.

Cidadã ZOnde histórias criam vida. Descubra agora