20. 05/12/2020

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Central city, 07:04 am

-Você realmente precisa ir? - Cisco indagou olhando para Gypsy, sua namorada sorriu e o beijou rapidamente nos lábios.

-Papai precisa de mim. - ela sussurrou e então abaixou os olhos em direção a Dante que havia se aquietado no colo de Cisco. - Espero que os meus garotos fiquem bem. Vou estar de volta em poucas horas. Prometo.

-Espero que sim. - murmurou. - Me dou tão bem com Dan quanto me dava com Dante.

Gypsy riu docemente.

-Eu amo você, meu bebê. - ela então beijou a testa de Dante antes de beijar Cisco novamente. - Te vejo em breve.

-Até, mi chica.

Gypsy se afastou alguns passos antes de abrir um portal e pular dentro dele. Cisco suspirou olhando para seu filho. Caminhou até a cadeira e se sentou, jogou os pés sobre a mesa do refeitório e deitou Dante contra suas pernas. Seu filho o encarou intensamente com seus olhos escuros.

-Só pra deixar claro, eu me dava bem com meu irmão. - disse a Dan. - Pelo menos na maior parte do tempo. - Dan ergueu as mãos e bateu no próprio corpo, então lançou para Cisco um sorriso banguela. O engenheiro suspirou e sorriu para ele. Dante e Gypsy eram as pessoas mais importantes na vida dele. Eles eram o seu tudo. Cisco não imaginaria viver uma vida sem um deles, seria como um inferno. Acariciou o rosto de seu sentindo sua pele quente, Dante segurou seu dedo e sorriu novamente. - Você foi a única coisa boa que aconteceu comigo desde que cheguei aqui. Sua vinda trouxe luz para esse lugar, para todos aqui. Você é minha luz Dan e sua mãe minha estrela guia. Vocês são o meu mundo. - o bebê em seu colo gargalhou, Cisco sorriu e com cuidado o apoiou contra seu peito, segurou as costas de Dan acariciando-as e fechou os olhos.

Não foi algo planejado ou intencional, simplesmente aconteceu. Cisco não planejava "vibrar" com o seu filho, havia prometido a Gypsy que nunca faria isso. Por isso se surpreendeu quando abriu os olhos e notou que estava em um local diferente, em suas visões o tom predominante era o azul, porém daquela vez havia um tom forte se laranja.

Ele estava parado no meio do gramado de frente para uma bela casa de dois andares, haviam brinquedos espalhados na varanda e uma das janelas do segundo andar estava aberta fazendo uma cortina amarela balançar com o vento. Cisco olhou para baixo percebendo que não estava mais com Dante em seu colo, então hesitantemente caminhou em direção a casa. Abriu a porta e entrou. A sala era espaçosa e bem decorada, a mobília tinha um cartela de cores composta por tons claros, havia mais brinquedos espalhados pelo chão e a parede da escada que levava ao segundo andar estava rabiscada. Então, de repente ele ouviu vozes. Atravessou a sala em direção a cozinha e observou através da porta de vidro um belo quintal, se aproximou ainda mais e notou um enorme mesa de madeira embaixo da sombra de uma frondosa árvore. As vozes aumentaram, porém Cisco não conseguia identificar o que elas falavam e nem saber de onde elas vinham.

-Tio. Vamos logo. - uma voz infantil gritou. Cisco piscou lentamente focando na criança à sua frente, os olhos castanho claro e o sorriso encrenqueiro lhe eram familiar.

-Theo, anda logo. - outra voz gritou, Cisco ergueu os olhos encarando um outro garoto um pouco mais a frente, seu corpo voltado em direção ao fim da cerca onde havia uma porteira que provavelmente levava ao bosque. O garoto tinha cabelos escuros e bagunçados, mechas apontando para todos os lados, usa uma blusa gasta com o que deveria ser o desenho da DeLorean do filme "De volta para o futuro".

Cisco perdeu o chão ao notar a semelhança do garoto com o seu finado irmão, o formato do rosto, a boca, até o jeito como ele ficava parado, braços cruzados e queixo franzido, mas aquele olhar, aqueles olhos, eles eram de Cynthia. 

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