capítulo 12

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As mãos de Eric seguravam minha cintura com força me deixando completamente presa ao seu corpo e a parede. Como resposta todo meu corpo se prendeu ao dele. Sentia um calor me invadir e uma sensação de desejo. Eu o queria ali mesmo. sem me importar com o mundo acabando ao lado de fora daquela biblioteca. Porém Eric desgruda seus lábios dos meus me deixando frustrada. Meu peito subia e descia enquanto tentava respirar. Ele me olhou e com um sorriso maroto nos lábios.

— Consegui te acalmar?

— Ai acho que não — respondi segurando um sorriso — Ainda estou nervosa.

Eric passou seus dedos em meu rosto me provocando arrepios. Por um breve instante vi um brilho em seus olhos. Com delicadeza ele se afastou e começou a falar sozinho.

— Vocês estão bem? — indagou para o nada. Percebendo minha confusão ele me mostrou um fone de ouvido e um pequeno aparelho em sua cintura. Um rádio de comunicação. — Nós estamos na biblioteca. Temos alguns no nosso encalço. Ok. Espere uns minutos e já vamos.

— Era Alexandre?

— Sim eles estão bem. Entraram na sala de informática. Estão no rádio com Victor e vão tentar acionar o alarme da secretaria. Assim a ala leste da escola, onde fica o estacionamento fica livre para fugimos. Porém estamos sem energia, mais a escola tem um gerador. Para ligar ele eu e você temos que distrair os Zs do corredor. Assim André consegue acesso ao final do corredor onde fica o gerador.

— E como vamos fazer isso ?

— Você ainda está com vontade de matar ou eu acabei com ela?

— Ainda estou. Para acabar com ela preciso bem mais que um beijo.

Eric lançou um olhar de desejo e o sorriso em seu rosto iluminava a sala. Ele verificou o corredor dando uma olhada pela janela. Fez sinal com os dedos que haviam 9. Mas era claro que assim que começássemos a atacar, mais apareceriam.

— Vou evitar usar a arma — Eric disse retirando uma faca da bota. — Assim que eu retirar o armário da porta você fica atrás de mim.

— Vou ficar do seu lado. Não preciso que me proteja e encare eles sozinhos. Vamos juntos.

— Eu não consigo saber se gosto ou odeio essa sua teimosia. — Seu braço esquerdo se enrolou em minha cintura me levando de encontro a seus lábios. O beijo foi rápido, entretanto foi o suficiente para me deixar desnorteada. Voltando a falar com Alexandre no fone Eric disse: — estamos prontos.

Assim que puxamos o armário que trancava a porta, Eric a abriu. Em questão de segundos um Z corre em nossa direção. Eric o acerta com uma cadeira da biblioteca e o deixa jogado ao chão. Aperto o soco inglês liberando a lâmina escondida nele e enfio no crânio do Z. Logo mais dois nos atacam. Com a adrenalina no alto eu os atacava sem piedade. O sentimento de poder se apoderou de meu corpo que só seguia o instinto de matar. No final do corredor vi André entrar na sala do gerador. Sem perder o foco eu e Eric lutamos e logo os nove que cercavam a porta estavam no chão mortos. Eric falou algo com Alexandre no rádio e disse para mim.

— Volta pra biblioteca.

Corremos para dentro de novo. Tive que puxar um corpo que estava atrapalhando no fechamento da porta. Na outra ponta do corredor uns 4 Zs avançavam em nossa direção. Conseguimos entrar e nos trancar de novo. Percebi que o lugar não estava mais escuro. O gerador já estava funcionando. Parei para reparar o corpo no chão. Era de um carteiro. Seu pescoço havia sido mordido, ele já devia estar morto desde o primeiro dia da infestação. Seus olhos já não eram azuis claros mais totalmente brancos, seu corpo exalava um cheiro forte de putrefação. Perdi a noção de tempo olhando o cadáver a minha frente. Como a humanidade chegou a esse ponto? Reduzida a podridão e insanidade. E tudo por culpa de pessoas ricas e gananciosa. Queria entender o porquê de tudo isso. Afinal qual o intuito de matar toda população mundial? Senti a mão quente de Eric tocar a minha. Ao encarar seus olhos vi a preocupação estampada neles.

Cidadã ZOnde histórias criam vida. Descubra agora