You're cold and I burn

Espirito Azul

Zuko começou a receber relatórios sobre um Espirito Azul  há cerca de um mês.

Ele não prestou muita atenção na época. Na verdade, ele não estava prestando muita atenção à maior parte de sua papelada na época. 

Um mês antes disso, um frenético Aang apareceu de madrugada, exigindo que Zuko lhe dissesse onde Katara estava. Quando Zuko, perplexo, lembrou a ele que ele não tinha visto Katara ou Aang por quase um ano, o Avatar tinha desmoronado em lágrimas.

Parecia que as coisas tinham sido rochosas entre eles por um tempo. Então eles tiveram uma grande briga - sobre 'coisas estúpidas' de acordo com Aang - e quando ele acordou na manhã seguinte, Katara tinha ido embora. Eles não estavam longe de Kyoshi, na época, então Aang assumiu que ela tinha ido para Suki.

Mas ela não tinha. De manhã, quando Aang acordou para encontrá-la, ninguém a tinha visto. Zuko havia coordenado uma enxurrada de falcões de mensageiros, enviando retransmissores para todo o lado, desde o Pólo Norte até Ba Sing Se, passando por Kyoshi, até a nova Cidade da República, até as equipes que estavam reconstruindo os Templos do Ar. 

Todas as mensagens voltaram do mesmo jeito. Nenhum sinal do Mestre Katara, o Waterbender do Avatar. Sokka apareceu, exigindo - e conseguindo - os balões de guerra mais rápidos de Zuko para procurar por sua irmã.

 Zuko havia colocado homens e falcões à disposição de Sokka, mas ele não podia deixar a Nação do Fogo e todos sabiam disso. Depois do que aconteceu a última vez que ele pôs os pés no solo do Reino da Terra ...

Então ele esperou, e se preocupou, e eventualmente começou a pôr em dia sua papelada. Eventualmente, o nome do Espírito Azul chamou sua atenção.

Houve várias aparições do "inimigo conhecido", o Espírito Azul, após a guerra. Algumas mentiras descaradas, pelo menos uma fraude, e ... bem, ocasionalmente Zuko se esgueirava para limpar a cabeça e desabafar um pouco de frustração sobre qualquer merda de vida baixa que cruzasse seu caminho.

Este foi claramente um Espírito Azul diferente. Ela era do sexo feminino, todos os relatórios concordaram sobre isso. Sua presença foi anunciada por calafrios repentinos e neblinas estranhas, vozes sobrenaturais doces e barulhos estranhos. 

Ele estava inclinado a suspeitar de um embuste até que, na pilha de relatórios, ele encontrou uma alegação de que o Espírito Azul havia passado por uma aldeia sofrendo de um surto de disenteria e não apenas curou os doentes, mas também levantou uma fonte de água pura. Terra e disse ao povo para parar de beber fora do rio.

Poucos dias depois, ele recebeu um relato de que o Espírito Azul havia purificado um rio poluído ao atravessá-lo em meio a névoa. Uma hora com um mapa e alguns alfinetes coloridos confirmaram que o "Espírito Azul" estava viajando pela água, seguindo um curso sinuoso mas previsível. 

Suspirações bem e verdadeiramente despertadas, Zuko foi ter uma conversa educada com seu senescal. Deve haver algo que ele poderia visitar nessa direção.

Uma semana depois, ele estava inspecionando oficialmente uma fábrica que uma vez produzira armaduras para as tropas, e agora deveria estar criando equipamentos de irrigação para melhorar a eficiência das fazendas da Nação do Fogo. 

Tanto quanto Zuko poderia dizer, o que eles estavam criando principalmente foi um problema. A fábrica em si era imunda e mal conservada, o rio estava poluído, e o pânico absoluto óbvio no rosto do supervisor quando o próprio Lorde do Fogo desceu inesperadamente sobre ele era ao mesmo tempo divertido e hilário.

Isca perfeita.

Zuko insistiu em se estabelecer por vários dias, para investigar o paradeiro da assistência que os moradores deveriam receber. E embora o Blue Spirit não tenha aparecido como tal, Zuko notou depois de alguns dias que o rio estava ficando mais claro. Muito mais claro.

Ele se retirou ostensivamente, fazendo promessas de ajuda aos aldeões e levando vários funcionários corruptos com ele para ter exemplos deles. Então ele vestiu suas sedas negras e máscara, e se escondeu de volta sob a cobertura da escuridão.

Foi quando a lua surgiu que ela apareceu, é claro. Drapeada em camadas suaves e diáfanas de seda azul que delineavam uma forma feminina exuberante, o cabelo coberto por um véu branco e o rosto pintado com padrões de branco e azul escuro, ela brilhava fracamente à luz do luar e a névoa subia do rio fazendo-a pareça tão efêmero quanto um fantasma. 

Sentada em uma árvore, Zuko observou-a vagar pela vila até o hospital improvisado que ele havia erguido para todos os que estavam doentes ou haviam sofrido ferimentos na fábrica mal conservada. O prédio de lados abertos estava cheio de névoa, e ele viu o brilho azul suave da cura pela água.

Quando ela saiu, ele caiu da árvore na frente dela, bloqueando seu caminho para o rio. Ela parou, assustada, e ele viu olhos azuis muito humanos se arregalarem. Então, enquanto ele caminhava na direção dela, ela sorriu levemente, inclinando a cabeça.