6. 18/11/2020

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Felizes são os ignorantes que não entendem a dor da sociedade.

Central City, 11:09 am

A casa dos West tinha um clima agradável no ar naquela sexta-feira. Danielle West corria pela casa atrás de suas milhares de bonecas para ajeita-las em ordem em seu quarto, a pequena sabia que Wally ficaria feliz em ver o quão dedicada ela era a suas pequenas preciosidades, ele sempre lhe trazia novas bonecas de modelos diferentes toda vez que voltava de viagem.

Wally viajava muito e sempre lhe contava histórias sobre suas aventuras. Sobre como viajava em uma nave espacial e salvava as pessoas. Ele era um super-herói, um de verdade.

Ela se agachou a frente do sofá e esticou a mão tateando abaixo do móvel, seus dedinhos enrolaram em algum objeto, ela o puxou vendo o coelho feito de tecido, seu nome era Benny e ele era seu brinquedo favorito, cada parte do corpo dele era feito de um tecido diferente, colorido, vibrante, mas perfeito. Benny havia aparecido em sua janela em um noite escura, sua mãe havia acabado de sair do quarto jurando que ela havia ido dormir, mas Danny não estava afim de dormir, ela ficou a acorda e então o viu.

Benny tinha olhos verdes, assim como seu antigo dono, havia sido o homem de olhos verdes que havia lhe dado o coelho, havia sido ele quem apareceu na sua janela à noite e lhe contou um bela história sobre heróis e vilões, e continuou a conta-lá por semanas a fio, até que a estória chegou ao fim, ele então lhe entregou Benny e pediu que ela o guardasse com carinho.

Danny havia cumprido aquela promessa, havia cuidado de Benny, mas às vezes o perdia pela casa, ele era tão escorregadio quanto manteiga. Benny era seu melhor amigo.

Apertou o coelho em seus braços e correu escada acima em direção ao seu quarto. Empurrou a porta e subiu na cama ajeitando Benny entre suas outras bonecas. Então ela ouviu a porta da frente bater e alguém gritar.

-Cheguei!

Era Wally. Danny pulou da cama e correu escada abaixo, Wally teve que pega no ar já que a garotinha se jogou da escada em direção ao colo dele.

-Wally!

-Por favor, não faça mais isso. - ele pediu a abraçando, mas sorrindo feliz ao vê-la. - Como eu disse, ela é bem impulsiva.

-Parece mesmo. - Ray Palmer disse sorrindo para a irmã do seu amigo. - Tem certeza que eu não vou incomodar? Posso ir para um hotel.

-Claro que não, Ray. Papai e Cecile amam receber visitas. E Danny vai amar ter alguém para irritar além de mim. - Wally falou deixando a irmã no chão.

-Vem Wally, vem. - Danny tentou puxá-lo para a escada, mas Wally sendo mais forte ficou no mesmo lugar.

-Agora não posso Dan, tenho que falar para o papai que temos visita. - ele disse, mas Danny não pareceu ouvir mais. Seus olhos estavam fora de foco e opacos, como se a pequena não estivesse mais ali.

-Fique comigo. Estamos de volta. - ela murmurou, a voz perdida e longe dali. - O tempo tá cabando. Eu peciso de Benny.

Danny soltou Wally e correu escada acima deixando o irmão e Ray abismados.

-O que aconteceu aqui? - o cientista indagou, Wally deu de ombros sem saber o que falar. - Não devia segui-la, para saber se ela está bem?

-Ah sim. - Wally balançou a cabeça saindo de seus devaneios, então subiu a escada direto para o quarto da irmã. Abriu a porta encontrando Danny sentada no chão cercada de folhas com inúmeros desenhos coloridos. - Danny, você tá bem?

Ela o ignorou focando no desenho que fazia, o coelho de tecido estava preso em seu colo. Wally se aproximou dela e se ajoelhou ao seu lado. Danny desenhava bem para uma bebê de dois anos, ela tinha traços firmes e sabia fazer linha retas. Wally pegou o que deveria ser o desenho mais recente, era uma boneca de cabelo cacheado cercada de vários outros bonecos, em outro desenho havia um boneco todo de roupa vermelha e ao seu lado uma boneca de cabelo loiro e olhos azuis. Também havia um desenho de um prédio que parecia desabar e uma nave espacial.

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