ARAMIS #2

Capítulo 16 I. Parte

Um beijo pode mudar umas vida.

Sim, pode.

Eu havia percebido isso horas atrás.

Muitaaas horaaaas atrás.

Ganhei o puta de um beijo de apenas alguns segundos. A droga de um beijo de menos de vinte minutos e já sentir que a minha vida inteira gostaria de beijar aquela mulher.

E após agarrar ela novamente na frente do seu prédio, com o porteiro encarando tudo com um sorriso, praticamente dizendo que me casaria com ela, ela interrompeu mais uma vez o beijo sem dizer mais nada dessa vez ela simplesmente correu para dentro e me deixou no meio da rua sedento com o senhor de idade ainda me encarando com um sorriso amigável.

Com dois dias...

Dois malditos dias que ela me beijou e eu a beijei que não a vejo.

D'Artagnam apareceu naquela noite, e o ignorei por completo, nem me importei pelo pirralho que ia para a escola todos os dias e aparecia tarde da noite, eu só ficava com Sofia, ignorava o meu agente e ficava pensando o quanto um fudido beijo acabou com a minha vida.

Ouvir o carro estacionando logo pela manhã na garagem e me levantei do sofá, passando pela cozinha abrindo a porta da garagem e tudo que ganhei uma Anna maluca em meus braços junto com um grito alto.

O pulo que recebi da minha cunhada, quase me fez cair no chão.

_Ahh! Mosqueteiro número três, estava morrendo de saudades de você.

Todos me deixam em uma posição fora do primeiro lugar?

Não é possível!!

_Cunhada delicia, desse jeito me deixa sem graça, como você vai se declarando para mim de repente assim? Te pedi em casamento diversas vezes, mas você casou com o feioso do meu irmão.

_Cala boca Aramis, e solta a minha mulher. _soltei os meus braços ao ver meu irmão sair do carro com a sua filha nos braços e mostrei para ele que não era eu que a prendia em meus braços e sim ela que me abraçava. _Anna solta ele, antes que eu meta um soco nesse sorriso idiota que ele está me mostrando. _Anna se afastou sabendo que a ameaça do marido era verdade e ainda sorrindo peguei o garoto que veio correndo na minha direção assim como a sua mãe e o abracei apertado.

_Ahh! Eu estava morrendo de saudades de você garoto, confesso que brinquei com os carinhos todos os dias e dormi na sua cama.

_Tio Aramis, eles não são de brincar. _o menino se afastou me mostrando a cara de bravo. _São de coleção o papai disse que é de coleção.

_Seu pai é um sem graça, onde já se viu ter um monte de carrinhos e não brinca. _ele sorriu e olhou o pai dele entregando Ohana para Anna.

_Eu brinco as vezes. _ele me confessou baixinho me fazendo sorri. _Tio D'Artagnam!! _o menino gritou assim que viu o tio mais novo surgir na cozinha.

Outro que prefere o meu irmão do que eu.

_Porthos? _Athos perguntou tirando algumas coisas da mala do carro.

_Chegou ontem, deve estar no apartamento dele. _respondi e me aproximei de Anna, querendo ver a minha sobrinha e matar a saudade que sentia dela.

A menina de cabelos castanhos escuros dormia nos braços da mãe e tocando sua bochecha com um dedo a cumprimentei em silêncio sabendo que ela deveria estar cansada pela longa viagem que fez.

_D'Artagnam me ajuda com as malas, com as caixas térmicas e com todos os resto. _Athos ordenou.

_Por que eu?

_Porque estou mandando, venha de uma vez.

_O que fizeram esses dias que estiveram longe? _Anna perguntou e eu e meus irmãos nos entreolhamos.

_Nada de mais. _respondemos juntos vendo Anna sorri pela resposta e sabia que ela não acreditava na nossa palavra.

_Segura ela um pouquinho. _ela me deu Ohana e caminhou ate a geladeira abrindo a porta e pegando uma jarra de água e bebe ali no bico mesmo.

_Por que vieram somente hoje, pensei que chegaria na terça-feira.

_Minha sogra. A culpa é toda da dona Leticia. _athos me respondeu colocando sobre a bancada da cozinha uma caixa azul térmica. _Se pudesse ela ia prender todos nós no sitio e nos exibiria para as amigas e mimaria os netos a cada segundo.

_O que tem nas caixas? _fiquei ao ver D'Artagnam colocar outra ao lado da primeira.

_Em algumas carne de porco, outras doces, compotas, queijos e temperos, não pergunte mais nada só saiba que toda as respostas são, minha sogra é maluca.

_Pensei que fosse a Anna. _falei vendo minha cunhada menos olhar indignada.

_Anna não é maluca, doida, louca ou qualquer coisa do tipo Aramis, a minha esposa é muito normal.

_obrigada, meu pirocudo supremo. _ela disse me dando um tapa na cabeça e pegando a filha dormindo nos meus braços. _Nunca sou doida. _falou ao se afastar para se sentar em uma das cadeiras da cozinha.

_Rhana me mandou uma mensagem alguns minutos atrás, só pude ver agora.

_O que diz? _perguntei preocupado por saber que ela já deveria ter aparecido, mas não havia surgido.

Athos me olhou desconfiado pela minha pergunta e voltou a atenção para a esposa.

_Ela me disse, que vai chegar atrasada, aconteceu um acidente? o que fez o ônibus dela vim um pouco mais lento. Como foi com ela aqui? _a pergunta do meu irmão veio com o seu olhar analisador, sabia que se mentisse ele saberia. O lado assassino dele sempre sabia quanto tinha uma mentira.

_A gente se beijou. _anunciei quase no mesmo momento que a loira sedução passou pela porta da garagem. _Na verdade ela me beijou! A merda de um beijo que não sai da minha cabeça, ela não sai da minha cabeça e foi apenas um maldito beijo. E acho que estou tão maluco quanto a Anna. _disse de uma vez olhado todos me vendo assustando.

Anna, Athos, Tiago, D'Artagnam e Rhana olhando o meu desespero e parando para pensar acho que acabei de confessar que estou gostando da loira de óculos me olhando perdida.

Eu estou gostando de alguém?

Eu estou gostando de alguém????

Aramis Lohan, quer se amarrar?

Não sei se é real ou uma ilusão da minha mente, mas acho que fui capaz de ouvir um trovão e sinto que uma chuva de canivete vai começar, pois eu estou mesmo gostando de alguém, apenas por ter beijando ela.

Alguns segundos mudou a minha vida, o meu modo de pensar e me prendeu bem firme em uma mulher que sou sabe me dizer não e que me colocou em nonagésimo lugar na sua vida.